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Com Pan em Lima na mira, COB vai ao mercado em busca de novos patrocinadores

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Para não depender tanto dos recursos das loterias federais, o Comitê
Olímpico do Brasil (COB) está fazendo um trabalho no mercado para atrair
novos patrocinadores e parceiros. Recentemente anunciou a Ajinomoto até
dezembro de 2020 e acertou com a Match para ser a revendedora oficial
de ingressos para os Jogos de Tóquio.

“Desde que assumimos estamos buscando novos caminhos. É evidente que não
podemos nos acomodar e estamos sempre prospectando no mercado”,
explicou Paulo Wanderley, presidente da entidade. Na semana passada, a Caixa chegou a suspender o repasse da Lei Piva,
oriundo de recursos das loterias federais, a pedido da Secretaria
Especial do Esporte. Isso colocaria em risco o planejamento final para
os Jogos Pan-Americanos, evento que contará com 492 atletas brasileiros.
Mas depois do susto inicial a situação voltou ao normal.

“Neste momento está tudo normalizado. Segue o fluxo de caixa e os nossos
planejamentos. Nesse momento não temos preocupação e é óbvio que o
Brasil depende desses recursos, como é óbvio para a Holanda e para o
Reino Unido. No Congresso Olímpico Brasileiro, os gestores desses países
comentaram essa situação de receber dinheiro público. Agradecemos e por
força de lei recebemos esse recurso, que não acredito que ele vai
parar”, disse Wanderley, citando exemplos de sucesso no esporte
olímpico.

O impacto do dinheiro da Lei Piva é enorme para o COB e as confederações
esportivas nacionais. Só para se ter uma ideia, este ano a estimativa
da entidade é que vai receber cerca de R$ 250 milhões dessa fonte. Mas
nem por isso a busca por parceiros privados foi negligenciada, muito
pelo contrário. A intenção é atrair novos patrocinadores que ajudem a
fortalecer o esporte brasileiro.

“Nós não podemos falar de valores dos contratos, mas são receitas
importantes sobretudo nesta reta final do ciclo de Tóquio. Mais do que
isso, são uma amostra de que o mercado volta a estar aquecido e atento
ao novo momento do COB e ao potencial que o esporte tem como plataforma
para as marcas e de engajamento com a sociedade”, comentou Manoela
Penna, diretora de comunicação e marketing do COB.

Ela se refere ao patrocínio da Ajinomoto e agora da Match, uma empresa
que presta serviços para a Fifa e que em 2014, na Copa do Mundo
realizada no Brasil, teve sua imagem arranhada por causa da prisão de
seu CEO, Raymond Whelan, acusado de integrar uma quadrilha de cambistas.
“Nós pedimos esclarecimentos sobre as notícias publicadas à época. A
Match não tem nenhuma pendência jurídica ou legal que a impeça de
prestar serviços. Tanto que foi aprovada também sem restrições pelo
Comitê Olímpico Internacional para ser Revendedora Oficial de Ingressos
(ATR) para o Brasil e para a Rússia”, contou Manoela.

O COB convidou cinco empresas para apresentar suas propostas para ser
ATR no Brasil. Todas com experiência no ramo e em hospitalidade: ACV
Air, Cartan, JTB, ATPI e Match. Foram avaliados alguns critérios
específicos: estrutura de operação no Brasil e no Japão; relacionamento e
conhecimento de mercado; histórico olímpico e em grandes eventos
esportivos, um item exigido pelo COI; plano de negócios e plano de
ativação de vendas; e proposta financeira ao COB.

No final, a Match acabou sendo a escolhida. “Temos certeza de que a
chegada desse player tão relevante do mercado de hospitalidade e
ticketing, com um longo e bem-sucedido histórico em Copas do Mundo da
Fifa, vai agregar enormemente ao Movimento Olímpico”, lembrou Manoela,
citando ainda que são exigidos uma série de documentos da empresa e
garantias inclusive de seguros.


Estadão Conteúdo

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