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Comércio segue expansão

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Sara Vasconcelos
Repórter

Após a expansão imobiliária vivenciada nos últimos anos em Parnamirim – impulsionada pela proximidade  com a capital e o crédito facilitado – a cidade vive um segundo momento: o do crescimento de empreendimentos comerciais e serviços. Grandes marcas de varejo e atacado, como Walmart, Nordestão e Pão de Açúcar estão se instalando, onde já existem indústrias do setor têxtil, alimentício e de veículos, além de transportadoras.  Redes de shopping centers, como o Iguatemi e um grupo português, também apresentam interesse. 
Grandes grupos que começam a se instalar em parnamirim já desenham planos de expansão de olho no bairro. projetos vão desde supermercados a shoppings, mas muitos ainda são vistos como extraoficiais
Para se ter ideia do ritmo de crescimento na área, de janeiro de 2011 a 5 de janeiro deste ano, a Secretaria de Meio Ambiente e do Desenvolvimento Urbano de Parnamirim (Semur) emitiu 1.180 alvarás de construção, para todo tipo de empreendimento, incluindo os comerciais. O número de alvarás pode se desdobrar em cerca de 8 mil unidades residencias – já em construção.

Por ano, a taxa de crescimento populacional do município é de 6 mil pessoas para moradia. Uma área em especial chama a atenção: o bairro de Nova Parnamirim, na divisa com Natal, que cresce a níveis superiores à média regional, de 7,23%.

Levado sobretudo pelo rendimento médio domiciliar  de R$ 3.561,41, e o crescimento populacional com  21 mil domicílios e 54 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o interesse de grandes redes de atacado e varejo por Nova Parnamirim aumenta.

Caso fosse transformado em município compara o coordenador chefe do IBGE, Aldemir Freire, o bairro, o quinto mais populoso do Rio Grande do Norte, seria o oitavo em população e o primeiro em rendimento médio por domicílio. O rendimento médio domiciliar em Nova Parnamirim, de R$ 3.561,41, é superior inclusive ao rendimento médio domiciliar em Natal, de R$ 2.419,26, e em Parnamirim, R$ 2.658,88.

Se considerado o rendimento médio por número de domicílios, com base nos dados do IBGE, o bairro movimenta R$ 162 milhões. O valor supera  a soma de recursos distribuídos pelos municípios potiguares, por meio do Fundo de Participação dos Municípios, R$ 161 milhões.

De olho nesses números, o setor de comércio deve manter a marcha acelerada de desenvolvimento, sobretudo na área de consumo imediato. “Há uma atração maior de empreendimentos que dêem suporte à necessidade dos moradores, que possuem bom nível de poder aquisitivo”, afirma Aldemir Freire, economista e  chefe do IBGE no RN. Nesse sentido, os segmentos de farmácia, padaria, açougue mercados e supermercados, além de serviços, como escolas, clínicas e de entretenimento (bares e restaurantes) devem se expandir na região.

De acordo com o prefeito de Parnamirim, Maurício Marques, pelo menos três grandes redes têm interesse de expandir os negócios, com lojas no bairro: o Walmart (bandeira Hiperbompreço); o Pão de Açúcar (bandeira Extra) e o Nordestão, que acaba de entrar no segmento de atacarejo, com a construção do Superfácil.

O secretário de Meio Ambiente e do Desenvolvimento Urbano do município, Rogério Santiago, estima que cerca de 8 mil unidades residencias estejam em construção, sem contar os estabelecimentos comerciais. “Hoje temos, além da atração das grandes redes de supermercados, pedidos para construção de toda sorte de empreendimento, desde lojas de vestuário, centro comerciais, óticas, postos de gasolina a escritórios e clínicas”, disse.

Santiago  credita  a expansão imobiliária e do comércio  aos investimentos feitos em infraestrutura. O município detém quase a metade dos investimentos do programa federal Minha Casa Minha, com cerca de 3 mil unidades residencias em construção, nos bairros de Nova Parnamirim, Cohabinal, Pirangi, Cotovelo e Emaús.

Infraestrutura e renda servem de ímã a investimentos

Infraestrutura, poder aquisitivo e proximidade com Natal são apontados por analistas como os principais fatores responsáveis pela atração de investimentos para o município de Parnamirim. “Nos últimos 15 anos, Parnamirim passou de cidade do interior para Metrópole de interior, uma vez que empregou bem os recursos para investir em infraestrutura”, define o economista e coordenador do Departamento de Gestão Financeira da Universidade Potiguar (UnP) Janduir Nóbrega.

