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Competição acirra estratégia

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ELO - Valdir diz que consumidor é beneficiado com preços menores

Muitos supermercadistas potiguares já estão colhendo os frutos de uma estratégia que ganha cada vez mais força no setor: unir-se com concorrentes para gastar menos com compras, campanhas publicitárias e serviços administrativos. Assim, conseguem preços menores e acabam ganhando competitividade frente às grandes redes, principalmente Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar. No estado, quem está voando mais alto neste céu de novas oportunidades é o Nordestão; o grupo potiguar é o único nordestino na Rede Brasil, que está se consolidando no país e tem representantes em nove estados.

Ainda voltada para definição de seu formato jurídico e fechada para a mídia, a Rede Brasil existe há dois anos e é integrada por 13 supermercados de médio porte, que se reuniram como pequenos Davis para enfrentar a forte concorrência imposta pelos três Golias do setor: a francesa Carrefour, a norte-americana Wal-Mart e a brasileira Pão de Açúcar. O Nordestão não participou da idealização, mas foi convidado e aceitou o desafio. Por enquanto, a Rede Brasil não quer aparecer como marca, pois está costurando contatos com fornecedores, muitos deles estrangeiros. Atualmente, a união das 13 empresas funciona para troca de experiências e aprendizados – o benchmarketing – e compra de importados, como vinhos, chocolates e bacalhau. Algumas indústrias brasileiras já vendem para a Rede Brasil, mas, em geral, elas ainda resistem. Mas o esforço vale a pena. O Nordestão, por exemplo, deverá ter uma economia entre 10% e 20% na compra de equipamentos que a Rede Brasil vai fazer em breve.

O movimento das associações de supermercados está tão presente no setor que, em 2003, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) criou um grupo específico para cuidar do assunto, o Comitê Abras Redes e Associações de Negócios. Segundo informações da instituição, em 2005 este segmento movimentou R$ 14,2 bilhões em todo o país – valor 10,7% acima do que o resultado de 2004 e maior do que o faturamento do Carrefour no mesmo ano.

Foi também em 2003, e através de um evento da Abras, que 23 micro e pequenos empresários potiguares decidiram reunir esforços. Eles, que, além dos gigantes nacionais e multinacionais, também tinham o Nordestão e a Rede Mais como concorrentes, viram na associação uma forma de ganhar competitividade e atrair mais clientes, com preços mais baixos e campanhas publicitárias que, sozinhos, não poderiam sequer pensar em fazer. O presidente do grupo, Valdir Farias, conta que, um ano depois, surgiu a Associação dos Varejistas do Rio Grande do Norte (Avern) e, em 2005, eles ganharam uma cara para o consumidor: SuperShow Supermercados, hoje presente em Natal, Parnamirim, São Gonçalo e Monte Alegre.

Empresários se juntam em associação

 Revistas, internet e experiências que já tinham dado certo, como a Rede Mais, foram fontes importantes para que 10 empresários do interior do estado decidissem criar sua própria associação de supermercados: a Rede 10, fundada em 2000 e que hoje tem 12 lojas no total, sendo 10 em Mossoró, uma em Umarizal e uma em Patu. “Embora estejamos com a inflação controlada e o mercado muito disputado, houve um sensível aumento no faturamento individual das lojas, lógico que com variações, umas mais outras menos”, conta um dos diretores, Francisco Júnior, mais conhecido como “Júnior da Gente”. Juntos, eles compram em maior volume e podem vender por preços mais baixos, além de dividirem investimentos. Uma estratégia que lhes fortalece diante da concorrência em suas cidades e lhes dá mais fôlego para a possível chegada de um grupo maior – o Carrefour está em negociação para instalar uma loja no Mossoró West Shopping, que será aberto em maio.

Um dos modelos observados pela Rede 10, a Rede Mais é outra prova que o associativismo é uma das melhores saída para crescer entre forte concorrência. Com cerca de 14 mil metros quadrados em área de vendas, quase 1,5 mil funcionários e um faturamento anual de aproximadamente R$ 192 milhões, este ano a rede inaugura uma nova loja em Macau, a 24ª da rede. Iniciada como central de compras, a associação foi criada em 1997, mas a bandeira Rede Mais veio somente quatro anos depois. Depois de ingressar na rede, que não está à procurar de novos sócios, houve quem experimentasse o invejável aumento de 50% no faturamento.

Agora, como integrantes de uma empresa, os 18 diretores dividem entre as suas lojas uma administração central e ações de publicidade, propaganda e marketing. A política de preços também é combinada: os valores divulgados nas propagandas devem ser respeitados, fora disso, há uma espécie de “liberdade vigiada”. “Não queremos concorrência dentro do próprio grupo”, explica o presidente da Rede Mais, Ricardo Sobral. Ele esclarece que, como compram pelo mesmo preço, é possível saber quando alguém está vendendo com uma margem acima do que deveria. Para ele, outro aspecto positivo da associação foi a unificação do setor de Recursos Humanos, que permitiu fortalecer a unidade da rede, com contratações e treinamentos iguais para todas as lojas. 

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