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Copa 2006: Evolução do futebol africano

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CONSAGRAÇÃO - Asamoah (c) quer passar à 2ª fase e jogar contra o Brasil

Gana foi ao Mundial da Alemanha disposta a mostrar a nova forma adotada pelos africanos de jogar futebol. A alegria, a ginga e os dribles ainda continuam integrando o cardápio, mas só que de forma mais objetiva, uma vez que eles entenderam que a história só costuma marcar a trajetória das equipes vencedoras. O que eles procuraram riscar foi a imagem daquele futebol inocente e que freqüentemente era castigado pela displicência. A prova de amadurecimento pode ser comprovada através dos números obtidos pelos ganeses na disputa da primeira fase da Copa. Que eles sirvam de exemplo para o time brasileiro.

As estatísticas colhidas pelo instituto Datafolha durante a fase inicial mostra um amplo amadurecimento do único representante da África nas oitavas-de-final. O retrato frio dos número mostram que Gana joga duro, pois foi a equipe que mais cometeu faltas na 1ª fase, com média de 25 por jogo. O resultado disso foi o imenso número de punições dada aos seus atletas, foram 12 cartões amarelos, que dá uma média de quatro por jogo. O preço que as “Estrelas Negras” vão pagar por tanta violência pode ser alto demais, contra o Brasil eles não poderão contar com o seu maior astro Essien, suspenso por dois amarelos.

É melhor que no meio dos treinamentos convencionais, a comissão técnica da seleção brasileira preparem pscologicamente os jogadores a não revidarem quando receberem entras faltosas. Nas partidas contra Itália e República Tcheca, os ganeses tiveram uma média de 22 faltas em cada jogo. Contra os EUA, na última quinta-feira, Gana abusou ainda mais das entradas faltosas para assegurar a segunda vaga do grupo E. A equipe cometeu 31 faltas. Somente Pimpong cometeu oito, mais que o número de faltas que os jogadores brasileiros cometeram na partida contra o Japão, apenas seis.

A equipe comandada por Carlos Alberto Parreira possui uma média de 11,7 faltas por jogo, comprovando tratar-se de um time pacífico, que deixa o adversário jogar, mas isso pode ser um grande risco no confronto das oitavas,  já que Gana tem o toque de bola como um dos pontos fortes do elenco. O time de Parreira só exagerou contra a Croácia, quando cometeu 20 faltas, mas o excesso de botinadas pode ser explicado talvez pelo nervosismo da estréia.

“Estrelas Negras” em clima de festa

Wuerzurg, Alemanha (AE) – Os jogadores e membros da comissão técnica de Gana disseram, que não sentem pressão para a disputa da partida de oitavas-de-final contra o Brasil, na próxima terça, em Dortmund. E afirmaram que estão felizes por terem colocado o nome de seu país no mapa esportivo mundial.

“Jogar contra o Brasil em uma Copa do Mundo é um sonho que se realiza”, disse o meia Derek Boateng. “Não podíamos querer mais nada do que isso. Estamos contentes por poder mostrar ao mundo onde fica Gana”. Mas o atleta de 23 anos reconheceu que sua equipe não tem ilusões sobre a dificuldade que será tentar superar a seleção brasileira. “Não estamos dizendo que vamos vencê-los. Vamos apenas dar o máximo de nós mesmos, porque será um jogo muito importante para nós e para a África”.

Gana é a quinta seleção africana que conseguiu passar da primeira fase na história das Copas, privilégio que comparte somente com Marrocos, Camarões, Nigéria e Senegal. E o mais impressionante é ter conseguido o feito em sua primeira participação em Mundiais.

“Estou muito orgulhoso porque esta conquista é uma glória para todos nós”, disse o treinador da equipe, o sérvio Ratomir Dujkovic. “Esta é minha primeira Copa, mas vim com uma equipe excelente. Agora, estamos representando a África e por termos de enfrentar o Brasil. Mas nós somos as “Estrelas Negras” e somos muito fortes. E estou convencido de que somos o Brasil da África”.

Objetividade – Velocidade é uma das armas ganesas

O futebol praticado por Gana também se mostra mais objetivo, diferente daquele apresentado por Camarões em edições anteriores da Copa do Mundo, quando eles passaram a imagem para o mundo de que admiravam mais uma jogada de efeito do que balançar a rede do gol adversário. Os africanos que os brasileiros vão enfrentar se mostram muito mais preocupados em dar velocidade aos contra-ataques do que valorizar a aplicação de dribles. Com uma média de 7,7 dribles por partida.  A média dos jogadores brasileiros apontados com os mais criativos do mundo, é de 25,3 por partida.

Tragédia – Festa por feito acaba com três mortes

Os festejos em Gana, pela boa campanha da seleção africana na Copa do Mundo, acabaram em tragédia. Três pessoas morreram nos últimos cinco dias em Accra, capital do país, em comemorações nas ruas da cidade, de acordo com a polícia local. Na noite da última quinta-feira, após a vitória de Gana sobre os Estados Unidos, um homem de 32 anos foi atropelado enquanto comemorava. Dias antes, duas crianças também haviam sido atropeladas nas ruas de Accra, em meio aos festejos pela vitória sobre a República Tcheca, ainda na segunda rodada.

Prêmio – Prêmio por façanha será de R$ 243 mil

Única seleção africana classificada para a segunda fase da Copa do Mundo, Gana pagará uma boa premiação pelo feito inédito do país. Os jogadores ganeses dividirão 87 mil euros (aproximadamente R$ 243 mil). O anúncio foi feito pelo Governo de Gana, na sexta-feira. Caso consiga a façanha de eliminar a Seleção Brasileira nas oitavas-de-final e alcancem as quartas na Copa do Mundo, os jogadores de Gana devem receber uma premiação ainda maior por parte do Governo local.

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