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Comércio varejista está em expansão

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EFEITO - Sérgio Cirne acredita no potencial de consumo da Zona Sul

Não importa a direção. De Norte a Sul, o comércio varejista de Natal está crescendo em diversos segmentos e 2007 chega com um amplo calendário de inaugurações, impulsionado pelo aumento da renda e da oferta de crédito. Marcas locais como Iskisita, Nordestão e Comjol estão investindo em novas lojas. Grandes grupos nacionais também estão de olho em quem mora por aqui: Lojas Maia, Wal-mart e Pão de Açúcar também querem mais espaço na Cidade do Sol.

Considerando apenas a nova loja da rede de supermercados Nordestão (Zona Leste), a da Iskisita (Zona Sul) e a da materiais de construção Comjol (Zona Norte), serão 400 novos postos de trabalho e 15,3 mil metros quadrados de área de vendas a mais na cidade – a maior parte, 12 mil metros quadrados – no Nordestão, que vai investir R$ 13 milhões para construir a unidade. Já a Iskisita, que vai se instalar dentro do shopping Via Direta, aplicará R$ 1 milhão na sua primeira filial. Extra e Wal-Mart já compraram terrenos – nas avenidas Engenheiro Roberto Freire e Alexandrino de Alencar, respectivamente – e estão com solicitações de licenças ambientais sendo analisadas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), mas ainda não divulgaram detalhes. Mas sabe-se que o Extra tem previsão para abrir as portas em novembro e, como a situação do Wal-Mart é semelhante, espera-se que também comece a funcionar este ano.

Além do ambiente favorável à expansão, as ampliações esperadas para o comércio varejista este ano também são resultado do amadurecimento de empresas como a Iskisita. Natalense, ela começou com um armarinho e, depois de 40 anos de crescimento, decidiu investir em uma filial, instalando uma loja de 650 metros quadrados voltada apenas para o varejo e de olho na população da Zona Sul da cidade. “É uma loja piloto. Se der certo, poderemos expandir para outros locais”, revela o diretor comercial da Iskisita, Sérgio Cirne.

Em 1986, eles se instalaram no Alecrim, bairro de comércio popular da Zona Leste. Lá reuniram o capital que não só vai possibilitar a expansão, mas que também já transformou-se em na atual matriz de 3,5 mil metros quadrados de área de vendas e em um centro comercial aberto há seis anos, chamado Shopping 10 e que fica vizinho à Iskisita. A primeira mudança que abriu o caminho para uma filial aconteceu há dois anos, quando a empresa, até então atacadista, decidiu entrar no mercado pujante do comércio varejista, passando a integrar o time do “atacarejo”. 

Cirne diz que boa parte de seus clientes se deslocam da Zona Sul busca dos preços da Iskisita. No Alecrim, encontram tumulto – no trânsito e nas calçadas – e não conseguem estacionamento. Ele assegura que clientes não sentirão diferença nos preços que serão oferecidos no Via Direta, já no conforto haverá ganhos, como climatização.

IPDC mostra crescimento do varejo  

Outro indicador que mostra a força do segmento vem do Instituto de Pesquisa da Federação do Comércio de Bens e Serviços do RN (IPDC). De acordo com a entidade, o comércio varejista da Região Metropolitana de Natal registrou aumento de 17,2% a mais do que no ano anterior, o melhor resultado entre as 15 áreas pesquisas pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), Ricardo Abreu, esses investimentos são conseqüência da modernização da cidade, que, cada vez mais, tem recebido empreendimentos turísticos e imobiliários de grande porte, aumentando a quantidade de pessoas que precisam – e podem pagar – por produtos e serviços está aumentando.  “A chegada de grandes grupos faz parte de planos de expansão para ocupar os espaços nos quais Natal ainda é carente”, comenta.

Outro fator apontado por Abreu é a maior facilidade ao crédito, tanto por parte dos consumidores como dos empresários.

Zona Norte conquista maior volume de investimentos

Enquanto os valores de investimento do Extra e do Wal-Mart não são divulgados, o maior volume previsto para este ano fica na Zona Norte de Natal – maior região administrativa da cidade, em população e área. É lá, para onde já foram Nordestão e Carrefour, que, em novembro, vai se instalar o Natal Norte Shopping, empreendimento de R$ 48 milhões e 180 lojas. Antes dele, no dia 13 de março, a loja de materiais de construção Comjol abre uma nova unidade na região.

Aumento da renda e construção da ponte Newton Navarro são os principais motivos que levaram esses empreendimentos ao “outro lado do Rio”, como a Zona Norte é conhecida, por ser separada da cidade pelo Rio Potengi. Para a Comjol, além deles, outros atrativos foram a disponibilidade de terrenos e a maior quantidade de imóveis que precisam de reformas. A nova loja terá 2,6 mil metros quadrados, um pouco menor do que a matriz, e um mix de 40 mil produtos, empregando 50 pessoas.

O diretor da Comjol, José Lucena, não diz quanto vai investir. E também faz segredo sobre as novidades que a nova unidade vai trazer, mas adianta que elas serão na área de crédito. No ano passado, o faturamento da área de varejo da Comjol teve acréscimo de 10,1%.

Com a loja da Zona Norte, ele espera fechar esse percentual em 25% este ano. O atacado também vai crescer. Ainda no próximo mês, a filial voltada apenas para atacado, na Avenida Nascimento de Castro, ganhará novo endereço, passando a funcionar na BR 101, em uma área de 45 mil metros quadrados, nove vezes maior do que a atual.

Mas os planos de expansão no atacado não se restringem ao RN. A Comjol está se preparando para, em 2008, abrir uma loja na Paraíba, onde já tem presença através das vendas realizadas com a unidade de Natal. 

Empresas precisam ser competitivas

Para o presidente da Associação de Supermercados do RN (Assurn), José Geraldo de Medeiros, o mercado para os supermercados em Natal está saturado e as empresas precisam se tornar mais competitivas, reduzindo custos e margens de lucro. No entanto, o interesse de grandes redes pela capital potiguar mostra que cada vez mais, os clientes de Natal serão disputados um a um. Em novembro, o Extra deverá abrir sua segunda loja em Natal, dois anos depois da primeira. O Wal-Mart, grupo ao qual o Bompreço pertence, também já está se preparando para colocar inaugurar outra unidade – ainda não se sabe a bandeira, mas empresários potiguares dizem que será voltada às classes de maior renda.

Embora não haja definições, está previsto que este ano o Nordestão vai construir mais uma loja, também de grande porte, na Zona Leste de Natal.
Devido a mudanças técnicas ocorridas este ano, a Secretaria Estadual de Tributação não pôde informar até o fim desta edição o faturamento do setor supermercadista do RN.

Contudo, sabe-se que a participação dele na arrecadação total de ICMS do Estado foi de R$ 51 milhões, 9,% a mais do que em 2006. A contribuição do setor representa 3,71% na bolo do imposto, mas em 2005 essa fatia era de 4,61%. Contudo, a SET divulgou ano passado que o faturamento do setor apresentou um crescimento significativo entre 2003 e 2005.

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