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Comitê discutirá últimos detalhes do evento em Natal

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Entre os dias 6 e 10 do próximo mês de junho, Natal sediará a reunião anual da World Aquaculture Society (WAS) – sigla em inglês para Sociedade Mundial de Aquicultura -, considerado o maior evento mundial do setor. Na edição de 2011, a WAS será realizada em conjunto com a 8ª edição da Feira Nacional do Camarão (Fenacam), ocupando uma área de 4 mil m² do Centro de Convenções de Natal e para a viabilização do evento, serão investidos mais de R$ 1,5 milhão. Na próxima terça-feira, executivos estrangeiros da WAS estarão reunidos no Ocean Palace Hotel, na Via Costeira. Eles fazem parte do comitê organizador da WAS e irão discutir os últimos detalhes da formatação do evento, que será realizado pela segunda vez no Brasil.

O evento será realizado em conjunto com a Fenacam, Feira que tem, entre os focos, discussões sobre o camarãoCom o tema “Aquicultura para um mundo em transformação”, a expectativa dos organizadores é reunir cerca de 4,5 mil estudiosos de todo o mundo no congresso e nos workshops. Durante o evento, aproximadamente 120 empresas de várias partes do Brasil e de dezenas originárias de outros países, irão expor produtos e serviços voltados para o mercado da aqüicultura, como rações, aeradores, moto-bomba, equipamentos de monitoramento da água e embalagens.

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, afirma que o evento contará ainda, com um amplo espaço para apresentação de trabalhos técnico-científicos, envolvendo um auditório para as palestras do 8º Simpósio Internacional de Carcinicultura e mais doze salas para a realização de workshops.

Rocha lembra que o mais recente evento realizado no Brasil em conjunto com a WAS foi em 2003, na Bahia, e reuniu cerca de 4 mil pessoas. “A nossa expectativa é ter um público maior ainda, uma vez que a realidade hoje é diferente e já temos 75 cursos profissionalizantes na área de aquicultura, realizados nos institutos federais, em todo o Brasil”, afirma.

Na avaliação do presidente da ABCC, o maior resultado que um evento desse porte pode trazer para o estado é promover o contato dos produtores locais com novas tecnologias a ser empregadas no desenvolvimento do setor. “Haverá empresas de todo o mundo expondo seus produtos e se não fosse este evento, demoraríamos de dois a quatro anos para conhecer produtos e equipamentos que são empregados em outros países”, diz.

Mas há outras vantagens em sediar o evento, como uma maior possibilidade na realização de novos contratos e parcerias, devido ao intercâmbio entre empresários de diferentes nacionalidades. “Em relação ao setor turístico, podemos considerar que os participantes serão turistas em trânsito por Natal durante uma semana, fazendo compras, visitando pontos turísticos, frequentando restaurantes, alugando carros ou utilizando taxis e o transporte público”, acrescenta Rocha.

Serviço

Site para inscrições de participantes brasileiros: www.fenacam.com.br

Já os estrangeiros podem se inscrever pelo site: www.was2011.com.br

Histórico

A WAS foi fundada em 1969 e já passou por vários países com o objetivo de fomentar a troca de informações, modernizar e profissionalizar o setor de aquicultura em todo o mundo. Será realizada pela segunda vez no Brasil, a  primeira foi em 2003, na cidade de Salvador (BA), quando reuniu milhares de participantes e foi considerada pelos organizadores um dos maiores eventos realizados por eles. O comitê acredita que este sucesso será repetido em Natal.

bate-papo – Itamar Rocha » presidente da ABCC

Qual o principal risco com a liberação sem medida das importações?

É um risco muito grande por que os prejuízos que essas doenças já causaram nos países que não tem medidas é devastador. Quando entra qualquer tipo de doença para os camarões a indústria fecha. E não podemos correr esse risco. A nossa indústria está em um momento importante de retomada e isso exige cuidados especiais.

Além das doenças, quais os principais entraves para o crescimento do setor?

Hoje em dia o que o setor mais necessita é da licença ambiental para os pequenos produtores. Sem isso eles não podem ter crédito para o crescimento e ficam na ilegalidade. É preciso um apoio maior do governo.

O senhor acredita que com a mudança do governo o RN poderá mudar a dificuldade em conseguir licença para os pequenos produtores?

Acredito que sim. Temos um diálogo aberto com o novo governo e nosso compromisso é claro. Temos um posicionamento no mercado com a qualidade do produto e principalmente com os três pilares fundamentais: social, ambiental e a sustentabilidade.

Quais impactos Sócios Econômicos que a produção do camarão tem no Brasil?

O agronegócio do camarão cultivado vem assumindo importância social crescente no Brasil, em especial, na Região Nordeste, que responde por 98% da produção nacional desse setor, que já conta com 1.200 produtores, envolvendo uma área de 18.500 hectares de viveiros, gerando 50.000 empregos, cuja produção de 65.000 toneladas de camarão contribuiu para a obtenção de uma receita de US$ 300 milhões de dólares em 2009. Por esses dados nós temos uma noção clara do cuidado que precisamos ter.

Piscicultura e carcinicultura buscam incentivo

Sobre a atual realidade da piscicultura no Brasil, Itamar Rocha diz que o setor tem muito a se desenvolver e, para isso, deveria receber mais incentivo do poder público.

O presidente da ABCC diz que, atualmente, o Brasil é o 4º maior importador de pescado do mundo, tendo importado US$ 1 bilhão de dólares de pescado em 2010. Para ele, não há justificativa para que o país ocupe essa posição. “Ninguém tem as condições e os recursos naturais que o nosso país possui, para se desenvolver no setor. É preciso despertar para as nossas potencialidades e transformá-las em oportunidades, para aqueles que buscam investir na aquicultura brasileira”, ressalta.

A burocracia nos licenciamentos dos produtores de camarão e as doenças vindas da Ásia são hoje os principais entraves para o crescimento do setor em todo o Brasil. Preocupado com estes obstáculos, Rocha levou o assunto ao Ministério da Pesca e Aqüicultura e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O resultado foi uma visita da Ministra da Pesca Ideli Salvatti, no final do mês passado, com a missão de desburocratizar as licenças dos 560 produtores de camarão do Rio Grande do Norte. “Estivemos juntos em Brasília para discutir os principais entraves do setor e sem dúvida a liberação das licenças é o maior deles. A vinda da Ministra foi fundamental”.

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