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Crise no Walfredo Gurgel atinge cirurgias eletivas

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SAÚDE - A PGE criou obstáculos para fazer o pagamento das cirurgias realizadas no Hospital Antônio Prudente e a dívida já chega a R$ 200 mil

Além do risco de paralisação das neurocirurgias de urgência no Walfredo Gurgel, uma outra crise ligada à especialidade não foi sanada e envolve as cirurgias eletivas. Algumas dessas cirurgias eram realizadas no próprio Walfredo, porém a redução desses procedimentos desde o final de 2006, por conta das crises no setor e dos novos contratos, obrigou a Sesap a buscar alternativas, dentre as quais o Hospital Antônio Prudente.

Para essa unidade foram encaminhados 23 pacientes do HWG, cirurgiados entre quatro e cinco meses atrás. Porém, o valor referente a esses serviços, R$ 200 mil, ainda não foi quitado. José Renato reconhece a dificuldade no pagamento, mas afirma que a quantia está em “vias de ser repassada” ao Antônio Prudente, tendo sido aprovada até pela Procuradoria Geral do Estado. Segundo ele, a PGE criou obstáculos, diante do fato de que o Sistema Único de Saúde (SUS) já conta com um hospital credenciado para essas cirurgias eletivas, o Universitário Onofre Lopes.

No Huol, entretanto, o ritmo de cirurgias é bem menor que a demanda. Luciano Araújo, que também é chefe do serviço de Neurocirurgia no Onofre Lopes, explicou que a média é de uma a duas operações por semana, o que tem resultado em uma fila de espera que chegaria a 60 pacientes. Um novo centro cirúrgico foi montado, está semi-equipado, mas ainda não conta com estrutura suficiente para funcionar, principalmente devido à falta de recursos humanos.

Parte dos pacientes que aguardam essas cirurgias eletivas, quando sofrem alguma piora no quadro, acabam tendo de buscar o Walfredo Gurgel. De acordo com a direção do HWG, atualmente há sete pessoas nessa situação. “Eles vêm por conta da sintomatologia, porque têm uma crise convulsiva, por exemplo. Alguns até acabam sendo cirurgiados de urgência”, aponta José Renato.

Segundo ele, embora o valor devido ao Antônio Prudente deva ser quitado em breve, não há previsão de envio de novos pacientes para o hospital. “Mandamos os 23  depois de março, porque alguns já estavam há meses à espera. Mas o hospital que dever realizar esses procedimentos é o Onofre Lopes”, ressaltou.

Diretor do HWG garante atendimento

Apesar do impasse entre os nove neurocirurgiões que prestam serviço ao Hospital Walfredo Gurgel e a Secretaria Estadual de Saúde, mas o diretor do Hospital Walfredo Gurgel, José Renato Machado, garantiu que o atendimento está assegurado.

“Nós vamos começar o mês fazendo a escala com os neurocirurgiões que são funcionários do Estado”, explicou José Renato, citando que nos quadros do Hospital Walfredo Gurgel dos 16 neurocirurgiões, 8 são do quadro funcional.

Mas o diretor do hospital admite que não há como fechar a escala do mês com apenas sete neurocirurgiões. “Vamos fazer um novo contrato. Na próxima semana iremos resolver”, comentou.

José Renato observou que a Secretaria Estadual de Saúde já está trabalhando para fechar o contrato. Ele confirmou que serão feitas algumas mudanças em clausulas contratuais. A principal delas será estabelecer um prazo para encerrar a contratação. “Será feito um concurso público onde vamos suprir essa carência de neurocirurgiões”, comentou. Mensalmente a Secretaria Estadual de Saúde gasta só com esses nove neurocirurgiões o valor de R$ 246 mil.

O diretor do Hospital Walfredo Gurgel chamou atenção ainda que o concurso público será importante para colocar neurocirurgiões nos hospitais Deoclécio Marques, em Parnamirim; Santa Catarina, na zona Norte, e Tarcício Maia, em Mossoró. “Com isso não será mais a transferências de pacientes de neuro de Mossoró para Natal”, ressaltou o médico.

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