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“Conflitos vão acabar na campanha”

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TROCA-TROCA - Alckmin defendeu fidelidade partidária nas legendas

Governador Valadares, MG, (AE) – O pré-candidato do PSDB Geraldo Alckmin, disse ontem que os desentendimentos entre pefelistas e tucanos têm de acabar até o início da campanha eleitoral, em julho. “Esses desentendimentos aí têm prazo para acabar. Qual o prazo? É quando começar a campanha”, enfatizou, em visita a Governador Valadares (MG). “Quando começar a campanha, toda a energia se dirigirá ao adversário.” Ao ser questionado sobre as críticas do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), à estratégia de sua campanha, Alckmin disse que prefere não maximizar os episódios. E que concorda com a declaração de Maia de que as discussões não “atrapalham em nada” seu desempenho eleitoral. “Seria bom que não tivesse o diz-que-diz. Agora, na prática, (o prejuízo) é zero.”

Para ele, esse “diz-que-diz” é uma “bobagem” que faz parte do processo e o mais importante é a concretização da aliança entre os dois grandes partidos de oposição ao governo Lula. O pré-candidato repetiu que quer ampliar a aliança e vai trabalhar para atrair o PMDB, caso o partido não tenha candidato. Sobre as pesquisas, o tucano de novo procurou mostrar despreocupação, afirmando que está “bastante feliz” com seu “piso”, na casa dos 20%. Lula tem, em média, 40% das intenções de voto. “A nossa tarefa é ir para o segundo turno. Segundo turno é outra eleição.”

Alckmin disse que o presidente francês, Jacques Chirac, o aconselhou a não dar “muita bola” para as pesquisas – os dois tomaram café da manhã em Brasília. “Se eu dependesse de pesquisas nunca teria sido eleito na França, pois sempre estive atrás dos adversários”, disse Chirac, segundo o tucano. Na conversa, o tema predominante foi a reforma política e Alckmin defendeu a necessidade de o Brasil implantar a fidelidade partidária para evitar o troca-troca de legenda. Outro foi a inserção do Brasil no cenário internacional e a prioridade para o crescimento econômico que o tucano quer dar em seu programa de governo. O presidente francês disse ser simpático à reivindicação do Brasil de se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

No início da tarde, Alckmin chegou a Governador Valadares em ritmo de campanha. No aeroporto, foi recebido por líderes regionais tucanos e pelo secretário de Governo, Danilo de Castro, que representou o governador Aécio Neves. Faixas de apoio, inclusive uma assinada por valadarenses nos Estados Unidos, saudavam o pré-candidato, que seguiu em carreata – animada por um carro de som – até uma emissora de TV, onde deu entrevista. Depois, ele fez uma palestra numa faculdade de Direito e visitou o mercado municipal, onde cumprimentou e abraçou pessoas e tomou caldo de cana. Na região que tem o maior fluxo migratório ilegal para os EUA no País, Alckmin prometeu que se eleito fará “um esforço diplomático” pela regularização do “máximo possível” de brasileiros que vivem ilegalmente nos EUA. Ele disse que os imigrantes brasileiros atualmente estão “sozinhos, abandonados”.

O tucano aproveitou para cobrar que o Brasil volte a ser um país de oportunidades. “As pessoas não saem porque querem, saem pela dificuldade. Não têm emprego aqui.” Alckmin voltou ao assunto na palestra na faculdade e foi bastante aplaudido. “Vamos jogar o peso do Brasil, o peso da nossa diplomacia para ajudar a resolver os problemas dos nossos irmãos de Governador Valadares e região.”

Segundo o prefeito José Bonifácio Mourão (PSDB), cerca de 40 mil valadarenses vivem nos EUA ontem. A economia da cidade, que tem 270 mil habitantes, é em grande parte movimentada pelas remessas de dólares. A prefeitura estima que o envio mensal dos imigrantes chegue a US$ 8 milhões.

Na programação de ontem em Minas Gerais, Geraldo Alckmin também criticou o desempenho econômico do atual governo. O tucano vinculou os episódios ao baixo crescimento da economia nacional e ao contingenciamento pela União de repasses aos Estados para a área da segurança pública.

“O Brasil crescendo, 2%, 3%, como cresceu no ano passado, nós vamos ter uma crise social", disse, afirmando que caso seja eleito, "em janeiro, os fundos constitucionais (citou Fundo Penitenciário Nacional e o Fundo Nacional de Segurança Pública) vão estar liberados". Para combater o crime organizado, o candidato do PSDB também afirma que é necessário reforçar policiamento nas fronteiras para inibir o tráfico de armas e de drogas.

