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Decreto confunde os clubes do RN

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O decreto governamental, que suspendeu a realização do Campeonato Estadual, ainda está provocando confusão entre os dirigentes dos clubes, que interpretam o mesmo de forma diferente. No Santa Cruz, o executivo Lupercio Segundo entende que, assim como as academias, é a atividade do futebol que está suspensa, por isso decidiu liberar os atletas do elenco até o dia 2 de abril, quando acaba a medida que exige a suspensão das atividades consideradas não essenciais. Já ABC, Potiguar e América, por enquanto, encaram a situação de outra forma, mantendo as atividades programadas para a semana.
O executivo do Santa Cruz de Natal conversa com o elenco antes de dispensar os atletas durante a parada obrigatória devido à covid, imposta pelo decreto
No ABC, que atuou domingo e venceu o Treze, em Campina Grande-PB, a equipe que disputa além do Estadual, têm jogos ainda pela Copa do Brasil e pela Copa Nordeste, a paralisação por completo seria impossível, segundo o gerente de futebol Cleber Romualdo. Ele disse que o clube tem vários compromissos agendados, sendo o primeiro deles no próximo dia 28, em Alagoas, contra o Sampaio Corrêa, que cai dentro do prazo de proibição das atividades publicado pelo governo do estado.
Segundo o gerente abecedista, o clube tem a seguinte sequência, sem computar os jogos pelo Estadual. Após enfrentar o CRB, ele encara o Sampaio Corrêa, em Natal no dia 4 de abril, no dia 7, enfrenta o 4 de Julho-PE, dia 10, o Bahia, ambos pelo campeonato regional e no dia 14, em Natal, ocorrerá a partida contra o Botafogo-RJ, válida pela segunda fase da Copa do Brasil.
A CBF está enfrentando problemas de proibição de realização de eventos esportivos, em vários estados, devido a ação de combate a propagação da Covid-19, já foi obrigada inclusive a adiar dez confrontos pela Copa do Brasil, uma vez que foi pega de surpresa com os decretos estaduais. Mas a posição da entidade é evitar o adiamento dos confrontos e, por isso, quando necessário, ele transfere as partidas agendadas para outras praças, onde não estejam colocando em prática o fechamento das atividades não essenciais. O que faz a diretoria abecedista manter o calendário de trabalho da semana, em princípio. 
“Nosso elenco que atuou no domingo pela Copa do Nordeste, ganhou a segunda-feira de folga e a reapresentação está marcada para amanhã. Falei com o presidente do clube, Bira Marques e ele disse que enquanto não houver um posicionamento esclarecendo se é a atividade do futebol que está suspensa ou apenas os jogos do Estadual, nossa programação irá continuar a mesma. Nós trabalhamos com um grupo fechado, com testagens semanais e entendemos que o risco de contaminação assim é muito pequeno”, afirmou Cleber Romualdo.
O Santa Cruz foi o primeiro a clube do futebol potiguar a anunciar uma medida mais drástica em relação ao posicionamento governamental. O executivo do clube Lupercio Segundo disse que resolveu liberar os atletas porque entende que não adiantaria manter os trabalhos, sem data certa para voltar a atuar.
“Sei que os demais dirigentes podem entender o decreto de outra maneira, mas não podemos correr o risco de manter as atividades e, de repente, aparecer a fiscalização e dar uma multa no clube. ABC e América possuem uma vantagem em relação aos demais clubes, possuem sede própria e podem se trancar. O Santa Cruz trabalha normalmente no campo das Rocas, então corremos o risco de algum morador se sentir incomodado com a aglomeração e nos denunciar. Então, até segunda ordem, os nossos atletas e funcionários vão passar esse período em casa”, argumentou Lupercio.
No Potiguar a determinação é manter o clube em atividade até expirar esse primeiro decreto. Com foi realizada uma grande reformulação no elenco, após a renúncia do ex-presidente Benjamin Machado, a diretoria acredita que não terá tantas dificuldades com o pagamento do grupo. O período será aproveitado para a realização de uma espécie de pré-temporada, no sentido de melhorar o condicionamento físico e técnico do elenco, com a finalidade de trabalhar a recuperação do Time Príncipe dentro do Estadual. Atualmente o clube é o último colocado na Copa Cidade do Natal.
Agora a saúde financeira do Potiguar e da empresa parceira na formação do elenco, leva em consideração apenas os próximos quinze dias. Porém, caso haja necessidade de se prolongar as medidas restritivas, a questão será reavaliada e a tendência é que o grupo seja liberado.
Enxergando a situação pelo foco das equipes de pequeno investimento, Lupercio Segundo ressalta que ocorrendo um prolongamento das medidas suspendendo atividades,a probabilidade do Campeonato Estadual ser retomado será muito remota. “Ano passado quando foi editada a medida de restrição, o campeonato já estava basicamente no final. A maior parte dos clubes tinham dois ou três jogos a realizar e fecharam o pacote por partida jogada com os seus jogadores. Dessa vez não, estamos na quarta rodada do segundo turno e isso irá exigir a formalização de novos contratos. Eu acredito que se o futebol não for liberado no próximo dia 2, a federação poderá ser obrigada a tomar uma medida drástica. Os clubes pequenos não têm como aguentar, até porque disputam apenas o Estadual”, reforçou Lupercio.
No América, o presidente Ricardo Valério, pretende agendar uma reunião com representantes dos demais clubes. “Vamos nos reunir com os clubes para tomar uma decisão que não seja uma desastre total.  De ordem financeira não temos mais como evitar, mas notadamente nos resta lutar para salvar as questões de ordem técnica e física dos nossos times, principalmente para o América e ABC que têm calendários nacionais e os jogos que vão continuar normalmente”, disse.
O dirigente americano, independente do entendimento que as partes queiram dar ao decreto do governo estadual, ressaltou que mantém um canal aberto com as autoridades do Estado para evitar a paralisação geral das atividades. “Entendemos com todo respeito ao decreto da suspensão de jogos, já acatado, mas precisamos continuar pelo ao menos nossos treinos diminuído o tempo de permanência dos atletas no trabalho e fechando inclusive nossos refeitórios”, salientou.
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