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Começa trabalho de identificação

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As autoridades do México identificaram pelo menos 31 dos 72 mortos em um massacre no nordeste do país. As vítimas eram imigrantes da América Central e da América do Sul, massacrados perto da fronteira com os Estados Unidos, supostamente pelo cartel Los Zetas. A Procuradoria informou ainda que os corpos foram transportados para a cidade de Reynosa, perto de San Fernando, onde os cadáveres permaneceram pelo menos até a quinta-feira dentro de uma câmara refrigerada de uma funerária privada, que estava fortemente guardada pelas autoridades. A identificação dos corpos está sendo realizada por peritos das procuradorias de Tamaulipas e General de la República.

Segundo as informações iniciais de autoridades mexicanas, quatro dos mortos eram brasileiros. O porta-voz de segurança do governo federal, Alejandro Poiré, disse à Radio W que aparentemente os imigrantes foram assassinados após se negarem a colaborar com Los Zetas. “O que este episódio revela, com a informação de que dispomos até agora, é uma modalidade de recrutamento forçado”, explicou. “Digo, nem sequer é um sequestro com intenção aparentemente pecuniária, mas sim fundamentalmente…forçá-los a participar nas estruturas do crime organizado.”

As vítimas foram encontradas terça-feira, em uma fazenda perto de San Fernando, cidade de 30 mil pessoas no Estado de Tamaulipas. Há diplomatas do Brasil, El Salvador, Equador e Honduras em San Fernando, para acompanhar os trabalhos de identificação.

Caso se confirme que Los Zetas foi o grupo responsável pelo massacre, este será o episódio mais sangrento desde que o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra o narcotráfico no país, no fim de 2006. Mais de 28 mil pessoas morreram desde então em incidentes relacionados ao tráfico de drogas no México.

Calderón disse que o caso é um novo sinal de que os cartéis estão sendo prejudicados pela ofensiva com milhares de soldados e policiais federais e assim buscam de modo desesperado meios alternativos de conseguir dinheiro. Já ativistas pelos direitos dos imigrantes atribuem a violência à indiferença governamental.

Mais cedo, os jornais mexicanos Reforma e El Universal informaram que Roberto Jaime Suárez, um agente da promotoria que investigava a matança dos imigrantes, havia sido morto. Calderón, contudo, disse que ele está desaparecido e não existe confirmação da morte. 

A porta-voz da chancelaria da Guatemala, Andrea Furlán, disse nesta sexta-feira que o pai de uma das vítimas assegurou que nos dias anteriores ao massacre recebeu chamadas telefônicas “de pessoas com sotaque mexicano, que pediam resgates de US$ 2 mil para libertar seus familiares”.

“Este trágico episódio reflete a confluência de dois fenômenos que afetam o desenvolvimento da América Latina e seu sistema democrático: a ação do crime organizado e a desproteção em que vivem tantos compatriotas latino-americanos que imigram em busca de um futuro melhor”, disse nesta sexta-feira, em comunicado, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.

Carros explodem e catorze pessoas são assassinadas

Matamoros (AE) – A onda de violência no México fez mais vítimas ontem, num aparente desafio às forças governamentais. No interior do país, pelo menos dois veículos explodiram na madrugada ontem no estado  de Tamaulipas, um na frente dos estúdios da emissora de televisão Televisa e outro em uma delegacia da polícia de trânsito. Segundo as autoridades, ninguém ficou ferido. Um funcionário da Procuradoria do Estado de Tamaulipas disse sob anonimato à Associated Press que os relatos iniciais indicam que os automóveis se incendiaram e depois explodiram. Segundo ele, não é possível afirmar ainda que eram carros-bomba. Em seu noticiário matinal, a Televisa disse que um carro-bomba havia explodido perto de uma de suas afiliadas.

Em outra demostração de violência, 14 pessoas foram encontradas assassinadas em distintos pontos da cidade turística de Acapulco, na região sudoeste do México. A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou nesta sexta-feira que todos os corpos tinham múltiplos impactos de bala, pés e mãos amarrados e olhos vendados.

Junto à maioria dos corpos havia cartolinas com mensagens, mas as autoridades não revelaram o conteúdo dos textos. Seis dos corpos foram encontrados na Autopista do Sol, na altura do povoado de Sabanillas, 392 quilômetros a sudoeste da capital mexicana. Os mortos eram homens, com idades entre 22 e 38 anos. Na estrada federal entre Acapulco e Zihuatanejo, na altura do povoado de Ejido Viejo, 411 quilômetros ao sul da Cidade do México, foram localizados os cadáveres de outros dois homens, com idades entre 28 e 30 anos.

Outros quatro homens foram encontrados em uma rodovia que segue para o viaduto Diamante de Acapulco. Além disso, foram encontrados dois corpos no estacionamento de uma loja na Avenida Costera Miguel Alemán, em Acapulco.

Mais de 28.300 pessoas morreram em todo o país por causa da violência atribuída ao narcotráfico e ao crime organizado desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra os cartéis das drogas.

Promotor de justiça é executado

Cidade do México (AE) – Dois dos maiores jornais mexicanos, o Reforma e o El Universal, disseram que fuzileiros navais da Marinha do México encontraram o corpo do promotor Roberto Jaime Suárez com sinais de execução. Segundo os jornais, o corpo de Suárez foi encontrado na beira de uma rodovia no Estado de Tamaulipas.  Mais cedo, o presidente do México, Felipe Calderón, disse que Suárez, que investigava o massacre de 72 imigrantes das Américas Central e do Sul, estava desaparecido. Suárez desapareceu dois dias atrás na cidade de San Fernando, juntamente com um policial de trânsito, disse Calderón. Suárez estava envolvido nas investigações iniciais sobre o massacre.

Suárez investigava a execução de 58 homens e 14 mulheres – imigrantes de Honduras, El Salvador, Equador e Brasil – mortos a tiros pelo cartel do narcotráfico Los Zetas, na maior chacina já registrada no México relacionada ao crime organizado. Os corpos foram encontrados na terça-feira num rancho perto da fronteira com os Estados Unidos.

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