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Cremern cria protocolo para uso da cloroquina no RN

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Mariana Ceci
Repórter
O Conselho Regional de Medicina (CREMERN) do Rio Grande do Norte elaborou um Protocolo de Atendimento que passará a ser adotado pelos profissionais de saúde do município de Natal para o manejo e tratamento de pacientes com Covid-19. O documento foi publicado nesta quarta-feira, 20. O teor das diretrizes, aprovado em sessão plenária extraordinária do Conselho na última segunda-feira, 18, orienta os profissionais sobre os medicamentos e cuidados necessários para cada tipo de paciente que chega às unidades e postos de saúde com a doença. Entre os protocolos, está a recomendação de administração de hidroxicloroquina ou cloroquina isolada para pacientes nos estágios iniciais da doença, sem pneumonia. 
Prefeito de Natal, Álvaro Dias, confirmou que protocolo do Cremern será seguido nas unidades de atendimento de saúde do Município
Para pacientes que apresentam os sintomas iniciais da doença e sem pneumonia, o Cremern recomenda quatro alternativas de tratamento: a hidroxicloroquina associada com azitromicina; cloroquina; hidroxicloroquina ou cloroquina isolada e ivermectina associada à azitromicina. Para administrar a cloroquina, o Conselho Regional de Medicina destaca que o profissional deverá, obrigatoriamente, “relatar ao doente que não existe até o momento nenhum trabalho que comprove o benefício do uso da droga para o tratamento da Covid-19, explicando os efeitos colaterais possíveis, obtendo consentimento livre e esclarecido do paciente ou dos familiares, quando for o caso”.
“O tratamento antiviral poderá ser prescrito na fase inicial da doença, preferencialmente, aos pacientes portadores dos fatores de risco para a forma mais grave. Também poderá ser administrado nas demais fases naqueles casos em que não foi possível realizar no início, considerando os fatores de exclusão para o uso e tomando as devidas precauções”, diz o Cremern.
O debate sobre a eficácia da cloroquina para o tratamento da Covid-19 ganhou espaço a partir da defesa do uso pelo presidente Jair Bolsonaro, apesar de estudos ainda não apontarem o verdadeiro benefício da medicação contra a doença. O documento elaborado pelo CRM explica que “defende a possibilidade do médico optar por intervenções consagradas de acolhimento e terapia, seguras, com riscos previsíveis e contornáveis, com o intuito de salvar vidas”. 
O documento traz dados sobre os estudos conhecidos até o momento sobre a utilização do medicamento nos casos de Covid-19, e ressalta que “alguns medicamentos agiriam melhor em fases iniciais” da doença. Outras alternativas terapêuticas também têm sido estudadas pela categoria, como o uso da ivermectina.
Riscos da auto-medicação
O documento destaca, ainda, os riscos envolvidos na auto-medicação, e que todas as recomendações expressas são para os profissionais atuantes na área, não para a população. Para pacientes que apresentem casos mais graves da doença, com pneumonia leve ou grave, outros medicamentos e tratamentos são indicados aos profissionais. No caso dos pacientes que apresentam pneumonia leve, deve-se utilizar o mesmo esquema para pacientes sem pneumonia, com adição de metiprednisolona, dexametasona ou prednisona.
As orientações estabelecem, ainda, critérios de admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que apresenta uma escassez cada vez maior de leitos disponíveis no Estado. Dentre os critérios, está a insuficiência respiratória com necessidade de máscara para manter a saturação de oxigênio acima de 90%, encefalopatia com rebaixamento do nível de consciência ou confusão mental e a rápida deterioração da condição clínica do paciente.
Já os critérios de alta hospitalar envolvem a melhora de todos os parâmetros clínicos, laboratoriais e radiológico, três dias sem febre e saturação de oxigênio superior à 92% em idosos e à 95% em jovens. Após a alta, o paciente deve continuar a ser monitorado, com uma consulta telefônica após as primeiras 24h de liberação do hospital, e outra a cada 48h ou 72h para acompanhar e diagnosticar de maneira precoce possíveis complicações tardias. Após um mês da alta, o paciente deverá ter uma consulta presencial para fazer uma avaliação por imagem e análise laboratorial de sua condição.
Prefeitura irá adotar protocolo
O prefeito de Natal, Álvaro Dias, recebeu, nesta quarta-feira, o protocolo médico elaborado pelo CRM e confirmou que será adotado pela rede municipal de saúde.
“Nosso objetivo é salvar vidas. Nesse sentido, vamos padronizar o atendimento seguindo os critérios técnicos estabelecidos pelo Cremern, cujo trabalho é merecedor dos nossos elogios pelo seu caráter científico e de extrema importância para a sociedade natalense neste momento”, classificou o prefeito, na reunião em que foi recebido, junto com membros do comitê científico, pela diretoria do Cremern — o presidente Marcos Lima de Freitas, o vice-presidente Marcos Jácome e o diretor do Departamento Fiscal da entidade, Francisco Braga.
Durante a reunião, além do protocolo, o prefeito Álvaro Dias explicitou aos dirigentes do órgão médico os esforços realizados pela gestão para o atendimento adequado à população, bem como os cuidados com os trabalhadores da saúde. O gestor apontou detalhes sobre o funcionamento do Hospital de Campanha de Natal e sobre a chegada de equipamentos e insumos, além de melhorias na estrutura do local.
“A gente considera muito importante que a Prefeitura de Natal esteja aqui nesse encontro. Estamos trabalhando para avançar nessa área e estaremos em constante evolução e adaptação. O trabalho que vem sendo feito pela Prefeitura é elogiável e ficamos muito felizes com esse momento”, afirmou o presidente do Cremern, Marcos Lima de Freitas. “Esse é um momento histórico. A vinda de um prefeito até o Cremern para que, juntos, possamos desenvolver um trabalho para salvar vidas fica marcado na história da cidade”, acrescentou o vice-presidente Marcos Jácome.
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