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Cuidar das pessoas me interessa mais

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Fátima Bezerra
Governadora do Rio Grande do Norte. Professora
A pandemia da covid 19, que infelizmente foi subestimada em nosso país, deixou um legado de dor e de morte. No contexto de milhares de famílias destroçadas, temos crianças e adolescentes órfãos da pandemia. Só no RN, cerca de 600 meninas e meninos. É obrigação dos governos garantirem apoio material, proteção social e acolhimento aos pequenos que sofrem da mais terrível sequela da covid: a perda de suas mães, pais e avós.  
Por isso lançamos o RN Acolhe, fruto de estudo e discussão em uma das câmaras técnicas do Consórcio Nordeste que coordeno: a câmara de assistência social. Enviaremos para ALRN uma proposta de auxílio de R$ 500,00 até a maioridade das crianças e adolescentes, o que será repetido nos demais Estados do nordeste e esperamos que possa se replicar em todo o País. 
Esse tem sido o tom de nossa condução da pandemia no RN: a defesa da vida e o cuidado com as pessoas. Ao contrário do que vimos em plano nacional, aqui tem um governo que não desrespeitou a ciência; que incentivou e investiu no uso da máscara através do programa RN + Protegido; que não debochou da dor nem propagandeou remédio sem eficácia; que não incentivou as aglomerações.
Muitas vezes tive que adotar medidas impopulares e assim o fiz, sem me eximir ou fugir de minha responsabilidade enquanto governadora. Ao mesmo tempo, adotamos medidas para mitigar os efeitos econômicos e sociais da pandemia. Na rede assistencial, optamos pelo modelo que se mostrou o mais acertado: investir na rede própria de leitos SUS e de forma descentralizada, garantindo assistência a todas as regiões do estado. Temos hoje uma rede de leitos que o RN jamais teve em sua história, legado que deixaremos para a maioria da população que precisa do SUS. 
Hoje, felizmente, os dados epidemiológicos mostram uma melhora sensível nos indicadores da pandemia, o que tem nos permitido seguir o plano de retomada das atividades econômicas e sociais com a responsabilidade e o cuidado de quem sabe que a pandemia ainda não acabou. O quadro atual revela aquilo que sempre dissemos: a economia se recupera, a vida não. 
Disse ao povo do Rio Grande do Norte que não sossegaria até ver toda a população vacinada e tenho perseguido diariamente essa meta, batalhando por mais vacinas e distribuindo de forma célere, segura e competente cada dose que chega ao RN. Quando o Ministro da Saúde diz que não largo do pé dele, é verdade. Essa luta já nos permitiu comemorar mais 1 milhão de potiguares vacinados com pelo menos uma dose e mais de 500 mil pessoas que completaram seu ciclo vacinal tomando a primeira e a segunda dose. Isso nos enche de esperança. Nosso país que já foi exemplo mundial em vacinação, não precisava estar passando por essa dificuldade. 
Assim seguiremos, sem subestimar a pandemia ou deixar de fazer todo o possível para reduzir as suas sequelas. Outro dia ouvi que, no Brasil, precisamos resgatar a compaixão. Concordo muito com isso! O mundo entra em desequilíbrio quando a dor do outro não nos comove. Fui eleita para governar para todos e para cuidar dos que mais precisam. Hoje, sem dúvida nenhuma, os órfãos da covid estão entre os que mais precisam da ação do Estado.  
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