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Construtoras lançam 3 mil unidades

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AÇÃO - As construtoras reclamam da burocracia exigida pela Semurb

Os empresários da construção civil do Rio Grande do Norte estão otimistas quanto ao desempenho do setor este ano. O volume de negócios previsto é de R$ 300 milhões e a quantidade de lançamentos imobiliários deve chegar a duas mil unidades, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RN), mas pode até chegar a três mil imóveis porque algumas das maiores construtoras do Estado não informaram, por enquanto, o total de lançamentos ao Sinduscon-RN.

As construtoras afirmam que é grande o volume de lançamentos nesses três primeiros meses do ano porque muitos deles deveriam ter sido lançados no ano passado. Mas a burocracia e lentidão na avaliação e liberação de licenças por parte de alguma secretarias municipais de Natal, como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), retardou o processo de comercial.

Os investidores dizem que a consolidação dos lançamentos dependem de várias componentes – do cenário político ao desempenho da economia em âmbito nacional – e que por enquanto os empreendimentos projetados atendem principalmente as classes sociais com poder compra mais elevado. A expectativa é que ao longo deste ano sejam lançados imóveis cujos valores se aproximem do poder de compra da maioria da população, financiados também pela Caixa Econômica Federal.

Se as construtoras prevêem mais lançamentos que em 2005, existe também a implicação direta de o número de empregos formais aumentar. É o que espera o presidente do Sinduscon-RN, Sílvio Bezerra. Mas ele afirma ser difícil para o investidor, hoje, dizer com certeza quantos e quando serão lançados novos empreendimentos porque há os entraves burocráticos. “Prefiro nem falar mais sobre isso”, disse.

A expectativa é que a conclusão da ponte Forte-Redinha, a implantação do Natal Norte Shopping e os encaminhamentos quanto ao aeroporto internacional de cargas e passageiros de São Gonçalo do Amarante, amplie os investimentos em imóveis na zona Norte da capital potiguar.

O setor reagiu a partir de janeiro passado e registrou um saldo positivo de 234 empregos formais (+1,27%), após ter fechado o mês de dezembro de 2005 com mais demissões que admissões: 1.655 contratações contra 2.080 demissões. Ou seja, um saldo negativo de 1,97%. Em janeiro deste ano, a indústria da construção civil contratou 1.925 e demitiu 1.691. O desempenho, além de ser algo típico do período do ano (dezembro), refletiu a queda-de-braço entre as construtoras e a lentidão o poder público em fazer tramitar os processos.

Os investimentos para construir foram feitos pelas empresas, na avaliação do Sinduscon-RN, mas faltava comercializar. E isso só era possível, em vários casos, com todas as licenças e habite-se expedidos por algumas secretarias do município de Natal. Em janeiro passado o setor retomou as contratações. Mas no comparativo com os estados vizinhos da Região Nordeste, o Rio Grande do Norte foi o de menor saldo entre aqueles com desempenho positivo. Atrás, por exemplo, de Sergipe (+3,51%) e Pernambuco (+2,83%).

Bairros de Lagoa Nova e Candelária têm a preferência.

Na esteira do cenário positivo do mercado brasileiro da construção civil, construtoras como a Delphi Engenharia e a S Dantas Empreendimentos Imobiliários começaram o ano com modernos lançamentos imobiliários em vários bairros de Natal. Mas os empresários reconhecem que existe hoje uma certa tendência de investir nos bairros de Lagoa Nova e Candelária. A infra-estrutura proporciona comodidade e qualidade de vida, aspectos que as imobiliárias julgam como decisivos na aquisição do imóvel.

A Delphi Engenharia, por exemplo, fez o pré-lançamento das Torres de Lagoa Nova e já vendeu 50% das três torres que fazem parte do mais recente projeto executado pela construtora. A empresa também lançou as Torres de Candelária, cujas obras começam em março. O flat Lázuli e o Residencial Lenilson Carvalho, da mesma construtora, serão erguidos em um dos bairros mais nobres da cidade. Em menos de seis meses, a empresa comercializou 90% das unidades do Lázuli e 75% do Lenilson Carvalho.

