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Conservadores perdem terreno

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Londres (AE) – O Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico David Cameron, sofreu grandes perdas nas eleições locais realizadas, numa aparente punição dos eleitores em razão da aplicação de duras medidas de austeridade e da paralisação da economia. No início da noite, quando faltava encerrar a contagem de apenas cinco das 181 localidades onde foram realizadas eleições na Inglaterra, País de Gales e Escócia, o Partido Conservador havia perdido cerca de 400 assentos, incluindo alguns no distrito que o primeiro-ministro David Cameron representa no Parlamento.  Embora os resultados não coloquem em risco a liderança de Cameron, eles fizeram com que a base do partido pedisse a ele que abandone algumas de suas políticas mais liberais, dentre elas o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Cameron: sinais de insatisfação nas urnas pelas medidas de austeridades que travam a economia
Os números indicam que conservador Boris Johnson deve conquistar um segundo mandato de quatro anos como prefeito de Londres e governar a cidade durante os Jogos Olímpicos. Esta vitória deve ter um sabor agridoce para Cameron. Se por um lado é um alívio para as perdas sofridas pelo partido, por outro consolida o papel de Johnson como um rival na liderança da legenda.

Cameron também sofreu um golpe em relação a suas expectativas legislativas, já que nove cidades – dentre elas Manchester, Birmingham e Newscastle-upon-Tyne – votaram contra o projeto que lhes permitiria eleger diretamente seus prefeitos. O premiê esperava que novos governadores municipais e comissários de polícia eleitos, como ocorre nos Estados Unidos, ajudaria a retirar parte do poder de Westminster e colocá-lo nas mãos das comunidades locais. Bristol, no sudoeste da Inglaterra, foi a única cidade a votar a favor das eleições diretas.

Assim como Cameron, os Liberal-democratas – partido do vice-primeiro-ministro Nick Clegg, que faz parte da coalizão de governo – perdeu cerca de 300 conselheiros, o que os coloca na pior posição desde a formação da legenda, em 1988.

Na Escócia, Alex Salmond, do separatista Partido Nacional Escocês, obteve vitórias tempos antes do aguardado referendo de 2014 sobre a independência do país. Em outros locais do território britânico, o Partido para a Independência do Reino Unido, que defende a saída do país da União Europeia, também avançou. Já a legenda de extrema-direita Partido Nacional Britânico perdeu todos os seis assentos em conselhos que estavam em disputa.

O líder do principal partido de oposição, o Trabalhista, Ed Miliband, comemorou o renascimento de seu próprio partido, que deixou o governo nacional após a eleição de 2010. Os trabalhistas conquistaram o governo de 32 autoridades locais e mais de 800 novas cadeiras em conselhos em todo o país. “Somos um partido que está recuperando a confiança das pessoas, reconquistando espaço, mas ainda há muito trabalho a fazer”, disse Miliband, enquanto os votos continuavam a ser contados em todo o país. “As pessoas estão sofrendo com essa recessão, estão sofrendo com a elevação dos impostos para eles e o corte de impostos para os milionários”, declarou ele.

Cameron disse que as perdas nas urnas eram esperadas e que seu governo sofre por ter tido de colocar em prática as duras medidas econômicas após a crise econômica. “Esses são tempos difíceis e não há respostas fáceis”, reconheceu Cameron. “O que temos de fazer é tomar decisões difíceis em relação à dívida, déficit e à economia quebrada que herdamos.” Dados mostram que a maioria dos britânicos havia decidido não ir às urnas. O comparecimento esperado era de 32%, o menor para uma eleição desde 2000.

Extrema direita põe imigração no centro do debate na França

Paris (BBC/ABr) – Na reta final da campanha para as eleições presidenciais francesas, o candidato socialista, François Hollande, prometeu reduzir a entrada de estrangeiros no país, e o presidente Nicolas Sarkozy adotou um discurso ainda mais radical sobre o tema. “No atual período de crise, é indispensável limitar a imigração de pessoas que buscam trabalho (na França)”, disse Hollande, favorito nas pesquisas com 52,5% a 54% das intenções de voto. O candidato socialista também disse que lutará contra a imigração clandestina.

Porém, enquanto Sarkozy prometeu cortar pela metade o número de imigrantes que entram legalmente na França (180 mil em 2011), Hollande preferiu não fixar metas para uma redução desse contingente. O candidato socialista havia evitado abordar o tema da imigração durante boa parte da campanha, recusando-se a responder em inúmeras entrevistas se, como Sarkozy, também achava que havia “imigrantes demais” no país. O socialista também vinha se recusando a fazer comentários sobre a sua proposta de conceder direito de voto a estrangeiros não-europeus nas eleições municipais.

O que colocou a imigração no centro do debate eleitoral neste segundo turno foi o apoio obtido pelo partido de extrema direita Front National no primeiro turno, em 22 de abril. A candidata Marine Le Pen, que disputou as eleições pela primeira vez, obteve o melhor resultado histórico do partido, com 18% dos votos.

Pressionado pela imprensa francesa e por Sarkozy a se posicionar sobre a questão da imigração, Hollande endureceu seu discurso numa tentativa de atrair eleitores da extrema direita – ainda que continue bem mais moderado do que o rival sobre esse tema. Cerca de metade dos imigrantes que entram legalmente na França, o fazem por razões de ordem familiar (por exemplo, para casar-se com um francês ou reunir-se com parentes que já estão no país).

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