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Coordenador do DF garante estádio a R$ 800 mi e descarta ‘elefante branco’

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Homem forte do comitê após saída de secretário, Sérgio Graça diz que novo Mané Garrincha pode ser usado antes da Copa das Confederações

Enquanto o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, não escolhe um substituto para Cláudio Monteiro, ex-secretário executivo do Comitê Brasília 2014 que deixou o cargo semana passada por suspeitas de envolvimento com o grupo do bicheiro Carlinhos Cacheira, o coordenador Sérgio Graça é o responsável por acompanhar de perto os preparativos da capital federal para a Copa do Mundo. Envolvido na organização desde a candidatura da cidade, o professor de Educação Física com especialização em administração esportiva garante: o novo Estádio Nacional Mané Garrincha não custará mais que R$ 800 milhões e não será um “elefante branco” após o torneio no Brasil, apesar da baixa média de público do Campeonato Brasiliense.

Graça exibe a maquete do estádio de Brasília, que ficará pronto até o final do anoGraça é funcionário de carreira do governo do DF há mais de 30 anos e está envolvido com a organização do Mundial desde que Brasília se candidatou a ser uma das sedes em 2007. Segundo o coordenador, a saída de Cláudio Monteiro não prejudicará o andamento das obras na capital, já que o governador Agnelo segue como presidente do comitê local. A previsão é que o estádio fique pronto até 31 de dezembro deste ano, a tempo de ser usado antes mesmo da Copa das Confederações de 2013.

– Tem que usar. Nós queremos que seja usado. A Fifa só assume o estádio quando está próximo das competições – disse.

O governo do DF pretende arrendar o Estádio Nacional Mané Garrincha para uma empresa privada ainda em 2012. Na licitação estará prevista a cessão do espaço para a Fifa no período da Copa das Confederações e da Copa do Mundo e para o Comitê Olímpico Internacional (COI) durante as partidas de futebol das Olimpíadas de 2016.

O estádio já teve a sua capacidade (71 mil lugares) questionada pelo Ministério Público do DF. Para os promotores, o tamanho seria muito superior à demanda dos jogos dos times da cidade. Argumento questionado por Sérgio Graça, que não considera o futebol o melhor meio de fazer das arenas um negócio rentável.

– Hoje, o único estádio viável no país é o Morumbi, por conta dos eventos. O resto, é elefante branco. Recebemos críticas pelos pequenos públicos do Campeonato Brasiliense, mas em outros estaduais a média de torcedores também é baixa. Nem o Campeonato Brasileiro tem médias altas. O que garante sustentabilidade é transformar os estádios em arenas multiuso. O nosso não vai ser elefante branco coisa nenhuma – defendeu.

Recopa deverá reduzir os custos da obra

De acordo com os cálculos do comitê Brasília 2014, a construção do Estádio Nacional deverá custar R$ 800 milhões. No mês passado, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o valor obra seria de R$ 895 milhões, sem contar ainda o custo do gramado, das cadeiras e do placar, que poderia aumentar o preço para cerca de R$ 1 bilhão.

No entanto, o comitê do DF alega que os valores dos contratos divulgados pelo TCU não levam em consideração os benefícios do Recopa, programa do Governo Federal que prevê isenção fiscal em diversas atividades ligadas à Copa do Mundo, inclusive a construção de estádios.

– De acordo com análise de técnicos tributários, o Recopa significará aproximadamente 10% de desconto no valor da construção do estádio (contrato de R$ 719 milhões) e cerca de 20% na cobertura, por conta da isenção dos impostos de importação (contrato de R$173 milhões). Assim, chegaremos ao valor de R$ 800 milhões – explicou Graça.

O Estádio Nacional Mané Garrincha ainda não foi habilitado pelo Ministério do Esporte a participar do Recopa, mas, de acordo com o coordenador, faltam apenas detalhes referentes às construtoras.

– O risco de Brasília ficar de fora do Recopa é zero. Atendemos a todos os pré-requisitos e estamos só aguardando o fim do trâmite no Ministério.

Mobilidade Urbana: ampliação de via preocupa

Sobre os atrasos nas principais obras de mobilidade urbana previstas para a Copa, Sérgio Graça demonstrou preocupação com a ampliação da DF-047, via que liga o aeroporto de Brasília ao centro da cidade.

– Pra mim, é o grande gargalo que existe em termos de mobilidade. É uma obra de 12 meses. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem, está próximo de ser licitada. Tem atraso, mas ainda estamos no prazo para a Copa das Confederações – afirmou.

Já com relação ao VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), o coordenador considera a possibilidade de não ficar pronto a tempo das competições, mas minimizou os efeitos da obra.

– Esperamos que o Trecho 1 funcione em 2014 (ligação entre o aeroporto e o metrô). Mas se não tiver VLT, com um sistema de coletivos adequado resolvemos a questão.

Otimismo no legado

Somados os valores do estádio, das obras de mobilidade urbana e reforma do aeroporto, Brasília deverá receber um investimento direto de aproximadamente R$ 3 bilhões de reais. Mas é o investimento indireto que faz Sérgio Graça celebrar a realização da Copa na cidade.

– Um estudo da Fundação Getúlio Vargas estima que a cidade receberá cerca de 600 mil turistas. Outros bilhões de pessoas vão acompanhar pela televisão e ver que aqui é a capital do Brasil, uma cidade bonita e moderna. O impacto disso é imensurável. O grande legado não será só de obras, mas sim um brasiliense melhor.

* Fonte: globoesporte.com

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