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Covid, guerra e teimosia

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Rubens Lemos Filho
Pelas redes sociais, adeptos da volta pura e simples do futebol se atolam a cada argumentação. Dias acorrentados, tormentosos dias, pois os dias lentos como água a escorrer pelos dedos, significam o veneno da impaciência e do medo na instintiva retranca de cada um. 
No Rio Grande do Norte, pelo noticiário, aqui mesmo na editoria chefiada por Itamar Ciríaco, o América insiste em voltar sem se ater apenas aos protocolos científicos. O vice-presidente parece ter sido escalado para produzir uma sustentação absolutamente frágil. 
Declarar é para profissionais e foi erro de comunicação a ideia de  comparar casos  com o Ceará onde, segundo disse o dirigente, o futebol está voltando diante de uma pandemia mais feroz. Foi duramente rebatido pelo Departamento Médico, este sim, credenciado para tratar de doenças.
Retornar com o futebol é desejo de todos. É preciso combinar o Covid-19. Cada fala de impulso, reforça tese de uma convenção de bobagens que não condiz com a grandeza do clube. Linguagem única e coerente é competência na gestão de crises. 
Falar, escrever, postar indiretas no Twitter, não irá ajudar. Somente expõe uma postura individualista e desrespeitosa com os médicos, aqueles que, de fato, são os personagens fundamentais na teia do Coronavírus. 
Filho de caboclo, escolado, 32 anos de atividade juntando palavras, dá para sentir a pouco  sutil forçação de barra. O Ceará Sporting apresentou 16 jogadores doentes, testados e afastados. 
Os comentários, retuítes  e entrevistas de pessoas importantes do América podem gerar até, em uma comparação com os Estados Unidos, quando entraram na Guerra do Vietnam e levaram uma surra homérica, com 58 mil militares mortos, 303 mil feridos e 1.687 desaparecidos. 
A cada derrota no Vietnam, combatendo contra pequenos sádicos que conheciam o terreno e surpreenderam com armadilhas táticas subterrâneas, os norte-americanos enviavam soldados e mais soldados para lutar e padecer, menosprezando o oponente  e desconhecendo  a tocaia do terreno cheio de túneis. 
Não creio  que as pessoas favoráveis à volta imediata do América duvidem do Covid-19. As afirmações e batidas no teclado, rocambolescas e infantis,  provocam o vírus à briga pessoal, como se os mortos até agora(mais de 400 no Rio Grande do Norte)  e os de amanhã, tenham contado com a chance de reagir a um inimigo silencioso e invisível. 
Uma das lições da Pandemia, quando acabar( quando ou se), é  de que olhar exclusivamente para o próprio umbigo ou bolso, será mesquinharia extinta.  
Exercitar a supremacia acima de vidas, a própria e às dos outros, é surfar na falta de sintonia com o mundo real. O mundo de um vírus que proíbe a postura infantil: “Eu quero, eu posso”. Não, não pode. Teimar é chamar a morte para tomar um cafezinho. Com formol(conservante de cadáver) no lugar do açúcar.  
Juventude 
O América e qualquer cidadão brasileiro, pessoa física ou jurídica,  têm o pleno  direito de reclamar das dificuldades financeiras, comuns a todos. 
 
Copa do Brasil 
O América está  olhando na perspectiva de encher seus cofres se passar de fase na Copa do Brasil. O prêmio pela ida à quarta-fase é de R$ 2 milhões. Tira qualquer um do aperto. Questão é o Covid. 
 
Juventude 
O adversário do América na Copa do Brasil é o Juventude de Caxias do Sul(RS). Primeiro jogo foi 1×1. 
 
Correto 
É do presidente Lupércio Segundo, do Santa Cruz, a mais lúcida palavra: “ Futebol deve  voltar mas de uma forma responsável, atendendo orientação da saúde e ao meu ver depois dos grandes centros. Penso que o certo é voltar em dezembro, com os clubes já estando em pré-temporada para 2021. Esses jogos serviriam até como pré-temporada rentável para os clubes”.
 
Bola dentro 
Do ABC ao liberar 707 mil reais da Justiça do Trabalho após quitar débitos. Mérito do presidente Bira Marques, pouco afeito aos holofotes midiáticos e operário do silêncio como método da eficiência. Serão 130 mil reais a cada mês. Um suspiro. Quem causou a dívida deveria canonizar o atual presidente. 
 
Ajuda 
Governo Federal vai ajudar os clubes da Série A. Com 115 milhões e 15 milhões para os da Série B. Nada virá para a Classe D, onde estão ABC e América. Que receberam 120 mil e ficará por aí. 
Luverdense saindo 
Tradicional nas séries intermediárias, a Luverdense(MT), está prestes a anunciar que não disputará o restante do Estadual, muito menos Série D. Lá, eles respeitam  cientistas. 
 
Derrubar veto 
Se depender da senadora Leila Barros (PSB-DF), o veto do presidente Jair Bolsonaro à extensão do auxílio emergencial de R$ 600 aos atletas e profissionais ligados ao esporte será derrubado. A ex-jogadora de vôlei trabalha no Senado para reverter a decisão presidencial e permitir a liberação do benefício à categoria. 
 
Sanção 
O presidente vetou a ampliação do benefício para profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único. O Congresso Nacional especificava profissões que estariam aptas a receber os R$ 600 do governo, como os profissionais que trabalham com esporte. 
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