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Compareço e não esqueço

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Paulo Castelo Branco – Advogado

Preocupado com o declínio nas intenções de votos, e ciente das dificuldades dos seus eleitores de cabresto para chegar aos postos de votação, o candidato Lula, assustado com a repercussão da descoberta da compra de dossiês por seus companheiros, apelou para que seus eleitores compareçam para votar. A propaganda diz: Sou Lula e compareço. Se o eleitor atender ao candidato, é possível que sua votação não atinja o número que espera para vencer a eleição no primeiro turno; isso, em virtude da ação eficiente da oposição que conseguiu carimbar a imagem de Lula aos seus assessores.

Demorou até que a verdade chegasse aos cantões dominados pelas bolsas de tudo, distribuídas pelo governo, mas, parece, que, afinal, as pessoas honestas e necessitadas perceberam as falsidades que são empurradas goela abaixo pela publicidade milionária que varreu as cidades pobres do país. Agora, com a história dos desvios de conduta de vários dirigentes do Partido dos Trabalhadores e de amigos diletos do presidente, o eleitor deverá modificar o apelo e transformá-lo no “Sou eleitor, compareço e não esqueço”. Se o povo não falhar na hora do voto e preferir a votação em segundo turno, irá conhecer os porões de um governo que o engana há quase quatro anos em troca de migalhas, roubando-lhe a dignidade, a vergonha e o caráter de uma geração que vivia à espera de um dos seus no poder para mudar sua vida.

Depois de matar a esperança dos brasileiros, de termos um país governado por políticos sérios, o presidente Lula afirma que irá matar a eleição no primeiro turno. Lula, que já havia se comparado a Jesus Cristo, Tiradentes e Getúlio Vargas, pode mesmo estar certo: de Cristo, ficou com a crucificação; é claro que um martírio resultante da sua péssima percepção sobre o comportamento de companheiros. A cruz que hoje carrega é por desleixo. De Tiradentes, com o laço da forca passado em seu pescoço, igualmente por ter subido no cadafalso espontaneamente, deixando o aperto do nó por conta da oposição que, finalmente, se encorajou e partiu para utilizar os métodos petistas de fazer campanha. Não deixarão pedra sobre pedra, e as usarão para quebrar as vidraças dos pilantras. Por último, Getúlio Vargas. É com este que Lula realmente se assemelha. Tal qual o governo de Getúlio, o governo de Lula está sucumbindo pela força da corrupção e dos atos criminosos praticados por seus auxiliares que é impossível acreditar que nem rumores sobre os descalabros chegassem aos seus ouvidos.

As investigações da Polícia Federal sobre o dossiê, agora lentas e ineficientes, chegarão à origem do dinheiro apreendido e aos mandantes da estúpida ação de inteligência de campanha logo após o primeiro turno. Lula não poderá se surpreender com o que surgir, pois, desde as filas dos aposentados e pensionistas que Lula já deveria ter afastado Ricardo Berzoini das redondezas do poder; no entanto, por não saber de nada, o presidente só exclui, do convívio pessoal e da assessoria, auxiliares que são pegos em flagrante delito. É por esta razão que se sente, sempre, traído.

Quando tudo indicava que não existia mais ninguém para defender o presidente, eis que surge o deputado Aldo Rebelo, presidente da Câmara Federal, recuando aos tempos de Revolução Russa e afirmando que as ações democráticas da oposição são a busca da vitória no tapetão do judiciário. Essa história de tapetão está mais ligada às comparações futebolísticas feitas por Lula do que aos procedimentos judiciais que nos garantem os direitos constitucionais e a lisura do pleito. Alegar golpes, como fazem o candidato Lula e seus companheiros, é tática para desviar a atenção dos eleitores para a imensidão de provas das falcatruas praticadas no governo, e a constatação disso é o indiciamento de políticos, ministros, assessores, companheiros e churrasqueiros. De tudo, Lula tem uma única razão: formam, mesmo, um bando de aloprados.

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