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De Temer para o sucessor

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Lydia Medeiros

O governo Michel Temer prepara uma espécie de “testamento” para o sucessor. Será um documento com dados e reflexão coletiva para uma futura “estratégia nacional de desenvolvimento econômico e social”. Depois de meses de discussões e estudos do BNDES, Ipea, IBGE e Ministério do Planejamento, produziu-se um sumário que será exposto à consulta pública no mês que vem. É novidade em plena campanha eleitoral. No texto para debate público estão alinhados sete fatores de risco ao país, que desafiam o futuro governo: 1) A fragmentação política que impede a implementação de medidas necessárias à consolidação de um equilíbrio fiscal; 2) A reduzida capacidade de atração de investimentos privados; 3) A defasagem na incorporação dos avanços tecnológicos; 4) O descasamento entre os avanços econômicos, sociais e ambientais; 5) A reestruturação do crime organizado em resposta às ações de Segurança Pública; 6) A ampliação dos fluxos migratórios nos países latino-americanos; 7) Os reflexos da intensificação da tendência de degradação ambiental e maior frequência de eventos climáticos extremos (seca e chuva).

Assembleia geral
Na semana que vem, Geraldo Alckmin terá um encontro com os comandantes do centrão — DEM, PRB, PP e Solidariedade. O tucano já esteve com todos os partidos, mas será a primeira reunião conjunta. Há sinais de que o grupo deve apoiar o tucano, mas existem divisões em todas essas legendas, inclusive no DEM. O senador Ronaldo Caiado, por exemplo, candidato ao governo de Goiás, informou ao partido que vai apoiar Alvaro Dias (Podemos), numa clara reação à nomeação do adversário Marconi Perillo como coordenador de campanha de Alckmin.

Prejuízo milionário
Ao suspender o leilão de seis distribuidoras de energia da Eletrobras, marcado para o final de julho, o ministro do STF Ricardo Lewandowski escreveu: “Levo em conta a iminência do recesso do Supremo Tribunal Federal”. Ontem, governo, parlamentares e empresários faziam contas sobre o custo dessa decisão. No cálculo mais conservador, estima-se perda mínima de R$ 6 milhões por dia de recesso do Judiciário. Quem vai pagar é o Tesouro Nacional.

Deixa para depois
A decisão do ministro Ricardo Lewandowski de proibir a venda do controle acionário de estatais sem aval legislativo deverá ser mais um item na lista de problemas para o sucessor de Michel Temer. Privatizações estão no radar da maioria dos candidatos, mas no Congresso Nacional é assunto delicado em ano eleitoral — 64% dos eleitores são contrários à venda de estatais, segundo levantamento do Ipespe para a XP Investimentos, feito na semana passada. Um exemplo dessa resistência é a dificuldade de aprovação das regras para privatizar a Eletrobras.

Vespeiro
O governo Temer comprou nova briga com parlamentares ao encaminhar projeto que abre crédito suplementar de R$ 995,2 milhões aos ministérios de Educação, Saúde, Integração Nacional e do Desenvolvimento Social. A exemplo do que fez em fevereiro, para liberar R$ 2 bilhões para os prefeitos, o governo decidiu tirar os recursos de emendas parlamentares de bancadas e comissões ao Orçamento. Em ano eleitoral, os deputados e senadores estão irritados por não ter obras para anunciar e já apresentam emendas ao projeto para tentar evitar o cancelamento de suas verbas.

Tucano alerta
A escolha do apresentador José Luiz Datena para candidato ao Senado em São Paulo é a aposta do DEM para ampliar sua força no estado. À frente de um programa popular e de tom policialesco, Datena poderá ser o convidado dos sonhos de Geraldo Alckmin no palanque para enfrentar Jair Bolsonaro em São Paulo, caso o DEM decida se aliar ao tucano. Há um problema: o comunicador já declarou que não apoiará qualquer dos pré-candidatos ao Planalto que se lançaram na disputa.

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