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Debate

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Itamar Ciríaco 
Acompanhando, nesta sexta-feira (15) o evento organizado pela Tribuna do Norte/Rádio Jovem Pan News Natal, sobre a Segurança Jurídica para a Retomada do Desenvolvimento, com a presença de ministros de estado, com um ministro do STF, me trouxe de volta uma ideia que já proponho há muitos anos. Um seminário sobre o Futebol Potiguar, ou sobre o Futebol Nordestino. Realizado aqui em Natal, para debatermos propostas conjuntas de desenvolvimento econômico do futebol, com melhorias técnicas, avanços tecnológicos, etc. A participação de convidados da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, autoridades ligadas ao esporte em nível nacional, autoridades locais, jornalistas, entre outros. O futebol é uma parte importante da economia e pode representar ainda mais que isso. Temos uma grande arena, clubes tradicionais e torcidas engajadas. Para vocês terem uma ideia, o ABC e o América são os clubes com maior interação nas redes sociais, na Série D do Brasileirão. O Alvinegro, segundo o IBOPE no relatório anual 2020, é o 31º do País e o Alvirrubro ocupa a  34ª colocação. Somados, os dois clubes levam suas mensagens para quase um milhão de potiguares que estão no Twitter, Instagram, Youtube, Facebook e/ou TikTok. É um número que não pode ser desprezado economicamente e socialmente falando. Se comparados com números, da mesma pesquisa IBOPE de dezembro de 2019, o ABC obteve a adesão de 52 mil torcedores a mais no ano e o América somou mais 36 mil alvirrubros na internet. Juntos superam a casa de 88 mil internautas engajados em suas redes sociais a mais, ou seja, em tese, a cada mês de 2020 aproximadamente 7 mil pessoas a mais se interessaram pelos nossos principais clubes. Então, porquê não debatermos mais sobre isso?
Debate 1
Os números, que utilizo na coluna, são tabulados pelo IBOPE Repucom. O CEO da empresa é José Colagrossi. A presença de pessoas como ele, nesse debate, é essencial. Ano passado ele escreveu um artigo sobre o porquê de marcas importantes no mundo atuarem até em países vizinhos ao nosso e não chegarem por aqui. Ele explica que, apesar da evolução dos nossos dirigentes e clubes, “os resultados desta melhoria na gestão são negativamente impactados pelo enorme legado do passado, como gigantescas dívidas, péssimos contratos, infraestrutura insuficiente e falta de credibilidade com as marcas patrocinadoras. Ou seja, ainda vai demorar um pouco até que o futebol brasileiro finalmente vire a chave”. O artigo dele cita empresas como Coca Cola, McDonald’s, Pepsi, Fiat e Gillete, que investem no futebol de outros países latino-americanos, mas não no Brasil.
Debate 3
Por fim, em seu artigo,  Colagrossi dá algumas dicas básicas para os clubes e que reproduzo aqui, na intenção de suscitar o debate em torno desse e de outros assuntos importantes para a economia do nosso futebol. Seguem as dicas de como projetos de patrocínio devem ser organizados:
1) Patrocínio esportivo não é outdoor ambulante. Futebol é paixão e um dos benefícios mais impactantes do patrocínio em futebol é a apropriação desta paixão pelas marcas. Portanto, torna-se fundamental aproximar as marcas dos torcedores do time. No fundo, o que as marcas querem é tornar os torcedores do time em torcedores da marca.
2) Patrocínio esportivo sem ações de ativação fracassam 9 em cada 10 vezes. E não é obrigação exclusiva do patrocinador ativar o patrocínio. O patrocinado tem tanto, senão mais, interesse no sucesso do patrocínio e deve exigir, contratualmente, para que o mesmo seja ativado tanto nas mídias sociais quanto em forma de hospitalidade e experiência. 
3) Patrocinador é um parceiro e, como toda parceria de sucesso, o clube deve ser se esforçar para que a parceria seja boa para ambos os lados. Coloque-se no lado do patrocinador e se pergunte, o tempo todo, se você estaria satisfeito se fosse o patrocinador. Essa inquietude permanente só gera atitudes positivas.
4) Na maioria dos patrocínios esportivos que fracassaram não houve alinhamento prévio das expectativas entre o patrocinador e patrocinado. Por exemplo, “aumentar as vendas” não pode ser um objetivo formal porque depende de uma infinidade de fatores alheios ao patrocínio. Ou “melhorar a imagem da marca” pode ser um objetivo impossível de ser mensurado se não forem feitas pesquisas previamente e posteriormente ao patrocínio para mensurar o impacto. E mesmo assim pode ser que a imagem da marca seja afetada por fatores alheios ao patrocínio. Portanto, torna-se fundamental a definição formal e prévia do que o patrocinador espera do patrocínio e que essa expectativa reúna 5 condições fundamentais
a. Seja específica ao patrocínio
b. Seja mensurável
c. Seja atingível
d. Seja relevante ao patrocínio
e. Ocorra dentro do prazo do patrocínio.
Finalmente, a decisão de dizer “não” ao patrocínio sempre é muito mais fácil do que a de dizer “sim”. Principalmente nos dias de hoje em que a economia não ajuda e o escrutínio em torno do patrocínio esportivo nunca esteve tão grande. Portanto, é obrigação de quem busca o patrocinador apresentar um projeto profissional, com clara definição de papéis e responsabilidades, com projeção científica do retorno e detalhamento das ativações para que a decisão de fazer o investimento seja lógica e fácil.
Novos
Sílvio Criciúma e Eduardo Piza vão representam as novidades no futebol do Rio Grande do Norte este ano. Ambos disseram que pretendem privilegiar o ataque. É esperar para ver se isso se concretiza. Os jogadores já começaram a ser anunciados e alguns decidiram renovar contratos. Pelos nomes, apesar de alvinegros e alvirrubros terem permanecido na Série D, tudo indica que teremos um Campeonato Estadual, ao menos em se tratando de clássico, de um bom nível. Bom, assim espero.
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