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Cura na autoestima

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Tádzio França
Repórter

Passar pelo abalo físico e emocional de um tratamento de câncer, é uma de suas etapas mais difíceis. Uma batalha onde a autoestima elevada tem papel  importante na possível cura. Em pleno mês da campanha Outubro Rosa, cujo objetivo é difundir conhecimento e conscientização sobre as formas de prevenção e tratamento do câncer de mama, iniciativas que promovem beleza, sensibilidade e informação, ajudam a tornar um momento extremamente problemático em algo além do sofrimento. A arte salva de várias maneiras e faz pensar.

Dois ensaios fotográficos com mulheres que venceram o câncer de mama, ajudam a tornar um momento problemático em algo além do sofrimento


Dois ensaios fotográficos com mulheres que venceram o câncer de mama,
ajudam a tornar um momento problemático em algo além do sofrimento

O câncer de mama é o tipo mais incidente entre as mulheres brasileiras, correspondente a 28,1% dos casos a cada ano – um percentual mais elevado que a média mundial, que chega a 25%.   Registrar como algumas dessas mulheres enfrentam com atitude e estima alta esse momento difícil,  é o objetivo impresso nas exposições “Mulheres de Peito”, da fotógrafa Kalina Veloso, aberta a partir do dia 08/10 (segunda) na Assembleia Legislativa, e “Mulheres Bonitas”, do grupo Bonitas, com imagens do fotógrafo Sandro Menezes, que já foi aberta na Liga Contra o Câncer e a partir de 09/10 estará no Praia Shopping.

As bonitas
“Mulheres Bonitas” está em sua segunda edição. Traz imagens de 13 mulheres diferentes, cada qual exibindo sua história de superação. A jornalista Ana Patrícia Fortunato é uma dessas imagens vivas. Há um ano ela descobriu o câncer de mama através do auto-exame, iniciando em seguida a maratona de quimioterapia, cirurgia e radioterapia. “Não é fácil passar por todo esse tratamento e imaginar que você vai perder seus cabelos, uma parte do seu corpo. É uma cicatriz que vai além do físico. Do nada, você tem que ressignificar toda a sua vida”, diz.

Em pleno mês da campanha Outubro Rosa, as ações contam histórias e difundem conhecimento e sobre as formas de prevenção e tratamento da doença


Em pleno mês da campanha Outubro Rosa, as ações contam histórias e
difundem conhecimento e sobre as formas de prevenção e tratamento da
doença

Foi assim que Ana Patrícia conheceu o Bonitas, um grupo de Whatsapp que há três anos articula ações voltadas para mulheres oncológicas. Um coletivo que começou com três mulheres numa sala de quimioterapia, e atualmente conta com 83 integrantes. A primeira exposição, no ano passado, reuniu 23 mulheres. Já a mostra de 2018 trouxe um acabamento mais refinado: as modelos quiseram ousar mais.

“O processo é voluntário, só participa quem quer. A sessão de fotos rolou em um dia. Fomos todas de camiseta branca e calça jeans, posando sobre um fundo preto. Mas cada uma pôde sugerir sua ideia. Houve quem quis mostrar a cicatriz, tirar a blusa, usar flores ou lenços, ousar na maquiagem. Ficamos à vontade, e o fotógrafo teve toda a sensibilidade para nos dirigir”, conta a jornalista. Ana Maria escolheu flores para cobrir sua mama. Ela reafirma os benefícios de se expor assim. “O ensaio mostra que a gente é bonita mesmo apesar das dores, das cicatrizes e do psicológico abalado. Existe uma vida após o câncer, e não é o fim”, declara.

Adilza Holanda, uma das organizadoras da mostra, ressalta que na 2ª “Mulheres Bonitas” as modelos desejaram exibir mais suas vaidades. “A 1ª mostra foi mais intimista, mas agora elas quiseram externar mais suas belezas. Vi gente que se descobriu linda careca. É uma forma de recomeçar, e dar o recado para outras mulheres, oncológicas ou não”, diz. O fotógrafo Sandro Menezes sentiu a responsabilidade de fazer um trabalho – ainda inédito pra ele – que mexe com o estado de espírito de pessoas numa situação especial. “Eu conversei o tempo todo com elas, queria entrar na história de cada uma e traduzir aquilo na foto. Para tirar o melhor, segui os caminhos que elas me deixaram trilhar. E adoramos os resultados”, afirma.  

Ensaios fotográficos ‘Mulheres de Peito’


Ensaio fotográfico ‘Mulheres Bonitas’

De peito aberto
Mais uma imagem bonita entre as ações do Outubro Rosa, a mostra “Mulheres de Peito” entra em sua 4ª edição, provando que histórias de superação também podem ter muita cor, elegância e beleza. “A ideia da exposição é dar continuidade e destaque a elas. Valorizar pessoas que estão enfrentando com muita dignidade e bravura o câncer de mama. Quero mostrar que mesmo diagnosticadas com um problema sério, elas são bonitas, guerreiras e tiveram uma atitude sublime, pois mesmo não estando num momento muito favorável, se dispuseram a colaborar com o ensaio fotográfico”, afirmou Kalina, cujo trabalho é engajado na temática da mulher.

O ensaio apresenta 13 modelos voluntárias. Kalina Veloso também destacou o fato de que muitas delas compareceram ao estúdio fotográfico após passarem por sessões de quimioterapia. O mesmo material fotográfico da exposição também integra as páginas da revista Elas por Ela, assinada pela fotógrafa, que foi lançada durante os eventos do Agosto Lilás em Natal.  A Assembleia Legislativa tem tradição de apoiar o Outubro Rosa. Entre suas ações esteve o mutirão para exames de mamografia em diversos pontos da capital, com a parceria do Grupo Reviver. Em paralelo, também foi promovida a campanha “Doe Lenços”.

‘Mulheres Bonitas’ promovem beleza, sensibilidade e informação


‘Mulheres de Peito’ promove beleza, sensibilidade e informação
Mutirão de mamografia começa nesta segunda
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) inicia na próxima segunda-feira (8) um mutirão de mamografias gratuitas, dentro da programação do Outubro Rosa. Além disso, durante o mês, as unidades de saúde realizarão diversas atividades de promoção à saúde da mulher.  A SMS e o Grupo reviver fecharam uma parceria para conscientizar as mulheres sobre o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer de mama.
A ação que começa segunda vai se estender até o dia 02 de novembro: a Unidade Móvel Savana Galvão, do Grupo Reviver, estará realizando mamografias gratuitas em Natal. A demanda é aberta para as mulheres entre 50 e 69 anos de idade. Elas poderão fazer mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem a necessidade de pedido médico. Para as mulheres fora dessa faixa etária, é necessário requisição médica. Uma ação extremante válida, já que segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o percentual de cobertura mamográfica  pelo SUS entre mulheres de 50 a 69 anos em 2017 foi o menor dos últimos cinco anos. Os motivos são a dificuldade para agendar, equipamentos quebrados, e a falta de técnicos qualificados. Quanto mais exames, melhor.
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