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Cresce fila por córneas em SP

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São Paulo (AE) – Todas as unidades de captação de córneas da capital paulista estão com as atividades suspensas desde o início do ano. O resultado da paralisação é que a fila de espera de pessoas que precisam de um transplante para voltar a enxergar na Região Metropolitana de São Paulo aumentou nove vezes de tamanho no período. Enquanto em fevereiro apenas 120 pessoas aguardavam por um doador de tecido ocular, agora o número saltou para 1.105 pacientes.

O motivo é que a prefeitura não renovou a parceria com o Banco de Olhos de Sorocaba (Interior) – referência nacional em captação – que fazia o serviço nas unidades municipais. Pelo acordo, que vigorou entre 2005 e março deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde fornecia apenas o espaço dos hospitais (Ermelino Matarazzo, Campo Limpo, Jabaquara e Tatuapé) e a equipe sorocabana era responsável por fazer a abordagem com os familiares dos possíveis doadores, além de preparar os tecidos conseguidos no Banco de Olhos montado no Hospital Municipal do Tatuapé, que também permanece fechado.

Além das córneas das unidades municipais, que correspondiam a 50% do total de doações no Estado, o Tatuapé recebia os tecidos oculares conseguidos em outros nove hospitais da Grande São Paulo. Sem o funcionamento do espaço, as córneas captadas precisam ser levadas até o Hospital de Sorocaba, o que pode comprometer a qualidade do transplante. “Com o fechamento do banco do Tatuapé e todos os outros problemas, só conseguimos retomar os serviços em três das 13 unidades”, lamenta Edil Vidal de Souza, coordenador do Banco de Olhos de Sorocaba. Com isso, a fila de espera estadual também cresceu. Passou de 1.790 pessoas em janeiro, para 2.749.

Os outros problemas citados pelo coordenador de Sorocaba começaram em março, quando o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) denunciou que as unidades de captação atuavam sem um profissional diplomado, apenas com técnicos de enfermagem. Por conta disso, o Banco de Sorocaba parou os serviços naquele mês para se adequar às novas determinações. “Já em maio, após um termo feito pelo Ministério Público, ficamos aptos a funcionar. Ainda assim, a Secretaria Municipal de Saúde não autorizou a reabrir o Banco do Tatuapé”, conta Souza.

O Coren se defende afirmando que as denúncias feitas pelo conselho visavam melhorar a captação. “Sabíamos que sem a presença de um profissional específico, muitos tecidos eram retirados sem critérios e acabavam no lixo”, observa Cláudio Alves Porto, coordenador de fiscalização do Coren. A Prefeitura alega que os serviços só não foram retomados porque o “Hospital do Tatuapé passou por um processo de adequação”.

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