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Custo inibe lojas do Augusto Severo

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No Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, o clima entre os lojistas é de incerteza. Das cerca de 40 lojas que existem no local hoje, aproximadamente 30 têm  contratos  ativos, segundo a Associação dos Lojistas do aeroporto, e apenas três deverão migrar para o novo equipamento. “A gente não achou os preços viáveis. São incompatíveis com o que a Infraero pratica no Augusto Severo. Fomos bem recebidos pelo consórcio e houve convites para todos, mas a maioria dos lojistas não conseguiu viabilizar a ida para lá”, informou o presidente da Associação, Pio Morquecho.
Área comercial do aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim: Das 30 lojas em operação três devem migrar para o novo aeroporto
No Aeroporto Augusto Severo, o preço base do aluguel varia de R$ 5 mil a R$ 17 mil, o que depende do segmento e do metro quadrado ocupado. Segundo o presidente da Associação dos Lojistas, que tem um restaurante no aeroporto, no caso do segmento dele, o valor é o mais alto.

Além disso, existe a possibilidade de que os lojistas tenham que pagar um percentual sobre o faturamento, o que no caso dele corresponde a 5%. Por exemplo: se ele faturar R$ 400 mil no mês, 5% disso equivale a R$ 20 mil. O valor é mais alto que o preço base estipulado para a loja dele, que é R$ 17 mil. Logo, a Infraero fica com os R$ 20 mil, que são superiores ao preço base.

Por outro lado, se ele faturar R$ 300 mil, os 5% do faturamento corresponde a R$ 15 mil. Sendo um valor menor que os R$ 17 mil, a Infraero opta pelo preço base. Considerando essa conta que, para Morquecho, fica inviável investir na ida para São Gonçalo do Amarante.

#SAIBAMAIS#Segundo o gerente da livraria e revistaria Super News, Luís Aguiar, os alugueis no próprio Augusto Severo já são caros e até a estada no local tem sido motivo de dúvida na empresa em que ele trabalha. O contrato da loja foi renovado entre fevereiro e março, mas para durar mais três meses.

“Estamos aqui há cinco anos. O preço alto é um dos motivos para não irmos para o novo aeroporto, mas a direção das lojas não se interessou também por causa do movimento de passageiros aqui, que vem caindo bastante”, explicou Luís Aguiar. Segundo ele, assim como no caso do restaurante de Morquecho, a loja que ele gerencia também tem nos contratos previsão de um percentual sobre o faturamento.

A maioria dos contratos se estende até 2015, mas no caso de desativação do aeroporto, há uma cláusula nos contratos que protege a Infraero, administradora do Augusto Severo, de conceder qualquer tipo de indenização aos lojistas, diz Marquecho. Somado a isso, não há nenhuma informação de quando a desativação deverá ocorrer de fato.

Emprego
Com o possível fechamento das lojas no Augusto Severo e a impossibilidade da maioria delas de ir para o novo aeroporto, quem vive do trabalho no aeródromo fica na incerteza. É o caso de Mônica Ferreira, que trabalha em uma loja de roupas de moda praia. “Alguns lojistas tentaram até saber como seria para ir para o novo aeroporto, mas tem que ser coisa de primeiro mundo lá, loja grande”, disse.

“Se fechar aqui, vou procurar emprego, ir atrás de alguma coisa. Como a maioria das funcionárias daqui são de Parnamirim, acho que todo mundo deve botar currículo por lá”, completou Mônica.

Procurada, a Infraero disponibilizou um porta-voz para tratar do assunto. Contudo, em função do horário, a reportagem não conseguiu contatá-lo.

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