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Consumidor está mais endividado

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ATO - Compra a longo prazo faz aumentar inadimplência

Os números de outubro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revelam um aumento de quase 30% na quantidade de pessoas que tiveram seu nome incluído na lista de “mal pagadores” do comércio natalense, na comparação com o mesmo mês de 2005. O crescimento é semelhante ao dos que limparam seus nomes (20,6%). Porém, em valores absolutos, os “registros” superam em mais de 4 mil o total de “cancelamentos”.

Esse aumento, contudo, é visto como um processo normal pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL). “Se há maior concessão de crédito, como realmente está havendo, é esperado que aumente também a inadimplência”, analisa o assessor de Tecnologia da Informação da entidade, Ricardo Brambilla. Para confirmar essa tendência, ele destaca o crescimento de 8,9% no número de consultas, no comparativo com outubro de 2005, mostrando que a busca pela compra a prazo tem se intensificado.

Ainda assim, foram incluídas 9.587 pessoas no SPC, no último mês, contra 7.562 em outubro de 2005. Já os que deram baixa da listagem somaram 5.461 em 2006, contra 4.525 no mesmo mês do ano passado. No acumulado dos últimos 10 meses, 89 mil potiguares já entraram para a “lista negra” do comércio, quantidade 18% superior ao do mesmo período de 2005.

Estes dois últimos meses devem representar um novo aumento do número de registros no SPC, mas também dos que vão quitar suas pendências junto ao comércio. “Historicamente, sempre há uma recuperação do crédito no fim de ano”, lembra Brambilla. O especialista ressalta que as consultas ao serviço este ano vem demonstrando uma maior procura pelo crediário, após um 2005 no qual houve retração, com queda de 20% em relação a 2004.

Além de mais crédito, o consumidor também vem se deparando com maior facilidade para fazer as compras. “São vendas em 12, 36 e até 60 meses”, cita o assessor. Por outro lado, uma tendência registrada na economia, a constante queda de juros, ainda não se refletiu na redução dos preços. “Por isso, é importante o consumidor ter um planejamento e ver onde pesa e quanto de seu salário pode ser comprometido com as prestações. Como são muitos meses, pode parecer pouco, mas depois, se houver alguma eventualidade, o cliente pode acabar não podendo pagar e aí é aquela bola de neve, devido aos juros”, alerta.

Por isso mesmo, a advertência aos consumidores é para que não se deixem impressionar com os prazos longos e as prestações aparentemente baixas. Caso contrário, poderão fazer parte da lista do Serviço de Proteção ao Crédito, que costuma aumentar no início de cada ano. “De janeiro a março é sempre mais complicado. Pois nessa fase é quando há o reflexo das compras desorganizadas feitas no final do ano”, observa Ricardo Brambilla.

Inadimplência atinge Estados do Nordeste

O aumento da inadimplência no comércio não é restrito ao Rio Grande do Norte. Os serviços de proteção ao crédito de Estados vizinhos também vêm registrando crescimento na quantidade de consumidores que não conseguem pagar suas dívidas. O motivo é o mesmo do observado entre os potiguares, ou seja, aumento das vendas e maior facilidade no crédito. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, os vendedores vêm oferecendo, em média, 19 meses para o pagamento das compras.

Seguindo a tendência norte-rio-grandense, o SPC pernambucano registrou ampliação de 31,2% nos fichamentos, em relação a outubro de 2005. A tendência de aumento na quantidade de pessoas que regularizaram sua situação também foi sentida, com um acréscimo de 14,1%. O volume de consultas ao serviço pernambucano aumentou 4,2% no comparativo entre os meses de outubro. Assim como em Natal, a expectativa em Recife é de ampliação nas vendas através de crediário nos últimos meses, algo em torno de 20%.

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