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Da caatinga ao cerrado

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Da caatinga ao cerrado
No meio da semana, findando setembro de muita ventania, caiu na minha bacia das almas carta do querido amigo Hortêncio Pereira de Brito Sobrinho, seridoense de boa cepa, há várias décadas morando nos cerrados de Goiás, mas sem esquecer o seu sertão do Acari, onde nasceu, Gargalheiras ao lado. Leitor desta Tribuna do Norte derna de muito tempo, Hortêncio faz queixas de que o jornal “falou pouco” sobre o centenário de nascimento do seu fundador, ocorrido em agosto. Aluízio Alves é o mote principal com destaque para os tempos da Cruzada da Esperança. 
Transcrevo alguns trechos da carta:
“A linda e histórica trajetória da Tribuna do Norte. O seu criador, o saudoso Aluízio Alves, que nós norte-rio-grandenses devemos sempre uma homenagem, foi pouco falado no seu centenário do seu nascimento, aquele que transformou o Estado do Rio Grande do Norte. Lembro com carinho, lá no Acari, todos os dias às 22 horas, era acionada uma sirene avisando que às 23 a energia seria desligada, pois era de motor estacionário.  Aí veio a luz via a hidroelétrica do São Francisco (Velho Chico) e tudo mudou, claro pra melhor. Por este motivo não precisa mais dizer sobre os benefícios que este cidadão, tão puro de alma, fez do Rio Grande do Norte tão melhor. ”
Mais adiante, no mesmo sotaque, Hortêncio continua sua prosa:
“Abraço daqui do Planalto Central que hora chora as incertezas do tempo pelo avanço do desmatamento do cerrado, fazendo crescer o risco do apagão elétrico no Brasil. Todos os dias lemos matérias sobre o desmonte do nosso Cerrado, outrora esbelto e chuvoso. E por que não da Mata Atlântica, da Amazônia e da nossa Caatinga? Me criei e vivi a minha infância vendo os paus de araras cruzando a minha pequena cidade, Acari aí pertinho de Natal (230 km) e ouvindo o pessoal dizer – estamos indo para Goiás que é o “celeiro das águas”.
“Dos finais dos anos de 1980 os titãs chegaram à nossa região (Cerrado) e posso afirmar, 60% do cerrado já virou lavoura e pasto e nesta escalada não sobrará nem um galho retorcido e o Grande Rio Araguaia se transformará em riacho (expressão nordestina) sazonal em 2030. Tudo isso chancelado pela atual política expansionista dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com o aval do negacionista em todas áreas, o que diz Capitão Bolsonaro. ”
“Em 1972 vim à Mineiros (Goiás) para participar do XI Projeto Rondon. Era universitário em Recife, na UCPE, e em 1974 vim em definitivo para a Barra do Garças (Mato Grosso) e Goiânia, onde resido. Até o final dos anos de 1970 só tinha duas estações de chuva e de seca. Hoje já estamos nos preparando para o primeiro racionamento de água na Grande Goiânia. É triste, mas é realidade.
Outro forte abraço,
Hortêncio. ”
Livro 
Thiago Gonzaga está com livro novo na praça: “A Casa das Letras”, que sai com o selo da Offset Editora. Reúne artigos que publicou na imprensa local sobre alguns membros da Academia de Letras do Rio Grande do Norte, aqueles que são considerados, de mesmo, “literatos”. Do time selecionado por Thiago, são 13. Confira a escalação: 
Diva Cunha, Diógenes da Cunha Lina, Daladier Pessoa Cunha Lima, Dácio Galvão, Clauder Arcanjo, Humberto Hermegenildo de Araújo, Ivan Lira, Jarbas Martins, Lívio Oliveira, Manoel Onofre Jr., Marcelo Alves Dias e Souza, Nelson Patriota e Vicente Serejo.
Thiago já está no preparo do volume 2. Este primeiro ganhou o Prêmio Veríssimo de Melo, da Fundação José Augusto, na categoria “Ensaio ou Coletânea de Artigos sobre Cultura ou Literatura”.
Educação 

Começa amanhã, 4, na cidade de São Paulo do Potengi, a programação das comemorações dos 54 anos de fundação da Sociedade Educadora São 
Francisco, uma das referências do ensino em toda a região do Potengi. Ás 8 horas, hasteamento das bandeiras e apresentação da Banda da Escola (“A Escola de Zé”, como ela é conhecida, homenagem ao seu fundador, José Miguel do Nascimento).  À noite, 19 horas, missa celebrada pelo Padre Ramos, vigário local.
Na quarta-feira, 19 horas, no ginásio da Escola, teremos um Sarau Literário, Ariano Suassuna como um dos motes. Quinta, haverá o Musical São Francisco e, no sábado, 19 horas, leilão virtual em frente à casa de Zé Miguel. 

Alberto Maranhão 
Ontem, 2 de outubro, foi o aniversário de nascimento de Alberto Maranhão (1872), lá se vão 149 anos. Duas vezes governador do Rio Grande do Norte, conhecido como o Mecenas Potiguar. A cultura e as artes entre as principais metas do seu governo.  Logo no primeiro mandato construiu e inaugurou (1904), o Teatro Carlos Gomes que hoje tem o seu nome.
O teatro está fechado há seis anos, herança ainda do governo passado.
Instituto Gentil 
O Instituto Gentil, na cidade de Campo Grande, sertões do Alto Oeste, tem sede nova que será inaugurada no dia 15. Mais uma obra do empresário Antônio Gentil, que há anos investe e trabalha muito em favor da cultura de sua terra e de seu povo. 
A programação começa na boca da noite com missa  na Igreja Matriz de Sant’Ana.
Chuva 
Setembro termina com notícia de chuvas no Piauí. Chuvas fortes, algumas delas alagando a capital Teresina, isso a partir de terça-feira. Não é comum nesse período do ano, chamado de “B-R-O-Bró” (de setembro a dezembro), mas a previsão é que a chuva “marcará presença nos próximos dias”, segundo o climatologista Werton Costa, professor da Universidade Estadual do Piauí (Curso de Geografia).
 Tomara que seja o primeiro bom sinal do inverno de 2022 e que todos esperam acontecer já no mês de novembro. Werton Costa disse mais: “O que está sendo relevante não é a chuva, mas é a frequência com que ela está ocorrendo e a intensidade. Nunca se viu tanta chuva no período do B-R-O-Bró em tantas cidades. Ela tem acontecido de Norte a Sul do estado”.
A previsão é de aumento da umidade (que vem da Amazônia) em outubro e a presença de mais chuva em todo o Piauí. Amém.
No Ceará 
Esta semana, de terça-feira (28) até quinta,30, muita chuva também na região da Ibiapaba, no Ceará, fazendo divisa com o Piauí. Tem município com mais de 50 milímetros, segundo os registros da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia): Ubajara, 56 milímetros, Ibiapina, 55, Pacujá, 26, São Benedito, 24. Vamos aguardar o que dizem os “profetas das chuvas”, de olho nos sinais da natureza.
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