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Cosern, o grande desafio

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Garibaldi Alves Filho

Um governador de Estado precisa diariamente tomar decisões difíceis. Comigo não foi diferente. Foram várias e variadas. Mas, se eu precisasse eleger as mais difíceis que fui compelido a tomar, certamente a opção de privatizar a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) seria uma delas. Recebi muitas críticas: antes, durante e depois de todo o processo. Hoje, pouco mais de 21 anos depois, olho para trás e reavalio o que decidimos naquela época. Para isso, precisamos comparar a Cosern de 1997 e a de hoje. Vamos, pois, a este exercício.

Começo registrando que no dia 25 de fevereiro passado a Cosern ganhou o Prêmio IASC (Índice Aneel de Satisfação dos Consumidores) 2018, na categoria “Empresas com mais de 400 mil clientes”. Ela foi escolhida a melhor distribuidora do Nordeste e a terceira do Brasil. No ano passado, as premiações se acumularam. Entre elas, a Ouvidoria da Cosern foi eleita a melhor do Brasil pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A empresa também conquistou, pelo 6º ano consecutivo, o Prêmio de Melhor Desempenho concedido pela Revista Eletricidade Moderna e o 2º lugar, no Brasil, no Prêmio Época Reclame Aqui. Outras premiações se acumularam ao longo dos anos.

Tudo isso é resultado de uma gestão eficiente e profissional, somada a uma política de investimentos que, ao longo desse tempo, já injetou cerca de R$ 5 bilhões na empresa. Hoje, no Rio Grande do Norte, falta energia para o consumidor, em média, três vezes menos do faltava antes da privatização. E quando ocorre a falta, a sua duração é 3,5 vezes menor, de acordo com os índices de continuidade do serviço divulgados pela Aneel. E, o mais importante: a Cosern tornou-se o maior contribuinte de ICMS do Estado, deixando nos cofres públicos potiguares algo em torno de R$ 800 milhões/ano. Mais: consegue tudo isso praticando a menor tarifa do Nordeste e a segunda mais barata do Brasil (R$ 0,48081 por KWh).

Realidade completamente diferente de quando assumi o Governo do RN, em 1994. Nomeei o engenheiro Jaime Mariz para tentar descascar aquele abacaxi. Na época, a então estatal não repassava para o estado um centavo do ICMS recolhido dos consumidores; não gerava caixa suficiente para bancar os investimentos necessários para a melhoria da qualidade de energia; e nem pagava a fatura total da energia que comprava da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), o que gerava um clima de tensão, sempre com ameaças de bloqueio judicial das contas da empresa, sob pena de perda da concessão federal e, consequentemente, do direito de distribuir energia no Estado, o que seria a “morte” da empresa.

Diante deste cenário, a solução foi aderir ao Programa Nacional de Desestatização, a exemplo do que fez a maioria dos estados brasileiros, mas com alguns cuidados adicionais: implantamos uma gestão compartilhada da Cosern, com o BNDES e a Eletrobrás, além de incluir nas obrigações do novo controlador uma relação de obras importantes para melhorar a qualidade da energia distribuída. No leilão, ocorrido em 12/12/1997, obtivemos o melhor preço entre as distribuidoras privatizadas, proporcionalmente ao seu tamanho.

Com os valores recebidos, transformamos o Estado em um imenso canteiro de obras, implantando desde o maior programa de adutoras da nossa história, até barragens, casas populares, hospitais e estradas, entre tantas outras coisas. Hoje, analisando esses números e prêmios recebidos, tenho a certeza de que o Governo acertou na decisão e no modelo adotado. E fico feliz por isso!

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