A equipe de reportagem tentou contato com os analistas da Conab no RN para saber a razão do incremento, mas nenhum deles atendeu. Para Aldemir Freire, economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no estado (IBGE/RN), qualquer aumento na oferta se refletirá no preço dos grãos.
“Embora a nossa produção não atenda toda a nossa demanda, a tendência é que os preços caiam, com o aumento na oferta de grãos, principalmente de feijão”. O economista observa, entretanto, que ainda é cedo para precisar como a produção de grãos se comportará no Rio Grande do Norte.
A safra, esclarece ele, depende da definição do regime de chuvas, e o aumento, na verdade, poderá se tratar apenas de uma recuperação das últimas perdas. “Nós mesmos (do IBGE) só divulgaremos nosso levantamento em março”, adiantou.
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É justamente em março que agricultores do Alto Oeste costumam começar a plantar, afirma Ambrósio Lins, presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no RN (Fetarn). A maioria dos produtores ainda aguarda as primeiras chuvas para iniciar o plantio, acrescenta Ambrósio. O endividamento do homem do campo, que gastou boa parte de seus recursos durante a seca, pode atrapalhar a recuperação da lavoura, mas não deverá comprometer a próxima safra. “Se chover, ele vai plantar”., garante o presidente da Fetarn.A falta de chuvas verificada sobretudo em estados como Rio Grande do Norte e Ceará fez o preço de vários itens da cesta básica disparar. O preço do feijão chegou a subir 20,1%, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2013, passando de R$ 16,43, para R$ 19,74, uma saca com 4,5 quilos, de acordo com o último levantamento divulgado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). Outros itens registraram incremento ainda maior, como os legumes.
A expectativa, porém, é de que volte a chover no semiárido em 2014. De acordo com o meteorologista Gilmar Bistrot, “a evolução das variáveis que controlam as chuvas no Nordeste se mostram favoráveis a um inverno regular”.
