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Conversa na contramão

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Woden Madruga [ [email protected] ]

A decisão da Justiça de interditar o trânsito nos trechos das avenidas Deodoro e Rio Branco que passam sob o Viaduto do Baldo está mexendo com os nervos do natalense que é obrigado e forçado a cruzar aquele canal de suez. Milhares de veículos, de ônibus a caminhões, de motos a bicicleta (bicicleta, pode?) descem e sobem as duas avenidas todos os dias, vindos dos mais diversos bairros da cidade. A interdição é como passar o cadeado na ligação de duas metades de Natal. O Baldo separa a Cidade Alta do Alecrim. E foi por ali que a Capital descobriu os caminhos para o Sertão. A história de Parnamirim (a outra ligação capital interior) é mais recente. É do tempo da II Guerra Mundial.

Para a Justiça que determinou a interdição do trânsito de veículos por ali, sob o Viaduto – que é batizado de Frei Damião e eu não sei por que – é uma ameaça à segurança dos que o utilizam por cima e por baixo. Por cima há meses que  está bloqueado (fazia a ligação daqueles bairros, incluindo o Tirol, com a Ribeira e vice-versa). A Prefeitura era para ter realizado obras já licitadas, mas até hoje não foram iniciadas. A cidade acompanha sem entender discussões de engenheiros, urbanistas, calculistas, ambientalistas, projetistas, e o escambau. Constata-se um engarrafamento de discussões contraditórias.

Ontem, mesmo, li na Tribuna do Norte (reportagem de Roberto Lucena e Sara Vasconcelos) duas declarações que eu não consegui entender. Não me pareceram claras. Uma delas, da própria Secretária Municipal de Mobilidade Urbana, Eliquicina dos Santos. Ela ainda não sabia da interdição judicial, e falou: “Não imagino o trânsito de Natal com duas avenidas importantes como estas interditadas. Vamos analisar e achar soluções”. Aí, no embalo, o secretário adjunto de Transporte, Clodoaldo Cabral, sem pestanejar foi dizendo que já tinha um plano: “Vamos priorizar o transporte de massa. Naquelas avenidas passa um grande número de ônibus e tempos possibilidades de desvio pela Olinto Meira e outras ruas próximas”.

Ora, ora, ora. A rua Olinto Meira também passa por debaixo do viaduto. Ela é o “prolongamento” (usando a lógica da imprensa local com relação a avenida Omar O’Grady/Prudente de Morais) da avenida Deodoro no sentido Cidade Alta-Barro-Vermelho-Alecrim. Aliás, a Olinto Meira faz a divisa do Alecrim com o Barro Vermelho, subindo do Baldo até a Alexandrino de Alencar. Ou a sentença da juíza não incluiu a Olinto Meira? O que imagina a secretaria Eliquicina?

O secretário adjunto, Cabral,  disse que há outras ruas nas proximidades que poderão ser aproveitadas. Quais, doutor? A rua José de Alencar, se esfregando já imprensada no oitão do Colégio Marista? A Régulo Tinôco, que já é um embaraço, até porque  desemboca no mesmo “estuário” da José de Alencar, não pode. As ruinhas estreitas da Vila Lustosa, impossível.

Não vai ser fácil para a doutora Eliquicina sair dessa contramão. Mesmo que ela imagine tanto.

Política
Com o título “Ardida”  Dora Kramer escreveu em sua coluna de ontem no Estadão a nota seguinte:
“Um amigo do peito do ex-presidente Luiz Inácio da Silva constata. Ele tem hoje duas preocupações: a economia e o temperamento de Dilma.

Mas Lula já não conhecia o gênio dela quando a escolheu como sucessora?
“Sim, mas na posição de subordinada era uma coisa. Como chefe é outra bem diferente”.

Ficção
Do mestre Gaspar, companheiro, fã e ledor de Luís da Câmara Cascudo, Jorge Fernandes, Sandoval Wanderley e José Bezerra Gomes, comentava ontem com o poeta Carlos Castilho, na calçada do Cova da Onça:
– A mensagem que a governadora Rosalba leu na Assembleia Legislativa, resumindo os três anos do seu governo, vai concorrer ao Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria ficção.

Do Clima 
Nada mais apropriada nesse andar de fevereiro do que essa reunião, hoje e amanhã, aqui em Natal, dos meteorologistas nordestinos: III Reunião de Análise e Previsão Climática para o norte do Nordeste do Brasil. Vai ser no auditório da Emparn (hoje) e amanhã no auditório da Governadoria.

Do encontro sairá um documento com análise e previsão para a quadra chuvosa de março a maio para o semiárido do Rio Grande do Norte. Os sinais apontam para um ano de inverno normal.

Chuva
Continua chovendo no Seridó e também no Oeste do Estado. Idem em partes do Agreste, emendando com o Litoral Leste. Mas a maior chuva de ontem, segundo o boletim da Emparn, foi em Caiçara do Rio dos Ventos,  no Sertão Cabugi, 99 milímetros. Beleza! Em Angicos, pouco mais adiante, 42.

No Seridó as chuvas foram em Cerro Corá (onde está a nascente do Rio Potengi), 62, Currais Novos, 51, Santana do Matos, 28, Acari, Lagoa Nova e São João do Sabugi, 18. Caicó, 15. Tem blogue no Seridó dando conta de 110 milímetros em Jucurutu e 65 em Serra Negra do Norte, Ipueira, 49.

No Oeste, as melhores chuvas foram em Olho D’água dos Borges, 56, Apodi, 53, Viçosa, 48, Tenente Ananias, 47, Tabuleiro Grande, 45, Portalegre, 38, Campo Grande, 36, Jucurutu, 32. Umarizal, 25, Caraúbas, 24, Serra do Mel, 21, Carnaubais, 19.
No Agreste: Jandaíra, 41, Campo Redondo e Jundiá, 31,  São Bento do Trairi, 15.Em Espírito Santo, 26. Pedro Avelino, 15. No Ceará vizinho chove bem, principalmente no Cariri. Vários municípios com mais de 100 milímetros.

Garibaldi  

O ministro Garibaldi Filho estará sábado, 22, em São José de Mipibu, para inaugurar a agência da Previdência Social. Vai ser no findar da tarde, coisa das 17 horas, os discursos entrando pela noite.

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