Conselho político encerra embate

Rio (AE) – Um dia após criticar a pré-campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência e tornar público o embate entre tucanos e pefelistas, o prefeito Cesar Maia (PFL) elogiou o programa eleitoral do PT que foi ao ar na véspera e disse que o partido “por enquanto” está ganhando a guerra da comunicação. Maia recebeu em seu gabinete o pré-candidato a vice na chapa tucano-pefelista, senador José Jorge (PFL-PE), e afirmou que a criação, prevista para terça-feira, de um conselho político para discutir os rumos da campanha encerrou a polêmica com os tucanos

“Decidi (encerrar a polêmica) faz mais ou menos uma hora e meia, quando o senador chegou aqui”, disse o prefeito. Ontem (25), Maia havia afirmado que continuaria a criticar publicamente a pré-campanha do PSDB enquanto não houvesse um comando unificado de tucanos e pefelistas. “O PFL é um partido de certa maneira leninista, porque o centralismo democrático funciona no PFL”, declarou. “Quando a sua direção estabelece uma linha de atuação, todos podem discordar, mas deixam de fazer parte do corpo decisório. O conselho político estando presente, tomando uma decisão, todos nós dirigentes estaremos absolutamente disciplinados, dentro do PFL, não posso falar do PSDB.”

José Jorge disse que conversou com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), antes do almoço com o prefeito e afirmou que ele “está com o mesmo espírito de encerrar a discussão e levar esses temas para o conselho político”. Indagado se faria sugestões de mudança de rumo na campanha, o senador disse que ainda não existe campanha. “Ainda estamos na fase de formatação. O que temos hoje é pré-campanha.” Segundo ele, a primeira missão é levar o candidato para o segundo turno. “O raciocínio do prefeito acho que é político, o meu é aritmético. Nós não estamos longe de chegar ao segundo turno.” Segundo ele, a polêmica aberta por Maia não representa divergência.

O prefeito disse que a polêmica não é desejável, mas ocorre apenas na mídia impressa, sem grande repercussão e o impacto que se imagina. “Está interrompida (a polêmica). Não há vencedores nem derrotados.” Maia sugeriu mudança na política de comunicação da campanha que estimule os eleitores e “os nossos” a acreditar na candidatura, votar e pedir voto.

“Tem que ser um desafio percebido como factível. Estamos a quatro pontos de chegar ao segundo turno. É preciso dar um sinal de que o poder está próximo, e o poder está próximo, estamos convencidos disso”, disse ele, referindo-se à soma das intenções de voto de pré-candidatos.

Tucano critica impunidade no Congresso

Belo Horizonte (AE) – O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, criticou o Congresso Nacional durante palestra a cerca de 250 empresários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Alckmin apontou a impunidade do Congresso em relação às recentes denúncias de corrupção e afirmou que esse quadro político é de baixa governabilidade. Ele disse que, se eleito, a primeira reforma que fará será a política, com a aprovação da fidelidade partidária. “Pretendo, nos primeiros meses do ano que vem, aprovar um item que é a fidelidade partidária.”

De acordo com Alckmin, apenas com esse mecanismo o número de partidos se reduziria para no máximo oito legendas, o que diminuiria o número de interlocutores e garantiria “um mínimo de governabilidade”. A segundo reforma, de acordo com ele seria a tributária.

Alckmin criticou o instituto da reeleição e afirmou que um segundo mandato não tem o mesmo “empuxo” que um governo novo. De acordo com ele, com o processo de reeleição o que o governante não fez em quatro anos também não vai fazer no segundo mandato. Ele afirmou ser preciso “um time novo para dar uma pedalada mais rápida e atingir o crescimento”.

O pré-candidato recebeu o apoio dos empresários da Fiemg O presidente da federação, Robson Braga de Andrade, disse esperar que todas as questões do programa de governo relacionadas à economia não fiquem como promessa de campanha, mas como um projeto de governo. “Tenho a confiança de que o senhor vai ser essa pessoa para implementar um programa como esse”, disse.

Alckmin disse também que é necessário “aperfeiçoar” a Lei de Execuções Penais e o Código de Processo Penal para o enfrentamento do crime organizado no País. “Hoje você tem uma lei muito dura com o bandidinho, mas muito fraquinha com o crime organizado, com a lavagem de dinheiro e com esses grandes criminosos. Nós vamos modificar isso”, afirmou Alckmin ao responder a uma pergunta sobre a onda de violência que atingiu São Paulo.

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