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Combate ao Aedes deve aumentar

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Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Com a chegada da primavera e o começo da estação chuvosa em boa parte do país, os locais propícios para a criação do mosquito Aedes aegypti se multiplicam e a população deve se mobilizar para eliminar os focos, alerta o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O mosquito é o vetor dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
Pneus e outros objetos que acumulam água favorecem a reprodução do “mosquito da dengue”
De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC/Fiocruz Denise Valle, a elevação da temperatura é outro fator que favorece a proliferação do Aedes aegypti nesta época do ano. “Não só a chuva, mas também a temperatura, que começa a aumentar. O Aedes aegypti é sensível a essas duas coisas. Quando tem chuva aumenta a oferta de criadouros e quando a temperatura aumenta, aumenta a velocidade do desenvolvimento dele”, explicou.

O mosquito leva de sete a dez dias para se desenvolver de ovo a adulto e, segundo a Fiocruz, a forma mais eficiente de evitar surtos das doenças transmitidas por ele é eliminar o ciclo de vida do inseto. “Principalmente agora, na primavera, a gente tem muita chuva e as pessoas estão acostumadas a olhar os seus espaços de forma burocrática, o pratinho de planta, o vaso, o ralo. Mas quando começa a chover muito, começa a acumular água onde normalmente não tinha. E como o Aedes só precisa de criadouros temporários, basta que a água fique ali por uma semana que isso já é suficiente para que os ovos ali depositados virem adultos.”

A pesquisadora destacou a importância de fazer da inspeção em casa um hábito semanal e de ter um olhar atento a locais menos óbvios que podem acumular água. “Onde tem água? As pessoas costumam olhar para baixo e a gente sempre esquece dos criadouros em cima. Por exemplo, bandejas de ar-condicionado, as calhas, ainda mais agora que passou o inverno, elas acumularam muitas folhas, aí vai chover, vai acumular água ali. Mesmo um pouquinho de água com aquela matéria orgânica que está ali, vai ser o suficiente para gerar às vezes centenas de mosquitos.” De acordo com a Fiocruz, uma inspeção semanal de dez minutos é suficiente para eliminar os criadouros domésticos, que representam por cerca de 80% do total.

Chikungunya
Para o próximo verão, a expectativa, segundo Denise Valle, é que os casos chikungunya aumentem. A doença compromete o paciente de forma mais grave e prolongada do que a dengue e a zika.

“Ela deixa a pessoa fora de circulação, dependente até fisicamente dos outros por muito tempo, porque compromete as articulações e isso pode durar meses. Os médicos com quem tenho conversado falam que estão aumentando os casos de chikungunya. A doença não faz o alarde que a zika porque não tem o apelo dos bebês com microcefalia, mas, na prática, tem um comprometimento da vida ativa das pessoas muito maior do que zika ou mesmo dengue”, comparou.

Doenças no RN
De acordo com boletim da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, neste ano, até o dia 16 de julho, foram notificados no estado 56.849 casos suspeitos de dengue, dos quais 8.094 foram confirmados. Entre os casos confirmados, 72 correspondem à dengue com sinais de alarme e 11 à dengue grave. Em 2015, no mesmo período, foram confirmados 5.621 casos de dengue, dos quais 51 foram de dengue com sinais de alarme e 11 de dengue grave.

No RN foram notificados ainda 21.638 casos de Chikungunya, sendo 5.126 confirmados. No mesmo período de 2015, houve 4.744 casos. Quanto aos óbitos, em 2016, até o momento, foram confirmados 17. A incidência da doença no ano 2016 mostra que os indivíduos mais atingidos pela doença são menores de 4 anos e adultos acima de 50 anos.  Com relação à zika, foram notificados, este ano, 4.843 casos suspeitos, dos quais 12 foram confirmados. Em 2015, em igual período, foram 5.155 notificações e 31 confirmações.

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