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Crescimento e desenvolvimento

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Alcir Veras – Economista

Os termos Crescimento Econômico e Desenvolvimento Econômico parecem, à primeira vista, palavras que tratam de concepções de caráter exclusivamente acadêmico. Há, também, o fato de algumas pessoas acharem que são palavras sinônimas.  Mas, não é bem assim.  Apesar de ter, na verdade, essa conotação, no entanto existe entre eles uma diferença acentuadamente eloqüente.  Se, por um lado, os referidos termos podem suscitar confusões conceituais, de outro esbanjam clareza na medida em que apresentam traços nitidamente distintos. Ou seja, de um certo ângulo, a diferença apresenta-se sutil, enquanto que às vezes mostra-se auto-explícita.

Crescimento Econômico é entendido como sendo o aumento da capacidade produtiva de bens e serviços da economia de um país, Estado ou Região, num determinado período de tempo (geralmente um ano), cujo resultado contribui conseqüentemente para o aumento do Produto Nacional Bruto. Já o termo Desenvolvimento Econômico é mais abrangente, posto que, além do simples aumento nas quantidades de bens e serviços produzidos por uma economia, implica em expressivas mudanças que resultem na melhoria da qualidade de vida da população.  Isso quer dizer elevação do nível de bem-estar social, através de melhores padrões de educação, saúde, habitação, transporte, segurança pública, emprego-renda, entre outros.

A governadora do Rio Grande do Norte, Vilma de Faria, lançou recentemente um plano de ação governamental que o denominou de “Agenda do Crescimento”.  Em tese, a proposta foi bem acolhida pela classe empresarial e pelos diversos segmentos da sociedade civil organizada. A semente, quando atirada em solo fértil, tem maior capacidade de produzir bons frutos. Por essa razão, torna-se desnecessário dizer que o êxito de qualquer plano depende das pré-condições existentes.  Nesse sentido, o Rio Grande do Norte é potencialmente viável, pois nos últimos 15 anos manteve-se sempre entre os três primeiros Estados do Nordeste que apresentam maiores taxas de crescimento regional.

Como todo e qualquer projeto governamental, o “Agenda do Crescimento” não é uma obra perfeita e acabada, mas também não é uma utopia. A julgar pelo conteúdo de suas proposições, observa-se que o plano foi idealizado a partir de uma concepção lúcida. Na formulação de seus principais objetivos é utilizado o termo crescimento em lugar de desenvolvimento.  Seria, por exemplo, ingênuo e impróprio, pensar em consolidar um projeto de desenvolvimento em apenas quatro anos.  Num tempo exíguo, como é o caso, a maioria das metas são de curto prazo, o que depende do fôlego da equipe de trabalho e da ousadia e obstinação da governadora. Achei, porém, tímidas as ações destinadas à educação, tendo em vista a importância fundamental dos recursos humanos para o êxito dos empreendimentos socioeconômicos.

Para o “Agenda do Crescimento” está previsto um investimento global da ordem de 15 bilhões de reais. Desse montante, o governo do Estado participa apenas com cerca de 8.5%.

Mas, o Plano exibe uma face inédita, por apresentar a convincente capacidade de mobilização da iniciativa privada e ao mesmo tempo rompe o velho paradigma de que o Estado é o complacente e generoso tutor da economia. 

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