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Curtas mais curtos

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Antes de abrir os portões do rock, o festival Música Alimento Da Alma (MADA) testa o poder de concentração do público no “Curta Natal de Cinema e Vídeo”, que ocorre entre os dias 17 e 22 de abril, sempre a partir das 20h, no Centro Cultural Casa da Ribeira. A partir da terça-feira, um telão será instalado na parte externa da casa para os que não conseguirem lugar no auditório, que tem capacidade para 162 pessoas sentadas. A entrada é gratuita e as senhas estarão à disposição do público a partir das 14h no local. Cada um terá direito a dois ingressos para a entrada na Mostra do dia.

A Mostra Mix Brasil abre o festival na segunda-feira numa temática voltada para o comportamento alternativo e diversidade sexual. No dia seguinte, as animações e os vídeo clipes ganham os holofotes da platéia. Os diretores dos vídeos concorrerão a R$ 500 pelo júri popular. A premiação foi valorizada pela quantidade de trabalhos enviados este ano: 16 contra 5 do ano passado.

Depois de um refresco na quarta-feira, o Curta Natal volta na quinta e sexta-feira com a Mostra Nordeste de Curtas-metragens, onde 16 trabalhos concorrerão à prêmios entre R$ 500 e R$ 2 mil. No sábado, o festival apresenta curtas convidados, experimentais e homenageados.  

A produção do evento acredita que o público vai perceber as novidades deste ano na qualidade dos trabalhos exibidos. A redução no tempo de apresentação dos curtas que concorrerão aos prêmios distribuídos na edição 2006 durante a Mostra Nordeste de Curtas-metragens, marcada para a quinta e sexta-feira da próxima semana, é um dos motivos da mudança. As conseqüências recaíram sobre o número de trabalhos selecionados, que também diminuíram em relação ao ano passado: de 21 para 16.

Diretores profissionais e amadores concorrem na Mostra Nordestina

Para a coordenadora da Mostra Nordeste, Keila Sena, o objetivo é dar um maior dinamismo às exibições e “prender” a platéia do início ao fim do evento. “Vamos ter 1 hora e meia de exibição. Nos outros anos o publico saía no meio do filme, tinham alguns inclusive bem longos. Acho que essa seleção mais rigorosa acaba influindo na melhor qualidade dos trabalhos. O Curta Natal vai se adaptando e se aprimorando às necessidades. Tem coisas muito boas, com linguagens diferentes, ousadas. Recebemos 41 trabalhos este ano, um número até maior que outras edições”, conta.

Ela conta que o perfil dos diretores é diversificado e entre os concorrentes existem desde profissionais, como o cineasta cearense Rosemberg Cariri, à iniciantes que sequer imaginavam trabalhar na área. “Para alguns o cinema está no dia a dia, outros mostraram trabalhos muito bons mas são marinheiros de primeira viagem. O que a gente quer é fomentar uma produção local. Se você for ver, dos 16 selecionados, seis são do Rio Grande do Norte e o restante está distribuído entre Pernambuco, Paraíba, Ceará, Maranhão e Bahia”, conta. 

Lenda urbana vira tema de curta criativo e barato

Um dos “marinheiros de primeira viagem” que estréia como diretor no festival Curta Natal é o técnico em meio ambiente Allen Andrade. Ele teve o curta Dia D (Ele) selecionado de última hora para a Mostra Nordeste de Curtas-metragens.

O filme foi produzido em parceria com a amiga jornalista Berna Rodrigues, que ao contrário dele, é fanática por cinema. “Metade do salário dela fica na locadora. Eu nunca tive pretensão de trabalhar com cinema, mas a gente teve a idéia e como eu tinha a câmera resolvemos fazer. Mas não teve nada a ver com o festival do Mada”, disse.  

O roteiro é baseado numa lenda urbana criada em cima da construção de um grande shopping da cidade no ano passado. O boato de que uma criança muito feia tinha nascido e, ao ser chamado de feio pelo médico, teria dito que “feia vai ser a tragédia do desabamento de um grande shopping recém-construído no dia 26 de junho” mexeu com a imaginação da dupla, que resolveu registrar o caso. “A gente foi no shopping no dia 26 de junho durante à noite e ficamos do lado de fora entrevistando as pessoas porque sabíamos que não iam nos deixar entrar.

Mas tem dois pontos de ônibus do lado e pegamos os depoimentos. O engraçado é que todo mundo que falou com a gente sabia da história. Teve uma mulher, inclusive, que disse que era do interior do estado e como tinha que vir ao shopping resolveu trazer o marido e a filha porque se fosse para morrer, tinha que estar todo mundo junto (risos). Tinha gente que disse até que viu o bebê voando antes de morrer. Resolvemos colocar no curta as falas mais engraçadas”, revela.

O curta é o registro de depoimentos da população sobre a lenda urbana. Foi gravado em 26 de junho do ano passado e possui cinco minutos de duração.

Os custos para fazer o filme também são curiosos. Andrade afirma que a dupla gastou apenas R$ 10 para rodá-lo. “Eu tinha a câmera e as fitas. As filmagens duraram 20 minutos. Quatro amigos nos ajudaram e meu irmão editou na empresa dele. Como ele ia fazer de graça, oferecemos um lanche para ele comer enquanto editava. E fomos ao supermercado comprar biscoitos e umas coisas. No final, deu uns R$ 10. Acho que deve ser o curta mais barato da história deste festival”, brinca. 

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