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Corpo de Andréia segue para o RS

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DESPEDIDA - Andressa, filha de Andréia, abraça parentes na chegada do corpo da mãe Um avião Bandeirantes da Força Aérea Brasileira (FAB) levou na manhã de ontem o caixão com o cadáver da dona-de-casa Andréia Rosâgela Rodrigues, 37 anos, assassinada no dia 22 de agosto, para sepultamento na cidade de Três Cachoeiras, a 170 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A aeronave decolou de Natal às 6h55 da manhã e chegou à capital gaúcha às 19 horas (horário local).

De madrugada, o corpo foi velado na capela da Base Aérea de Natal (BANT). O capelão da Aeronáutica deu a benção e, por cerca de cinco horas, o caixão permaneceu na capela, que fica na mesma base onde um dos autores do crime, o sargento da Aeronáutica e marido da vítima, Andrei Thies, 34 anos, está preso.

Às 5 horas, o delegado da Especializada de Homicídios, Raimundo Rolim, chegou à base acompanhado de dois agentes para o embarque ao RS. O delegado se encontrou com o comandante da BANT, coronel Carlos Eduardo, que disponibilizou toda a estrutura para a viagem. O militar explicou que a aeronave Bandeirantes C95-B, do 2º Grupamento Aéreo de Transporte, participava de operação de treinamento “Especializex” – que finaliza o curso dos novos pilotos da Força Aérea – e foi retirada da ação para a viagem. “Estamos ajudando como podemos”, garantiu.

O vôo é longo. A FAB enviou três tripulantes para a missão, que prevê duas paradas para reabastecimento nos aeroportos de Ilhéus, na Bahia, e Pirassununga, em São Paulo. O pouso no RS seria na base de Canoas, mas, devido a uma operação militar e ao grande número de aeronaves no pátio, a FAB decidiu modificar o desembarque para o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.  

Raimundo Rolim viajou para o RS com dois objetivos. O primeiro é interrogar parentes de Andrei, inclusive a irmã dele, Viviane Thies, que segundo a polícia tinha conhecimento do crime e compactuou de ficar em silêncio. Outra prioridade é convencer o pai de Andressa, 12 anos, filha mais velha de Andréia, para que a menina possa vir a Natal para ajudar a perícia do Instituto Técnico Científico (Itep) a esclarecer a disposição dos móveis na casa onde ocorreu o crime e prestar outros esclarecimentos. O delegado, no entanto, garantiu que não vai submeter a adolescente a uma reconstituição ou a uma reprodução simulada dos fatos. “Não queremos que ela sofra com uma reconstituição”, explicou.

Diligências se encerram no fim do mês

A Delegacia Especializada de Homicídios quer encerrar as investigações sobre a morte de Andréia Rosângela até o final deste mês. Ontem, o delegado Raimundo Rolim confirmou o prazo. Ele explicou que as diligências ao RS evitarão que, durante o processo judicial, o Ministério Público ou a defesa da família Thies solicitem o procedimento. “Estamos nos antecipando e realizando todas as diligências necessárias para que não haja dúvida na conclusão do inquérito”, disse.

Os autos do inquérito têm mais de 100 páginas, fora os laudos periciais do Itep que ainda serão anexados. O delegado pretende ouvir até a conclusão da investigação cerca de 10 pessoas que ainda não foram interrogadas. Essas pessoas foram identificadas após a localização do corpo da vítima, no dia 29 de outubro, enterrado no quintal da casa da família Thies, no conjunto Alagamar, em Ponta Negra.

Também haverá a reinquirição de Andrei – companheiro da vítima – do irmão dele Rodrigo e de seus pais, Hamilton e Mariana. Os quatro estão presos por força de mandado de prisão preventiva expedido pela juíza substituta da 1ª Vara Criminal de Parnamirim, Daniela Cosmo. Todos são apontados como participantes do crime e da ocultação do cadáver. Segundo o delegado, durante 68 dias a família mentiu sobre a existência do crime e ocultou o corpo. O policial comentou que Andrei sustentou com frieza a tese de que a mulher tinha desaparecido de casa depois de sair para comprar cigarros, mas ressaltou que ultimamente ele tem demonstrado abatimento. “Já não era sem tempo dele se mostrar preocupado. Agora, a ficha caiu”, disse.

Ainda será necessário para a conclusão dos autos a reconstituição do crime e a reprodução simulada dos fatos (quando a polícia reconstitui o crime sem a presença dos acusados, baseado apenas nos depoimentos).

Estudantes enviam cartas de solidariedade

O delegado Raimundo Rolim levou na bagagem para Porto Alegre cerca de 30 cartas escritas por amigas e colegas de sala de aula da pequena Andressa, 12 anos, filha mais velha de Andréia Rosângela, que foi assassinada pelo companheiro e padrasto da menina. Nas cartas, mensagens de carinho e solidariedade.

As cartas foram entregues na Delegacia de Homicídios, em Candelária, na quarta-feira. “Uma professora me procurou e entregou as cartas. Foi um gesto inesperado e que me deixou muito emocionado”, disse.

Nas cartas, os alunos do 6º Ano demonstram que ficaram sabendo do caso e se mostraram solidários. “Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”, disse uma amiga. Em outra mensagem, o consolo: “Você não merece isso. Levante a cabeça e bola para frente. Te amamos muito”.

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