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Começa etapa decisiva da campanha para governador

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Para a oposição, o dia de hoje marca o início da consolidação da vitória de Garibaldi Alves Filho (PMDB) ao Governo do Estado. Para a situação, a data representa a oportunidade para uma virada rumo à reeleição de Wilma de Faria (PSB). As apostas têm uma motivo, o começo da propaganda eleitoral dos candidatos a governador no rádio e televisão. A partir das 7h nas AMs e FMs e das 13h nas emissoras de TV, os eleitores vão poder acompanhar as propostas, as críticas e as opiniões de quem quer governar o Rio Grande do Norte nos próximos quatro anos.

“É um mito essa história de que as pessoas não estão mais dispostas a assistir ao programa eleitoral. Cerca de 60% acompanham com regularidade”, afirma o sociólogo e professor de Teoria Política João Emanuel Evangelista. Pesquisador do assunto, o professor do Departamento de Ciências Sociais da UFRN considera que com as restrições a “showmícios” e outras imposições da nova legislação, o horário eleitoral no rádio e TV ganhou ainda mais importância. 

“Em nossas pesquisas, constatamos que cerca de 17% dos eleitores admitem que podem mudar de voto em função dos programas”, revela Evangelista, que é também doutor em Comunicação pela USP. O percentual é semelhante ao dos que afirmam não serem atraídos pela campanha. “Menos de 20% realmente não se importam. A grande maioria ainda se interessa”, destaca Evangelista.

Para ele, diante da campanha acirrada que se vislumbra para o Governo do Estado, nada mais natural que as assessorias dos candidatos apostarem nessa forma de convencimento do eleitor. “O contato direto com a população, através das caminhadas, e o horário eleitoral ganharam importância com as novas regras”, afirma, lembrando que prova disso é o montante gasto para a produção dos filmes, geralmente a maior parcela das despesas de campanha.

“A audiência é maior do que muitos imaginam. No sinício é equivalente à da programação normal das emissoras, devido à curiosidade. Depois cai um pouco, mas volta a aumentar com a proximidade da votação”, explica o professor. Segundo ele, esse é considerado pelo eleitor o momento ideal para conhecer as propostas. O que a população não admite – e não é apenas um discurso eleitoral – são os políticos aproveitando o espaço para ataques aos adversários. “É um equívoco partir para isso, pois pode se reverter contra ele”, adverte.

Emanuel Evangelista lamenta as restrições ao horário eleitoral, que diminuiu de 60 para 45 dias, e garante que ainda é um instrumento fundamental para os políticos apresentarem suas propostas e os eleitores fazerem sua escolha. “Diante da impossibilidade de muitos comprarem jornais, se informarem melhor, o horário gratuito continua a ser talvez o espaço mais democrático da campanha”, conclui.

Deputados têm mais dificuldade

Os primeiros candidatos a se apresentarem no rádio e TV, no dia de ontem, foram os que concorrem à Presidência da República e às oito cadeiras do Rio Grande do Norte na Câmara Federal. Para estes últimos, assim como para os que pleiteiam o cargo de deputado estadual, o horário já não tem um peso tão significativo. “O número de candidatos muito maior dispersa o eleitorado. Muita gente vê o programa quase como se fosse de comédia”, esclarece João Evangelista.

Além da multiplicação de nomes, os espaços para os candidatos proporcionais são bem menores e não permitem uma perfeita transmissão das idéias e propostas. “Nas candidaturas majoritárias, são aproveitados os jingles, são realizados espécies de noticiários, são incluídos personagens de humor, é um programa mesmo. Já os candidatos a deputado têm programas menos trabalhados, até mesmo com qualidade técnica menor”, compara.

Por isso o candidato proporcional, para ser notado em meio à multidão, precisa ter uma imagem já construída. “Somente em casos muito específicos o eleitor dá seu voto aos que aparecem através de idéias engraçadas, ou coisas do tipo”, avalia Evangelista.  

Candidatos asseguram alto nível

Os dois principais candidatos ao governo do Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Filho (PMDB) e a governadora Wilma de Faria (PSB), prometem fazer uma campanha de alto nível no horário eleitoral gratuito, que começa hoje no rádio e na televisão. Candidata à reeleição, a governadora disse que apresentará o trabalho que desenvolveu nesses três anos e meio de governo e anunciar propostas para o próximo mandato.  “Pedi à equipe de comunicação e marketing uma campanha de alto nível, voltada para a discussão com a sociedade dos projetos e metas a serem alcançados no futuro próximo do Rio Grande do Norte”, disse ela.