Esses fatos refletem a opinião dos especialistas no setor, que são unânimes em afirmar: o momento é ideal para investir na compra de imóveis. No ano de 2005, as vendas em todo o país aumentaram 25%. E a expectativa é de que neste ano haja um crescimento de 30% em lançamentos, tanto comerciais, quanto residenciais.

A previsão é de que o imóvel valorize em torno de 30% desde a aquisição até a entrega das chaves, segundo os construtores. Esse índice tende a aumentar dependendo da localização do empreendimento. A diretora comercial da S. Dantas Empreendimentos Imobiliários e diretora do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RN),  Larissa Dantas Gentile, diz que além dos lançamentos específicos de 2006, há ainda aqueles que não ocorreram no ano passado em função da burocracia. “O ritmo das secretarias é diferente do nosso (iniciativa privada). Parece faltar pessoal para dar conta da demanda”, disse.

Segundo Larissa Dantas, dos três lançamentos da empresa previstos para 2005, um não ocorreu em função da burocracia. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) demorou mais de seis meses para concluir as análises e expedirem as licenças. A diretora do Sinduscon-RN afirma que o pacote de medidas do Governo Federal destinado ao setor trará benefícios principalmente para a construção de imóveis voltados à maioria da população com poder de compra limitado.

“Hoje, esses lançamentos não contemplam essa parcela da população porque são investimentos da iniciativa privada, sem recursos de agentes financeiros do governo”, salientou Larissa Dantas Gentile. A construtora terá quatro lançamentos somente no primeiro semestre deste ano. O seja, cerca de 200 unidades (apartamentos) sem contar com os empreendimentos ainda em fase de projeto.

Os residenciais Lena  e Rui Feliciano, ambos na rua Maryze Bastier, Lagoa Nova, somam 66 apartamentos e devem ser entregues em março de 2009. “O projeto proporciona um custo menor de condomínio porque eles são vizinhos”, afirma Larissa Dantas Gentile. Mas a S. Dantas entrega esta semana o Residencial Ney Marinho, localizado próximo ao Colégio Atheneu Norte-rio-grandense, no bairro do Tirol. Um empreendimento com 16 unidades.

Capuche vai construir prédio com 500 unidades

O grupo empresarial Capuche investirá R$ 150 milhões para construir quatro empreendimentos verticais no Rio Grande do Norte e R$ 50 milhões destinados a um empreendimento horizontal em João Pessoa (PB). Somente em Natal, serão 500 apartamentos na capital paraibana 440 unidades em um condomínio horizontal.

O diretor presidente do Grupo Capuche, Edson Matias, ressalta que há um esforço para lançar imóveis a preços mais acessíveis à população com renda familiar mais baixa. Um dos empreendimentos é o San Garden, em Cidade Satélite, segundo previsto para abril deste ano e com valor médio de R$ 90 mil por apartamento. No mesmo mês, o grupo lança o flat Caminho do Sol, no bairro de Capim Macio. “Mas temos outros empreendimentos na prancheta. Há sempre algo sendo criado, mas com a cautela de não levarmos tudo de uma ao mercado”, afirmou.

Até dezembro serão mais dois condomínios verticais. Edson Matias destaca que parte do crescimento do mercado imobiliário do Rio Grande do Norte tem forte ligação com o turismo. Em especial a demanda por parte dos estrangeiros, que conhecem as belezas e potenciais de Natal e quando voltam ao Estado resolvem investir. Um dos mais cobiçados empreendimentos do grupo é o Residencial Mirante das Dunas, localizado no Alto da Candelária, de onde é possível enxergar boa parte da cidade e o Parque das Dunas de Natal.

“Creio que este ano teremos um turista com mais dinheiro para investir no Rio Grande do Norte. O Grupo Capuche vem sendo procurado por grandes grupos estrangeiros interessados em investir. Isso deve tornar-se mais freqüente este ano”, disse.

Ainda segundo o empresário, até pouco tempo, os turistas que vinham ao Estado não se enquadravam no perfil de investidores porque detinham um nível salarial insuficiente para estabelecer o “link” entre o turismo e a construção civil. “Natal se preparou em infra-estrutura de hotelaria para receber os turistas, sejam estrangeiros ou brasileiros, e a agora eles começam a fazer grandes investimentos. Um exemplo é o litoral Norte, onde também temos investimentos”, afirmou Edson Matias.

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