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Craveirinha 100 anos

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Hoje é o centenário de nascimento do poeta africano José Craveirinha, considerado o maior entre os poetas da sua pátria Moçambique, o primeiro literato da África a vencer o renomado Prêmio Camões. Nasceu em 28 de maio de 1922 na cidade de Lourenço Marques, a capital hoje chamada de Maputo. Outra faceta do poeta foi a prática jornalística desde os vinte anos de idade, atuando durante décadas com artigos e crônicas em diversos jornais.
Começou a escrever nos anos 1940 nas páginas do semanário O Oriente, um jornal de influência católica. Depois ficou muitos anos colaborando com o jornal Brado Africano, onde produziu textos sobre questões sociais, nacionalismo, cultura e, principalmente, esportes. Era um ávido admirador do futebol e das lutas de boxe. Há algum tempo citei seu testemunho na aurora da carreira do maior jogador de Moçambique, o depois maior ídolo de Portugal, Eusébio. 
Quando viu o talento do então jovem atleta nos gramados de Lourenço Marques, afirmou vaticinando: “um príncipe de pés descalços, de característica voraz pela trave, que tem o gozo do gol, o prazer do gol, a paixão do gol”.
Craveirinha fez parte de uma geração intelectual que explorou o jornalismo como espaço de sonhos e anseios políticos. Chamado em Portugal de “o poeta jornalista”, sempre tratou a atividade como uma “paixão e primeira profissão”.
Nos anos 1950 escreveu no jornal “Notícias”, onde começou a profissionalização com direito a salário, iniciando como revisor, depois auxiliar de jornalista e, finalmente, jornalista. Mas com salário menor que dos brancos.
Quando o jornal A Tribuna inaugurou em 1962, ele passou a compor a equipe e ali teve a mais longa presença em páginas da imprensa de Moçambique. Dizia que os poemas tinham dimensão sociopolítica, mesmo se falasse de flores.
Para comemorar os 100 anos do seu nascimento neste sábado, vai o poema “A Nossa Casa”, de sua autoria. José Craveirinha morreu em 2003 aos 81 anos.
A Nossa Casa

Ambição 
minha e da Maria
foi termos uma casa nossa
onde nos contarmos os cabelos brancos

Sonho realizado.
casa definitiva já temos.
Lote 42.
talhão 71883.
fachada pintada a cal
Clássica arquitetura retangular
uma via asfaltada com um único sentido
tudo sito no derradeiro bairrismo
que é morar no bairro de Lhanguene.

Pelo menos envelhecer já não é problema
o resto na altura mais propícia
surgirá por si.

Parece que está por pouco
na lista onde eu consto
é injusto que tarde
estarmos juntos.
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