“Nossa expectativa é que a campanha seja disputada de forma civilizada, com respeito e, realmente, com democracia”, completou a governadora. O candidato a governador da coligação “Vontade Popular” (PMB/PFL/PP /PRP/PTN), senador Garibaldi Filho, diz que não vai baixar o nível da campanha na propaganda eleitoral do rádio e da televisão, que começa hoje para a chapa majoritária.

Garibaldi Filho afirmou ontem na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do Norte (OAB-RN), que fará um programa eleitoral baseado em propostas de desenvolvimento para o Rio Grande do Norte, mas rebateu algumas insinuações feitas ontem, no horário dos candidatos a deputado da coligação “Vitória do Povo”, liderada pelo PSB e integrada por outros oito partidos.

“Eu soube que nos programas de rádio dos candidatos a deputado federal da outra coligação foi insinuado que a nossa coligação iria acabar com o programa Bolsa Família. É uma evidente insinuação de má fé, pois nós não podemos acabar com esse programa, já que ele federal”, protestou o senador.

O senador disse: “Jamais passaria isso pela nossa cabeça, pois quando fomos governo criamos vários programas sociais que ofereceram novas perspectivas às pessoas mais pobres do nosso Estado. Declarações desse tipo, segundo o senador, serão respondidas sem ataques: “Olhe, eu vou prestar todos os esclarecimentos que foram necessários, como estou fazendo agora. Claro que se formos atacados ou se disserem inverdades, nós iremos responder e prestar esclarecimentos à população”.

Marqueteiros descartam ataques pessoais

Os coordenadores das equipes de marketing dos dois candidatos que estão nos dois primeiros lugares nas pesquisa de intenção de votos prometem uma “campanha propositiva” e sem ataques pessoais. Um dos coordenadores da campanha do senador Garibaldi Filho (PMDB) ao governo do Estado, jornalista José Wilde Cabral, afirma que no primeiro programa a ir ao ar, hoje no início da tarde, será apresentada a linha da campanha da coligação “Vontade Popular”, formada por PMDB, PFL, PP, PRP e PTN.

José Wilde informa que no programa da noite vão ser mostradas as primeiras propostas administrativas para as áreas da agricultura, recursos hídricos, educação e assistência social. Ele destaca que os primeiros programas da “Vontade Popular” vão mostrar como o futuro governo Garibaldi Filho pretende “restaurar a capacidade de investimento do Estado”.

Os programas foram produzidos na linha do jingle da campanha, lembrando que Garibaldi Filho teve  “o reconhecimento da opinião pública”, com um índice de aprovação de 74% ao deixar o governo de oito anos. Além disso, o jornalista informa que o  programa da “Vontade do Popular” vai mostrar como um governo “pode realizar obras importantes”, agora reunindo a experiência bem sucedida de Garibaldi Filho com a de outro ex-governador que também administrou o Estado por duas vezes, como foi o caso do senador José Agripino Maia (PFL). “Quem fez fará melhor”, esse é o mote da campanha eleitoral da Vontade do Popular na mídia eletrônica”, ressalvou. A propaganda da chapa majoritária da “Vontade do Popular” terá sete minutos e 41 segundos, dividida pela metade à tarde e à noite. “Também teremos as inserções de 30 segundos que serão renovadas semanalmente”, explicou Cabral.

O coordenador do marketing da campanha da governadora Wilma de Faria (PSB) afirmou que ela fará um programa “propositivo”. “Vamos apresentar o trabalho que ela desenvolveu nesses três anos e meio de governo e vamos anunciar as suas propostas para o próximo mandato”, disse ele.

Segundo Alexandre Macedo, ela mesmo pediu à sua equipe de comunicação  e marketing uma campanha de alto nível, “voltada para a discussão com a sociedade dos projetos e metas a serem alcançados no futuro próximo do Rio Grande do Norte”. “Nossa expectativa é que a campanha seja disputada de forma civilizada, com respeito entre os adversários e, realmente, com democracia”, finalizou Macedo.

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