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Da liberdade

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Vicente Serejo
Da liberdade
Ninguém pode defender a liberdade – de informação, de opinião ou do que for – como um direito específico de uma categoria, uma classe ou um estamento social. A liberdade faz parte, inseparável, de algo plural e mais valioso. Tão plural e tão valioso que é da sua natureza a defesa do direito de ir e vir, da propriedade privada, da livre-iniciativa, da autonomia dos povos e de voto, sob pena da própria liberdade deixar de ser um bem de todos e ser um privilégio das elites.   
Nem precisa recuar no tempo para constatar a intolerância dos déspotas. Basta olhar, hoje, as imagens transmitidas pelas tevês para assistir, ao vivo, as atrocidades desse novo ditador que atende pelo nome de Vladimir Putin. Quem conhece a História sabe:  quando acabou a Segunda Guerra Mundial, o mundo emergiu do terror com duas novas nações-líderes no mundo: a União Soviética, no Leste Europeu, e os Estados Unidos, no Ocidente. É um traidor da paz conquistada.
Como não deixa de ser uma palavra de ordem de raízes nazifascistas o mantra refogado do presidente Jair Bolsonaro, quando ergue a voz para repetir, como tem feito: ‘Deus, Pátria, Família’, – e acrescenta, para disfarçar, ‘e liberdade’. Ele sabe que a sua liberdade tem sido a de demonstrar poder de força, estrepitoso e artificial, na medida em que usa sua condição de poder, dada pelo voto popular, para impor seu ideal armamentista e lançar o medo apenas disfarçado.
Na primeira fala, apuradas as urnas, pareceu um democrata caricato. Não reconheceu a vitória do adversário e incentivou, de forma enviesada, o bloqueio das rodovias como se ninguém percebesse a estranha coincidência de mais quatrocentos pontos montados em apenas algumas horas. Recuou por sugestão dos assessores.  Cenas que o jornal O Estado de São Paulo classificou de arruaças. E é o mais antigo e coerente defensor da livre-iniciativa, marca editorial inegociável.
Os seus assessores, principalmente conhecedores do direito Constitucional, precisaram abrir os olhos do presidente para o desgaste do seu patrimônio como líder. Convencê-lo de que seu papel, nos próximos quatro anos, é de liderar a oposição, com serenidade e segurança, sob pena de não ser capaz de fazê-la cumprir a tarefa de garantir, também e tanto quanto o governo, o bem estar individual e coletivo. Ou isso, ou será substituído pelos próprios correligionários.    
O presidente Jair Bolsonaro não tem outro destino a não ser o de honrar os 58 milhões de votos que recebeu, de uma magnitude valiosa e muitas vezes acima de arroubos e intolerâncias. Sob pena de não demonstrar, a não ser na vitória, o dever de liderar o seu povo e de vigiar o novo governo. A democracia precisa de líderes e não de chefes, sejam militares ou civis. O Estado não está acima da Nação. E a Nação precisa de líderes firmes, mas também com grandeza política.  
PALCO

DÚVIDA – Pergunta que anda pelos gabinetes da Assembleia: o conselheiro Tarcísio Costa, do TCE, se aposentadoria, para a governadora nomear um deputado e seu irmão, Vivaldo, assumir?
ROCAS – Hoje, coisa das 11h, os canguleiros Ciro Pedroza e Hênio Miranda, vice-reitor, estarão na livraria do Campus para um bate-papo sobre os personagens das Rocas. Depois, os autógrafos.
QUANDO? – Não basta à arte da cretinice a pia oração de Silas Malafaia por Lula. É preciso o padre Kelmon orando pelo PT, com sua touca estrelada, ele que no passado dizem ter sido petista. 
NOTÍCIA – Morro Branco vai ganhar um sofisticado shopping de bairro, esquina da antiga Av. Bernardo Vieira, hoje Nevaldo Rocha, com a Xavier da Silva: é o Sand Hill. É a modernidade.
PESO – Projeção estatística feita pelo IBGE aponta: o Brasil tem um contingente LGBTQIA+ da ordem de dezenove milhões de pessoas. Desconhecê-los, para quem faz política, é um risco.  
SAUDADE – O jornalista Sávio Hackradt faz as malas para esperar o nascimento do neto, em São Paulo. Depois vai ao Panamá e ao Canadá visitar a filha Tariana e o filho Lucas. É a saudade. 
PUTIN – A tradução de ‘O Homem sem rosto’, da jornalista Masha Gessen, já nas livrarias. É a implacável biografia de Vladimir Putin, esse homem que hoje é o mais terrível ditador do mundo.  
PERNAS – Sob o pretexto do calor do verão 2023, as saias vão ficar mais curtas do que nunca, bem acima dos joelhos. Tão mais curtas que prometerão aos olhos lascivos os pomos do desejo.  
CAMARIM

QUEM? – No Poder Judiciário a lista tríplice recebeu a unanimidade dos doze desembargadores do TJ. Assim, a governadora Fátima Bezerra está livre para prestigiar a procuradora Maria de Lourdes Medeiros de Azevedo, mulher, e um nome consagrado desde a lista sêxtupla do MPRN.
PERDA – O Rio Grande do Norte, com a derrota de Jair Bolsonaro, perde dois ministros: Fábio Faria, das comunicações; e Rogério Marinho, do desenvolvimento, este eleito senador. Caberá à governadora Fátima Bezerra mostrar prestígio e emplacar um nome no Planalto. Vai conseguir?  
COMO? – A história parlamentar do Rio Grande do Norte vive um fato raro e inédito: um dos seus deputados federais, o general Eliéser Girão, eleito pelo voto, prestando continência dizendo-se pronto para o golpe militar. A disciplina constitucional não é mais um bom atributo castrense. 
* Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.
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