Moradores da comunidade do Mosquito, zona Oeste de Natal, testemunharam nova madrugada de violência e morte nesta sexta-feira (29) quando um adolescente de 17 anos foi morto durante confronto com a Polícia Militar do RN. A PM foi acionada pela população, preocupada com a tentativa de invasão da comunidade por criminosos de grupos rivais. Houve confronto e troca de tiros. O adolescente alvejado chegou a ser socorrido pelos policiais e encaminhado ao Hospital Santa Catarina, mas não resistiu aos ferimentos.
Uma segunda morte ainda foi registrada na comunidade ontem pela manhã: moradores encontraram o corpo decapitado de um homem ainda não identificado. Ele teria sido morto por membros do grupo criminoso rival que tentou invadir por três vezes a comunidade ao longo da noite, segundo informações da polícia.
De acordo com informações preliminares da própria PMRN, testemunhas disseram que dois grupos formados por cerca de 20 homens chegaram de barco pelo Rio Potengi e através da Av. Felizardo Moura – onde os criminosos quebraram o vidro de um carro para tentar impedir o tráfego na via que dá acesso à ponte de Igapó.
Rotina
Esta é a terceira semana consecutiva de ações realizadas pela Polícia Militar do RN na comunidade do Mosquito, localizada às margens do Rio Potengi entre os bairros Nordeste e das Quintas, zona Oeste de Natal. As operações visam conter a onda de violência que aflige os moradores do lugar.
No último dia 13 de junho, o Mosquito já havia sido palco de cenas de violência explícita: três homens morreram durante intensa troca de tiros com a polícia. A operação resultou na apreensão de armas, drogas, recuperação de material roubado, e cinco prisões; nenhum policial se feriu. No mesmo dia, um quarto homem foi executado.
Segundo informações apuradas naquela data pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, esta quarta vítima seria integrante de um grupo criminoso e responsável por avisar aos outros membros sobre a presença de policiais. Relatos indicam que ele estaria dormindo no momento que o efetivo da PMRN chegou à comunidade, e não alertou os comparsas. Acabou executado por esse motivo.
Na ocasião, após a saída dos policiais, parte dos moradores do Mosquito protestaram contra a onda de violência na comunidade bloqueando o tráfego na Av. Felizardo Moura, uma das principais vias que interliga a zona Norte às demais regiões da capital, com o corpo do homem que havia sido executado.
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Militar do RN relatou que uma equipe do Batalhão de Choque estava em uma operação de rotina na região quando foi surpreendida pelos bandidos. “Todos os dias, cumprimos a ordem de serviço para intensificar o patrulhamento em áreas consideradas críticas. Hoje, quando o nosso efetivo chegou lá (no Mosquito), os criminosos atiraram deliberadamente contra os policiais”, declarou o setor de comunicação da corporação.
