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Copa 2006 – Bola nas costas

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DUELO - A Seleção Brasileira tem melhor retrospecto em confrontos diretos

Gazeta Press, Berlim (Alemanha) – Brasil e Austrália se enfrentaram apenas cinco vezes em toda a história das duas seleções. E a Seleção Brasileira, como se poderia esperar, leva vantagem neste confronto. São três vitórias, um empate e uma derrota, registrada exatamente na última vez em que os dois times se enfrentaram. O Brasil marcou nove gols e sofreu apenas um.

A derrota brasileira aconteceu em partida válida pela Copa das Confederações de 2001 disputada  em Ulsan, na Coréia do Sul.. Na ocasião, o time brasileiro era treinado por Émerson Leão que sucedeu o técnico Vanderlei Luxemburgo, demitido em função dos escândalos que envolveram sua vida pessoal e pelos maus resultados nas eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2002. Por causa do fracasso nesta competição, Leão tambem acabou demitido e substituido por Luiz Felipe Scolari que conduziu a seleção ao pentacampeonato.

O único jogador brasileiro que integra o grupo atual que participou da única derrota para os australianos foi o goleiro Dida. O volante Edmilson que foi cortado por Parreira por contusão também entrou durante o jogo. Entre os australianos, Kewell e Viduca que são destaques da atual equipe, participaram da partida. Em 1997, as duas seleções decidiram a Copa das Confederações em Riad, na Arábia Saudita e o Brasil goleou por seis a zero com três gols de Ronaldo e três de Romário.

Jogadores australianos fazem provocações

Parece que esquentou de vez o clima entre australianos e brasileiros. Pelo menos pelo lado dos jogadores da Austrália. Desde a vitória por 3 a 1 contra ao Japão, e o magro placar do Brasil contra a Croácia, os atletas do time da Oceania parecem estar mais confiantes para enfrentar o Brasil. E até provocam. O atacante Mark Viduka afirmou que o técnico Carlos Alberto Parreira deveria se preocupar mais com a Austrália, e afirmou que o Brasil é vulnerável.

“A partida contra a Croácia demonstrou que eles são vulneráveis. Acho que a Croácia merecia sair com um ponto, pelo menos, já que foi a melhor equipe em campo. Não sei o que esperar, mas eles não são super-heróis, nem nada parecido com isso. São pessoas como nós, então por que não?”, disse o jogador. Viduka também falou da quantidade excessiva de cartões amarelos que o time levou. “É algo que nos preocupa, mas vamos corrigir”, disse.

Parreira não se deixa enganar

O técnico Guus Hiddink deixou a entender que pode poupar no jogo contra o Brasil alguns jogadores que receberam cartão amarelo na vitória da Austrália contra Japão. Mesmo assim, o técnico Carlos Alberto Parreira não espera facilidade para a partida de domingo. O comandante brasileiro acha que os australianos contam com boas peças de reposição. “Se a Austrália vai mudar é porque tem confiança. Isso não é problema nosso. Quem acompanhou os amistosos dos australianos sabe que sempre acontecem três ou quarto modificações no time deles”, observou Parreira.  

“Temos que desgastar a Austrália. Seremos marcados, pressionados e temos que jogar sob pressão, movimentar os jogadores e fazer a bola girar”, receitou o comandante brasileiro. Para Parreira, apesar do número reduzido de amistosos na preparação, a Seleção Brasileira correspondeu na parte física na estréia contra a Croácia. Somente o atacante Ronaldo, que estava afastado dos gramados devido a uma contusão, sentiu dificuldades de movimentação. “Gostei da atuação física do Brasil, pois estávamos sem ritmo. No final, quem cansou mais foi a Croácia”, explicou Parreira.

Falando sobre movimentação Parreira afirma que Ronaldinho Gaúcho deve melhorar. “É preciso ter mais movimentação para abrir os espaços na defesa adversária. Contra a Austrália, um time muito forte fisicamente, temos que ficar com a posse de bola para cansá-los”, disse o experiente treinador, após avaliar vídeo da Austrália.

Hiddink alerta sobre Austrália

O Brasil vai enfrentar um adversário, cujo treinador é adorado por torcedores, jornalistas e jogadores do país, apesar de ser estrangeiro. Guus Hiddink, um holandês de 59 anos, é considerado o único responsável por ter levado os Socceroos à sua segunda participação em Copas do Mundo. E depois da vitória por 3 a 1 sobre o Japão, na estréia na competição disputada na Alemanha, Hiddink foi alçado à categoria de semideus.

Gênio, mágico, milagreiro, estrategista foram apenas alguns adjetivos utilizados nos últimos dias para definir Hiddink.

“Sou apenas um profissional que adora o futebol, presta atenção em tudo o que está acontecendo, planeja tudo detalhadamente e trabalha muito e com prazer.” Com certeza essa forma de encarar o futebol ajudou-a fazer sucesso e conseguir façanhas como a de levar a Coréia do Sul (onde também é adorado) ao quarto lugar na Copa de 2002 – com providencial ajuda dos árbitros ressalte-se.

Quatro anos antes, na França, ele também havia levado a Holanda à semifinal – parou no Brasil. Em clubes, fez bons trabalhos, por exemplo, nos espanhóis Real Madrid, Valencia e Betis e este ano foi campeão holandês pelo PSV Eindhoven, que dirigiu ao mesmo tempo que a seleção australiana.

Outra qualidade de Guus Hiddink é dar confiança e motivar seus jogadores. “Ele sabe o que falar e a hora de falar”, afirma Viduka. “Depois da nossa vitória sobre o Japão, é bom o Brasil se preocupar com a Austrália.”

Força que vem da Oceania

Depois de tanto insistir, sendo eliminada em várias repescagens, a Austrália enfim conseguiu retornar a uma Copa do Mundo 32 anos depois de sua primeira participação, em 1974, por coincidência, disputada também na Alemanha. Se naquele Mundial os australianos tiveram discreta atuação, sendo eliminados na primeira fase, agora já começaram brilhando e obtendo a primeira vitória na história da competição, 3 a 1 sobre o Japão.

“O resultado serviu para colocar a Austrália no mapa do futebol mundial, algo que nossos antepassados ainda não tinham conseguido. Hoje todos sabem que somos um time bem postado e que veio para incomodar. Até a Seleção Brasileira está nos respeitando”, disse o atacante Mark Viduka, o astro do time.

Osso duro de roer para os brasileiros. Pelo menos essa é a opinião de quem entende do assunto, como o ex-coordenador técnico da Seleção Brasileira Antônio Lopes, campeão mundial em 2002 com a comissão técnica liderada por Luiz Felipe Scolari, atualmente em Portugal. “A Austrália é um time acostumado a fazer uma marcação muito forte, no campo do adversário, sem deixar o outro time respirar. Por isso vamos ter que ter muita paciência. Principalmente se o gol não sair. Também não podemos nos expor com facilidade, pois com o técnico deles, o Guus Hiddink, eles também se acostumaram a fazer bons contra-ataques”, afirmou Lopes.

Para carimbar o passaporte para o Mundial de 2006, além de sagrar-se campeã com folgas das Eliminatórias da Oceania, a Austrália também precisou passar por uma repescagem contra o quinto colocado da América do Sul, ou seja, o Uruguai. Nos quatro últimos qualificatórios que disputou, os australianos caíram justamente no duelo contra representantes de outros continentes.

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