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Covid: para especialistas, nova onda terá casos leves

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Osurgimento de novas subvariantes da covid-19 deve provocar um novo aumento de casos de covid-19 no RN, mas não deverá ocasionar um aumento significativo das internações e casos graves. Essa é conclusão de infectologistas e imunologistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE. O Estado registrou 164 novos casos confirmados de covid-19 em 24 horas, de acordo com boletim da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), divulgado nesta quinta. 
Adesão às doses de reforço da vacina ainda está abaixo da meta no RN. Para a D3, é de 57,7% e para a D4 é de 21,8%
O número de casos suspeitos por sua vez subiu de 294 para 403, entre quarta e quinta-feira. Frente ao crescimento do número de casos, infectologistas do RN recomendam o reforço da vacinação em adultos e crianças, que está abaixo do esperado, e das medidas de prevenção. Segundo dados do RN+Vacina, 21,8% da população do Estado tomou o segundo reforço da vacina (D4) e 57,7%, o primeiro reforço (D3). Em números reais, são cerca de 719.108 pessoas com a terceira dose em atraso no RN e 558.453 em falta com a quarta dose. A quantidade é abaixo do esperado, tendo em vista a meta de vacinação, que é de 90%. Apenas a D1 cumpriu esse número, com 95,1% da população vacinada.
“A tendência vai ser basicamente essa. Essas variantes vão surgir, isso é uma coisa que a gente já espera que vá acontecer mesmo, como é a transmissibilidade, evidentemente, mas que elas não se revertam em um aumento de casos graves, óbitos e hospitalizações porque as pessoas estão imunizadas e a tendência é que essas variantes, à medida que elas surjam, também desapareçam rapidamente”, diz o imunologista do LAIS/UFRN, Leonardo Lima.
Ainda de acordo com ele, os cuidados devem ser reforçados para que se possa atravessar o momento com maior tranquilidade. “Isso indica, também, que a gente precisa reforçar as campanhas de vacinação e estimular as pessoas com vacinas em atraso a procurarem seus imunizantes. É preciso que a gente transmita essa mensagem com cuidado”, afirma. 
Para Leonardo, o número de casos tem apresentado estabilidade e é natural que novas variantes surjam. De acordo com ele, essas são variantes menos letais, embora mais transmissíveis.  “A gente tem uma redução do número de casos sustentada a partir do processo de imunização. As variantes irão surgir naturalmente. São variantes que podem ser mais transmissíveis, mas com a letalidade mais baixa”, diz.
Baixa cobertura vacinal em crianças também deve ser levada em consideração.“Muitos pais negligenciam a vacinação das crianças, de 3, 4 anos. É importante que o Ministério da Saúde envie as vacinas para os estados e os estados façam campanhas massivas para estimular os pais e os responsáveis”, comenta.
A infectologista, Marise Freitas, reverbera da mesma opinião sobre o aumento de casos. “Assim como outros países tiveram um aumento de casos, uma pequena onda de casos, nós também, possivelmente, vamos passar por isso”, comenta. Ela explica que essa subvariante que circula é advinda da ômicron e lembra que, embora os casos estejam aumentando, ainda não se sabe se essas pessoas estão infectadas pela BQ.1. 
Marise reafirma que o aumento de casos se dá pela baixa cobertura vacinal em doses de reforço (D3 e D4) e o surgimento de novas variantes. “Há uma lacuna enorme. As pessoas se vacinaram no passado, em 2021. Então, temos uma proporção muito alta de pessoas que não tomaram segundo reforço. Nós temos uma proporção muito alta de crianças não vacinadas, ou seja, que não teve proteção alguma”, complementa. 
De acordo com ela, é preciso estar atento aos números. A quantidade de casos que surgem, a quantidade de leitos ocupados, lembrar que a pandemia ainda não acabou e, com isso, manter o isolamento no caso de sintomas gripais. “É preciso estar atento às notificações, às notícias, às condições do seu ambiente de trabalho, escola, casa”, diz. 
“A gente tem testes. É diferente de 2020 quando não tínhamos testes. Então, a pessoa, ao ter sintomas gripais, por mais discreto que seja, evite exposição a outras pessoas”, afirma. 
A infectologista diz que a expectativa é que essa nova onda passe sem maiores impactos para a população, no caso de todos tomarem os devidos cuidados. “A expectativa é que passemos por isso sem maiores impactos sobre a morte”, finaliza. 
Estado divulga novas recomendações
 Na ultima quarta-feira (16), a secretaria divulgou um novo leque de recomendações de combate ao vírus. O pontos foram decididos pelo Comitê de Especialistas em concordância com integrantes da Sesap em reunião na ultima segunda-feira (14), as 19h30, de maneira remota.  O RN, até o fechamento da matéria, está com a taxa de ocupação de leitos em 37%, sem fila de espera. “Quanto à vacinação, a porcentagem preocupa o Comitê”, afirma secretaria em nota. 
Dentre as recomendações está a retomada do uso de máscaras. O infectologista Leonardo Lima diz que a recomendação tem foco, principalmente, em pessoas do grupo de risco. “Uso de máscaras é uma recomendação, não uma obrigatoriedade ainda. Uma recomendação especialmente para os pacientes mais instáveis, idosos, pacientes com algum tipo de imunocomprometimento”, explica. 
Veja abaixo quais as novas recomendações no RN
Confira na íntegra:

1) Iniciar a vacinação da D5 para idosos, em conjunto com a vacinação já disponível para pessoas imunocomprometidas, e a D4 entre aqueles que não vacinaram;
2) Implementar canal de ouvidoria junto à Imunização da SUVIGE/CVS/SESAP para receber denúncias sobre a vacinação e salas de vacina;
3) Ampliar o horário de vacinação e pontos de vacinação;
4) Ampliar a capacidade de vigilância genômica no RN;
5) Fazer tratativas com o Ministério da Saúde, em conjunto com o CONASS, para aquisição de vacinas de nova geração;
6) Retomar o uso de máscaras faciais, como recomendação, de forma não obrigatória, em situações de ambientes fechados;
7) Estimular que os profissionais de saúde e farmácias procedam à notificação dos casos;
8) Os estabelecimentos de ensino da educação básica devem estimular pais e responsáveis a vacinar suas crianças e adolescentes e contribuir como local de vacinação de seus educandos, sobretudo com a retomada das atividades escolares das redes estadual e municipal;
9) Realizar busca ativa da população que está atrasada em relação à segunda, terceira e quarta doses, ou que ainda não foi vacinada;
10) Promover e estimular que as gestões municipais e os profissionais de saúde solicitem a testagem ampliada de todos os sintomáticos e testagem populacional estratificada, com a notificação dos casos;
11) A Atenção Primária à Saúde dos municípios, em conjunto com os NUREVEs das URSAPs, devem proceder ao monitoramento e acompanhamento dos casos ainda ativos, promovendo o isolamento social;
12) Reforçar a comunicação acerca de que todo paciente sintomático respiratório deve realizar o distanciamento social e usar a máscara.
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