Mariana Ceci
Repórter
Sávio Marcelino Gomes e Rafael Rodolfo, alunos do mestrado em saúde coletiva da UFRN, dependem da bolsa para se manter
#SAIBAMAIS#De acordo com o relato da reunião feito pelos pró-reitores, a ação da Fase 1 do programa de contingenciamento de recursos na Capes realizou a retirada de 4.798 bolsas, consideradas “ociosas” pela Instituição. O conceito para ociosidade das bolsas foi a não utilização no mês de abril de 2019, independentemente do tempo em que estivesse ociosa.
A fase 2 prevê a redução gradativa de concessões de novas bolsas para cursos com notas 3 e 4 nas duas últimas avaliações feitas pela instituição. De acordo com um levantamento feito pela TRIBUNA DO NORTE, com base na avaliação quadrienal de 2017 divulgada pela Capes, 51 programas de pós-graduação do Estado possuem nota 3, o que corresponde a 49% do total de pós-graduações.
Outros 33 programas possuem nota 4 na avaliação da Capes, o que corresponde a 31,7% do total dos programas de pós-graduação potiguares, o que resulta em 80,7% de cursos passíveis de ter contingenciamentos, caso a medida seja colocada em prática. Desses, sete pertencem a instituições privadas, enquanto 77 estão em centros de ensino públicos.
Em nota emitida à imprensa, a Capes afirma que pretende desbloquear bolsas de programas com notas 6 e 7, além de doutorado no exterior, o que deve reduzir o congelamento de 4,7 mil bolsas para 3,5 mil. A medida, no entanto, não terá forte impacto no Rio Grande do Norte, que possui apenas um curso com nota 7 em avaliação pela Capes, e outros 3 com conceito 6, todos em instituições públicas.
De acordo com o pró-reitor de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rubens Maribondo, a medida coloca em risco o desenvolvimento da pós-graduação e da pesquisa em especial no Nordeste e no Norte do país, onde a expansão das universidades dos últimos anos levou à criação de novos cursos de pós-graduação, muitos dos quais, por serem recentes, ainda apresentam notas 3 e 4.