Pelo menos 25 pessoas morreram nessa terça-feira (18) em confrontos entre manifestantes e a polícia em Kiev, capital da Ucrânia, informou hoje (19) o Ministério da Saúde, em comunicado. Além das mortes, 241 pessoas foram hospitalizadas, incluindo 79 policiais e cinco jornalistas.
O presidente Viktor Yanukóvich considerou que, com os confrontos de ontem em Kiev, a oposição “ultrapassou os limites”. Os oposicionistas apelaram ao uso de armas para enfrentar as forças policiais. Yanukóvich garantiu que os responsáveis serão levados à Justiça e destacou que a sua posição “não é um capricho”, mas uma obrigação constitucional.
A crise política na Ucrânia começou no fim de novembro, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente Viktor Yanukóvitch de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia.
Depois dos confrontos no fim de janeiro, desencadeados pela aprovação de legislação limitadora do direito de manifestação, governo e oposição iniciaram negociações que levaram à demissão do primeiro-ministro Mikola Azarov e à retirada de manifestantes da Câmara Municipal de Kiev e de outros edifícios públicos ocupados.
O processo de negociação permitiu ainda a aprovação de anistia para todos os manifestantes detidos em confrontos com a polícia.
Rússia considera protestos tentativa de golpe de Estado
A Rússia classificou hoje os protestos na Ucrânia como uma tentativa de golpe de Estado e exigiu que os líderes da oposição ponham um fim imediato à violência.
“Trata-se de uma tentativa de golpe de Estado”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em um comunicado, referindo-se aos protestos que entre ontem e hoje se tornaram violentos confrontos com a polícia.
“A Rússia exige que os líderes [da oposição] façam cessar o derramamento de sangue no país e retomem sem demora o diálogo com o poder legítimo, sem ameaças nem ultimatos”, acrescenta o texto.
Um porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, informou que o chefe de Governo da Rússia falou por telefone com o presidente ucraniano, Viktor Yanukóvitch, sobre a crise política, mas destacou que Putin “não dá conselhos”.
“Houve uma conversa por telefone ontem [terça-feira] à noite. O presidente da Rússia nunca deu nem dá conselhos ao seu colega ucraniano sobre o que fazer e como, e não planeja fazê-lo no futuro”, disse Dmitry Peskov.
Com informações da Agência Brasil