Onésimo J. Santos
Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan – do RN
O arqueólogo Onésimo Jerônimo Santos vive normalmente com os dois pés no passado. E não tem o menor problema com isso, já que ele comanda o braço potiguar da maior instituição nacional dedicada à preservação do patrimônio histórico do Brasil. Mas, para além das fortalezas e casarões seculares preservados pelo Iphan, Onésimo também aprecia bons programas contemporâneos que privilegiam pratos saborosos, petiscos e passeios ensolarados pela orla do Estado. Uma rota de lazer para os dias de hoje.
“Começo pelo almoço da sexta-feira no Mercado do Canto do Mangue, na Ribeira. Peixe cozido com pirão e os acompanhamentos de costume. No final do expediente, recomendo um happy hour no bar 294 na Deodoro, com destaque para o bolinho de feijoada e, sendo a época, o goiamum cevado. Querendo esticar a noite, sugiro o Deck Bar, na avenida Roberto Freire, em Ponta Negra, é uma boa escolha.
O dia seguinte pode ser bem aproveitado com um café da manhã na Padaria Pium, que fica logo depois da conhecida feirinha. Destaque para a delicada tapioca ‘molhada’, cozida no vapor e servida entre palhas de bananeira. A partir daí, os que preferem praia podem descer mais um pouco até a foz do Rio Pirangi. Recomendo o pastel de arraia. Ficando pelo litoral sul, encerre o dia com uma pizza da Ki-Pizza, uma das raras provas do que o que é bom não precisa ser caro.
Aqueles que, como eu, preferem a terra, podem seguir pela estrada de Cajupiranga, velho caminho do tempo dos holandeses, e tomar a BR 304 rumo ao Seridó. Os mais ousados podem arriscar provar o pastel do Veneza, em Tangará, e decidir se merecem de fato a fama que tem. Almoço em Currais Novos e sigo até Parelhas para o happy hour no Bar do Zé, onde se serve a mais gelada cerveja com a simpatia habitual dos seridoenses. De junho até agosto a temperatura é muito amena nas cidades da Serra de Santana, e há boas pousadas em Lagoa Nova e Cerro Corá.
O fim de semana também é ideal para aquele cineminha caseiro. Tenho os meus favoritos, como os filmes de Jacques Tati, com destaque para ‘Meu Tio’. O filme ‘A excêntrica Família de Antônia’, por exemplo, já um clássico. Livro: pois sim sou bom cozinheiro. No momento estou lendo e saboreando ‘Receitas, histórias e sabores da vida de Vinícius de Moraes’. Um livro organizado por Daniela Narciso e Edith Gonçalves. Saiu pela Cia das Letras, com 292 páginas.”
