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Crise ou oportunidade?

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Paula Borba
Psiquiatra /[email protected]

Tudo tem outra alternativa dependendo do ângulo enxergado. Um dia recebi duas pacientes idosas que foi muito interessante. Ambas falaram a mesma situação com entonações bem opostas. A primeira se lamentou porque passou fome e sofreu muito e não valorizou a situação boa que se encontrava. Viveu enxergando o que deixou de ter e não o que conquistou. A outra paciente, vangloriou-se que havia passado fome e que havia sofrido muito, disse que eu não imaginava sua luta e que tinha vencido tudo. Foi mais uma lição para mim. Podemos nos lamentar de estar com as prateleiras vazias ou felicitar por ter vendido tudo.

Estamos em tempo de crise. Tornou-se mais difícil manter os padrões de vida, oferecer o que se deseja aos filhos ou curtir o que gostaria. No entanto, será que não se poderia pensar em mudar os hábitos? Pode-se aproveitar as dificuldades para provocar mudanças que sejam inseridas em uma nova rotina, em uma nova vida que não se havia parado pra pensar. É possível viver consumindo menos, analisar que não são necessários tantos pares de sapato? É possível passar um dia agradável curtindo as praias ao seu redor e não necessariamente viajar para o exterior. É possível caminhar em lugares públicos, aproveitar as praças e observar a natureza de sua cidade. É possível aproveitar mais sua casa e curtir programações como assistir um filme em família. Fazer um almoço em casa. Plantar sua própria horta.

É possível ver oportunidades de mudanças. Vencer a resistência de mudar ou o medo de se adaptar. Às vezes é preciso enfrentar sair da zona de conforto. É claro que todos trabalham e se esforçam para ter a recompensa que deseja. Para uns viajar, para outros ter um bom carro, ter uma boa casa, estudar, investir. Ninguém trabalha pensando em regredir, claro que só progredir. Contudo, também pode se abrir para uma nova ideia, para uma nova alternativa a qual pode resultar em ser melhor da que se tinha o habito de fazer e, com isso, minimizar um sofrimento do que não se pode ter, pelo menos a curto ou médio prazo.

Porque não aderir ao verbo da modernidade: compartilhar! Reciclar, renovar, reaproveitar, todos são conceitos que ampliam o olhar do ser humano para o outro, para uma visão altruísta. Não se vive só. E se se vive em coletividade, torna-se necessário fazer ações de mão dupla. Para mim e para o outro. Para minha casa e para meu vizinho. Para minha empresa, mas também para meu empregado.

A reflexão é momento de crescimento e crescer é amadurecer, é passar de fase, é vencer as adversidades. Aproveitemos então as dificuldades e crises para enxergar as oportunidades de se tornar cada vez melhor!

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