Bruxelas (AE) – A Croácia se tornou oficialmente ontem o 28º membro da União Europeia (UE). O ingresso ao grupo ocorre depois de quase uma década de negociações e pouco mais de 20 anos após a independência da ex-Iugoslávia. A primeira república da ex-Iugoslávia a aderir à União Europeia foi a Eslovênia, em 2004.
Essa é a primeira expansão da União Européia desde o começo de 2007, quando Bulgária e Romênia entraram para o clube. O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, comemorou o ingresso da Croácia no grupo.
Mas os fundamentos econômicos da Croácia não são animadores. A taxa de desemprego está perto de 18%, a economia está contraindo desde a crise financeira de 2009 e só deve voltar a crescer no ano que vem e o déficit orçamentário está acima de 4,5% do PIB.
O único indicador relativamente positivo é a dívida pública, próxima de 60% do PIB. Ao mesmo tempo, um dos maiores benefícios da adesão à UE, o livre trânsito da força de trabalho, só passará a valer daqui a sete anos.
Com sua própria moeda, o kuna, a Croácia poderia promover uma desvalorização para aumentar a competitividade da sua economia, mas em meio à luta para manter a inflação sob controle, o banco central parece determinado a manter a moeda atrelada ao euro.
Em um discurso em Zagreb à meia-noite local de ontem, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, gritou para a multidão: “bem-vindos à nossa união!”.
O país de 4,4 milhões de habitantes tem rating em grau especulativo (junk) das principais agências e é conhecido pela corrupção endêmica no sistema político. Em novembro do ano passado o ex-primeiro-ministro Ivo Sanader foi condenado a dez anos de prisão por ter aceitado propina de empresas estrangeiras.
Com informações da Dow Jones Newswires.