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Dalbertos e outros mais

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Rubens Lemos Filho
O atacante Dalberto,  de passagem sem brilho pelo ABC, está para deixar o Sport Recife por desinteresse do rubro-negro e voltar  ao Juventude(RS). Está fácil demais para quem joga de menos. 
Dalberto(na foto é o barbudo), nunca fez um golaço, jamais decidiu um campeonato importante e é bem possível, não consiga fazer cinco embaixadinhas, ou pezinhos, o teste do craque quando eles se multiplicavam nos campinhos de várzea até os clubes. 
Nada pessoal contra Dalberto, certamente um indivíduo cumpridor dos seus deveres pessoais, cívicos e religiosos. Umas três ou quatro vezes, o vi jogar pela televisão e seu desempenho oscilou do frágil para o comum. 
Futebol hoje é sorte exagerada  para os sem-categoria. Dalberto é corpulento e tem força, requisitos essenciais para o feio futebol de agora. Um drible de Dalberto e certamente, ao achar o tesouro, ganharei chocolates caseiros da Serra Gaúcha. 
Dalberto, no Sport, ou Xxport, como chamam meu compadre Galileu Torres e o primo Sílvio Brasil, está lotado na posição onde brilharam Miltão, Mauro Madureira, Roberto Coração de Leão, o falecido Leonardo, melhor de todos, de curta passagem no Vasco. Dalberto não chegava a décimos do futebol dessa turma hábil e malandra. 
Antes ou no tempo dele, o ABC apresentou Matheus Mathias, um menino habilidoso, magricelo quase à semelhança Mahatma Gandhi e corajoso ao driblar e superar zagueiros ruins e maldosos. 
Matheus, nascido em comunidade pobre, foi vendido ao Corinthians(SP), tendo Vampeta, pentacampeão  engraçado e de estilo limitado, de mestre de cerimônias: “Se for igual aos daqui, melhor ficar com os que já temos.”
Humilde, acostumado a banhos infantis no Rio Potengi, Matheus Mahias foi apresentado ao dinheiro. Para ele, bem pobre, muito dinheiro. Comprou logo dois carros importados de valor altíssimo. Jogador novo não vê imóvel, sabe que as vigaristas a cerca-los e seduzi-los preferem conversíveis ou possantes camionetes de tração 4 por 4. 
E Matheus Mathias entrou na ciranda onde também dança Dalberto. Passou pelo Ceará sem ser notado, marcou três gols pelo Avaí(SC), viajou para Itapólis, interior paulista onde nada fez pelo Oeste, esteve incógnito pelo São Bernardo(SP) e o Paraná Clube(PR). 
Desde 2019, sua cadernetinha empacou nos três gols feitos pelo Avaí, segundo o site especializado O Gol. No ano anterior, quando surgiu, Matheus Mathias marcou 10 vezes em 10 partidas pelo ABC, chegando até a desfocar o ídolo Wallyson. 
Mora na filosofia a explicação. No meu tempo – que não troco por nada neste mundo -, havia técnicos e olheiros nos clubes, para ensinar o jovem a ser gente e melhorar até a exaustão a parte técnica. 
Hoje, a ordem é monetária e nada mais. A qualquer semana, podem pintar Matheus Mathias e Dalberto, de novo no ABC ou como “excepcionais”atrações no América. 
Jogador bom e fracassado costuma dizer que não foi longe pela falta “de um empresário”. De alguém para fazer o papel de babá de homem, de cuidar da cor do automóvel, da memória dos 20 computadores que compraria apenas para postar nas redes sociais.
Souza, do América, nossa última atração em nível nacional – não me venham comparar Gabriel  Veron, um corredor, com o talento de Souza -, nunca foi idiota. Surgiu no América, passou por  diversos clubes no Brasil e no exterior onde conseguiu fazer seu caixa e sua aposentadoria. 
Na  contramão,  seguiram Sérgio Poti, sublime  zagueiro revelado pelo América e com passagem pelo ABC, que renegou a seleção olímpica do Brasil e o Vasco de Roberto Dinamite em 1979.
 Reinaldo, que esteve no Santos, Internacional e é campeão mundial interclubes pelo Flamengo e Adalberto, a versão potiguar distante  de Adílio do Flamengo, aprovado e prestigiado no São Paulo. 
Eles cederam ao espírito nativo. Reinaldo rodou um bocado, mas padeceu  de tantas contusões. No tempo dos três, é verdade, havia muito menos dinheiro. Pouco, mas suficiente para que sobrevivessem com algum sossego. 
Quem é 
O Rio Branco adversário do ABC na Copa do Brasil será o tricolor de Venda Nova, atual campeão capixaba e, até dois anos atrás, integrante da Série B local. 
Defesa 
O ABC tem a vantagem pelo retrospecto, mas se continuar com a defesa de tábua de pirulitos, cheia de furos, pode se dar mal. O goleiro Wellington e o camisa 4 Helitão só podem ser vistos com remédio para pressão arterial. 
América 
Voz geral da torcida: bom volante, Romarinho não é o camisa 10 necessário e inexistente no time. O América, sem articulador  de meio-campo, passa o jogo inteiro cercando o adversário até perder a posse de bola. 
Assu 
O América enfrenta o Assu domingo e o adversário pode presumir   bom jogo: ataca e deixa a bola correr. É possível fugir da  “briga de galo”, que ocupa a faixa de criação cada vez menos povoada. 
Ranking 
Dispensa adjetivos a colocação dos clubes potiguares no ranking da CBF. ABC em 52o lugar e América em 59o representam o empate técnico do fracasso. 
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