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Cresce frota de veículos a gás no Estado

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DADOS - Suanny Taline diz que conversões têm crescido 30% no RN

O Rio Grande do Norte é o maior produtor de gás natural veicular (GNV) do país e não por acaso vem demonstrando um aumento na frota de veículos movidos ao insumo. Embora esse aumento ainda não seja tão significativo quanto em estados como o Rio de Janeiro, cuja frota chegou a 417 mil em fevereiro, revelando um crescimento anual acima da média nacional, de 24,2%, ele já provoca uma certa inquietação no mercado automobilístico.

O crescimento no Estado ainda é tímido. De acordo com informações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em 2004, a frota de veículos a gás natural no RN girava em torno de 25 mil carros, o que representava 5,83% do total de 429 mil veículos. Hoje, esse número cresceu para mais de 30 mil, representando 6,38% do total de 477 mil veículos. Isso, cabe ressaltar, de janeiro a meados de abril deste ano. Número que com os crescentes reajustes do preço da gasolina e maior acesso a informações, ainda deve crescer até o final do ano. Prova disso é que o Governo do Estado pretende aumentar a rede de distribuição de GNV para o interior, que ainda está mais restrita à região metropolitana de Natal.

Recentemente, segundo o diretor da Potigás, Geraldo Pinto, dois novos postos de gás natural veicular foram implantados em Goianinha, que fica a 54 quilômetros de Natal. “Não só há intenção de se expandir a rede de distribuição, como isso já tem sido feito. Depois de Goianinha, pretendemos aumentar a rede para Parnamirim e Macaíba e há perspectiva de se chegar a Ceará-Mirim e às regiões Oeste, Alto-oeste e Seridoense do Estado”, garante ele, acrescentando que todo este crescimento está previsto para os próximos dois anos.

Nas lojas de conversão de combustível a procura tem aumentado de acordo com os reajustes do preço da gasolina, que em Natal, já chega a R$ 2,65. A gerente da maior loja de conversão da capital, Suanny Taline de Macêdo Barreto, afirma que o percentual de aumento na procura pela conversão atingiu uma média de 30% a 40% nos últimos quatro anos.

“Nos últimos dois anos o aumento varia de acordo com o período do ano. Normalmente, no final do ano, quando as pessoas recebem o décimo terceiro salário e principalmente quando a gasolina aumenta, chegamos a registrar um aumento de 40% no atendimento, chegando a 90 veículos no mês”, contabiliza ela, destacando que cerca de quatro veículos são convertidos a gás por dia apenas na loja dela. “Mas em dias em que a gasolina aumenta, chegamos a fazer até oito conversões”, ressalva.

Em revendedoras de carros o crescimento na procura por veículos a gás também tem aumentado. O proprietário de uma das maiores revendedoras de Natal, João Bosco de Carvalho, revela que de 2004 para 2005, esse crescimento correspondeu a um percentual de mais de 30%. No entanto, ele avisa que muitos desistem por causa do preço do carro e pelo fato de algumas financiadoras não aceitarem financiar a diferença entre o carro comum e o que tem o Kit. A diferença entre dois carros com as mesmas características é de R$ 1.300.

Para o usuário, a economia é o que mais pesa na decisão de conversão. O metro cúbico do GNV corresponde a cerca de 49% do valor do litro de gasolina. Por esse motivo, o estudante Ewerton Ferreira de Aquino decidiu adquirir um kit com capacidade para 17 metros cúbicos de GNV.  “Passei algum tempo fazendo pesquisas até decidir, mas o que me impulsionou foi a alta da gasolina e a manutenção do preço do gás”, diz. Segundo ele, que chega a gastar em média R$ 200 por mês, o dinheiro do investimento (R$ 2.450) logo será ressarcido.

Vantagens da conversam superam as desvantagens

Ao que parece, as vantagens superam as desvantagens na conversão para GNV. “Para mim, a única desvantagem é a falta de espaço no porta-malas, mas como não vivo viajando, quase nem sinto o problema”, garantiu Suanny Barreto, que ao citar as maiores vantagens, além da economia, lembrou da preservação ao meio ambiente: o GNV tem baixo nível de emissão de gases poluentes, causando menor dano a ele.

Além da perda de espaço no porta-malas, as pessoas também têm receio da perda de potência, que é de cerca de 5%, semelhante ao uso do ar condicionado. A boa notícia é que ao realizar a conversão, alguns equipamentos podem garantir a potência normal do carro. De acordo com a chefe de oficina Socorro Silva, o variador de avanço evita essa perda, mas isso pode aumentar o preço do kit, que dependendo dos acessórios vai de R$ 1.700 a R$ 3.380.

Quanto aos freqüentes problemas que podem surgir no veículo devido à conversão, ela esclarece: “isso só acontece se o motorista não fizer uma manutenção regular no carro, assim como qualquer outro. Se ele mantiver a parte de ignição do veículo 100%, não há como ocorrer nenhum tipo de problema.”

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