Além da infraestrutura existente no tocante a acessos, ruas asfaltadas, obras de saneamento, o bairro se beneficia ainda com projetos de  mobilidade urbana, do governo federal e estadual – como a duplicação da BR-101 e o prolongamento da Omar O’Grady.

O nascimento de atividades comerciais e serviços, explica Janduir Nóbrega, decorre do crescimento populacional,  não  apenas em Nova Parnamirim e no Centro, como também nas áreas de conurbação com o município vizinho Macaíba. “Com a expansão  imobiliária e consequente elevação da arrecadação do município, há maior capital girando e há também a necessidade imediata de instalação de comércio e serviços para atender a demanda”, afirma o professor.

O crescimento pode ser medido pela quantidade de lojas dos mais diversos tipos de segmentos instalados na cidade. A maior procura, segundo o Janduir Nóbrega, é por supermercados de bairros, vestuário, farmácia, entre outros. “O comércio voltado para atendimento em tempo real da classe C, classe média, comércios mais populares, que acabam desaguando nas grandes redes de supermercados que concentram estes serviços”, afirma.

Esse segundo momento – o da expansão do comércio- segundo o ex-secretário de planejamento de Parnamirim Jorge Cunha, pode ser bem percebida pela substituição de casebres, na região do Centro da cidade, por grandes empreendimentos. A taxa de urbanização da cidade chega a 85%, com apenas algumas áreas ainda não ocupadas. “O desenvolvimento econômico do município obedece a lei da oferta e da procura”, afirma. Entretanto, é preciso que haja maior controle dos locais ocupados. “A atração de novos investimentos precede de uma seleção de investimentos”, afirma.

A vantagem competitiva da cidade em possuir estrutura de escoamento da produção aero-rodo-ferroviária é um dos motivos apontados por Cunha, para Parnamirim ser hoje o maior município potiguar e o quarto maior em âmbito nacional. “A cidade tem vocação para logística e crescimento, embora não tenha aproveitado bem essas estruturas”, disse.

Setor de atacado e varejo avança e quer mais

A oitava loja da rede Nordestão, o Superfácil Atacado, misto de atacado e varejo, deve ser inaugurada no primeiro trimestre desse ano. A rede investiu R$ 10 milhões na nova unidade, localizada às margens da BR 101, no antigo centro de distribuição do Nordestão, em Emaús, Parnamirim, e empregará 250 pessoas, todas já em treinamento.

Rumores apontam que o Nordestão estaria de olho também em Nova Parnamirim. Mas não é o único. O Grupo Pão de Açúcar prevê investir R$ 38 milhões no bairro, para implantar uma loja Extra – a terceira no estado (outras duas funcionam em Natal), na avenida Maria Lacerda Montenegro. “O Grupo está negociando a aquisição de um terreno na Avenida, mas isso só irá ocorrer após, perante todos os órgãos públicos, a avaliação da documentação e aprovação do projeto de uma nova loja Extra no local”, disse, por meio da assessoria de imprensa, sem mais detalhes sobre o negócio. Informações extraoficiais apontam, entretanto, que o plano seria abrir a loja no primeiro semestre de 2012.

Parnamirim já tem uma unidade da Uvifrios, do Atacadão e do Maxxi Atacado.

A rede Walmart Brasil já conta no município, há seis meses, com o supermecado Maxxi Atacado. Com um investimento de  R$ 30 milhões e 100 funcionários, a empresa não divulga o faturamento no primeiro semestre de operação. Com a chegada do Maxxi ao estado, a única bandeira do Walmart a não estar presente no Rio Grande do Norte é o Tododia, formato de supermercados de bairro. Esta seria a possível proposta para Nova Parnamirim, segundo informações da Prefeitura.  No Estado, o Walmart controla as bandeiras Hiper, Bompreço, Maxxi e Sam´s Club. A interiorização é uma realidade, de acordo com o grupo, não só no RN, como nos demais estados da região Nordeste.

O grupo entretanto, nega que o grupo esteja em negociação para aquisição de um terreno, em Nova Parnamirim, onde hoje funciona o Clube da Cosern.

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