quinta-feira, 18 de abril, 2024
28.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

Copa 2006 – Shopping vira arquibancada

- Publicidade -

ORLA SUL - Shopping reuniu o maior número de torcedores da cidade

Quem aguardou pelo futebol festivo do Brasil teve um bom motivo para comemorar. A torcida composta em sua grande maioria por jovens na idade estudantil invadiu as dependências do Shopping Orla Sul, que por medida de segurança, antes do jogo contra o Japão iniciar, teve de fechar as portas do estabelecimento para controlar o acesso do público. A medida frustrou muita gente que adotou o local como palco para acompanhar o desenrolar dos jogos da Seleção Brasileira na Copa da Alemanha.

Quem chegou cedo conseguiu um bom lugar em frente a uns dos três telões instalados na praça de alimentação, mas só conseguiu garantir mesa e cadeiras aqueles que chegaram ao shopping por volta do meio-dia. O estudante Danilo Labanca, 17 anos, chegou cedo, precavido, comprou um banco de plástico no comércio e tentou faturar alguns trocados apostando no cansaço das pessoas e também na falta de cadeiras para abrigar a todos.

“Comprei o banco lá fora por R$ 8,00 e estou alugando por cinco. Já apareceram duas clientes mas elas esqueceram de ler as letrinhas pequenas que integravam o cartaz, ressaltando que o aluguel só seria permitido para as mulheres bonitas. Como elas não passaram no controle de qualidade, deixei de faturar”, disse o bem humorado torcedor.

Time embalou o ritmo da torcida

Com uma atuação convincente, o time brasileiro embalou o ritmo da torcida, que vibrava a cada chance de gol criada pela Seleção. Os gritos de incentivo dobravam de altura quando as jogadas eram armadas ou concluídas pela dupla Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho.

O ambiente era tão festivo que até o gol japonês foi comemorado por um pequeno grupo de pessoas, a justificativa para tanto foi a irritação com as diversas oportunidades desperdiçadas pelos jogadores brasileiros na etapa inicial. Mas logo a torcida do “contra” voltou a ficar favorável, bastou Ronaldo assinalar o gol de empate. Daí para frente foi só festa.

No intervalo o público foi embalado por músicas da banda Chiclete com Banana e o clima de euforia se transformou em êxtase a partir da virada brasileira. Ao final da partida, as mulheres também demonstraram conhecimento sobre o futebol.

Viviane Lira, 17 anos, acompanhada da amiga Lilian Cruz, de 16, embora tendo confessado que só gostam de futebol em época de Copa do Mundo, se mostrava especialmente gratificada com a vitória. “O pessoal estava criticando muito o Ronaldo e quando nós mais precisamos, ele apareceu abrindo e fechando a vitória brasileira. Sempre confiei na recuperação dele e acredito que chegaremos ao hexa”, comemorou.

Após a partida a festa continuou e se estendeu por algum tempo, movida a muita alegria por parte dos torcedores.

Animação é o forte na rua da Macaxeira

São 22 mil metros de fio, bandeiras de vários tipos e tamanhos e um custo de R$ 450,00. Para os moradores da rua Baía Formosa, mais conhecida como rua da “Macaxeira”, vale à pena se vestir de verde e amarelo para torcer pela seleção de Parreira. “Copa do Mundo aqui é festa pra gente”, afirmou William Cruz, 39 anos, enfermeiro, agente de saúde e organizador da ornamentação.

Com o Brasil já classificado, os torcedores não se envolveram tanto. “Hoje está mais calmo porque nós já estamos classificados e o jogo não chamou tanta a atenção. Mesmo assim, quando a partida acabar quem preferiu ficar assistindo em casa sai para rua pra comemorar. É muito forró e festa até dizer basta”, declarou o motorista Jair Silva, 24 anos.

Jovens e “coroas” na torcida pelo Brasil

No centro da cidade, duas horas antes do início do jogo do Brasil contra o Japão, os natalenses começaram a “bater em retirada”, rumo as suas residências. A cena que se via na avenida Rio Branco era a dos comércios fechando e das pessoas se aglomerando nas paradas de ônibus. Em pouco tempo, as ruas ficaram desertas.

O funcionário da uma ótica na rua Ulisses Caldas, que trabalhou das 8h às 15h, aguardava ansioso o coletivo que o levaria para casa, em Cidade Satélite. A proprietária de um comércio no Shopping Popular, Ana de Oliveira, confessa que não gosta de futebol, mas é obrigada a fechar sua loja pois todos se voltam para o jogo do Brasil.

Ao se iniciar a partida, cerca de mil torcedores vestidos em verde e amarelo se reuniram na AABB, Tirol. “Estamos reunindo amigos, familiares e sócios para assistirem aos jogos aqui”, afirmou um dos diretores da AABB, Ricardo Canjica.

Em Petrópolis, os bares e restaurantes também lotaram. No Shock Bar, cerca de 160 torcedores vibraram com a bela vitória brasileira. Para o proprietário do estabelecimento, Gustavo Valias, o investimento em telões e vendas de mesa compensa, devido à paixão do brasileiro pela seleção. “O movimento aqui está muito bom e a tendência é aumentar”, afirma Gustavo. Enquanto os jovens agitavam na AABB e no Shock Bar, a “velha guarda potiguar” estava na torcida, no Bar Azulão, na Afonso Pena. Mais críticos, eles davam seus comentários rigorosos. Um dos presentes foi craque do América na década de 1960, Vescio Pinheiro. Para ele, o Brasil jogou melhor, mas ainda tem muito a melhorar.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas