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Defesa de Lula apresenta novo pacote de mensagens

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Desde que recebeu autorização para acessar mensagens hackeadas da força-tarefa Lava Jato, apreendidas na investigação que prendeu o grupo responsável pelo ataque cibernético, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem apresentando ao Supremo Tribunal Federal (STF) laudos feitos por um profissional independente contratado para periciar o material.
Mensagens atribuídas a Deltan Dallagnol indicam que ele teria pedido informações à Receita
A análise tem sido feita em etapas em razão do volume de conversas interceptadas. A cada relatório, novos trechos vêm à tona e movimentam a opinião pública. No documento mais recente, enviado ao Supremo, as mensagens mostram que uma delegada da Polícia Federal teria lavrado o termo de depoimento de uma testemunha sem que ela tivesse sido de fato ouvida.
“Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada… DPFs [Delegados de Polícia Federal] são facilmente expostos a problemas administrativos”, teria escrito o então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, em uma conversa com o procurador Orlando Martello Júnior no dia 26 janeiro de 2016.
Segundo os diálogos transcritos, o colega sugere: “Podemos combinar com ela de ela nos provocar diante das notícias do jornal para reinquiri-lo ou algo parecido. Podemos conversar com ela e ver qual estratégia ela prefere. Talvez até, diante da notícia, reinquiri-lo de tudo. Se não fizermos algo, cairemos em descrédito. O mesmo ocorreu com padilha e outros. Temos que chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa óbvia q não vimos. Confiamos nos advogados e nos colaboradores. Erramos mesmo!”.
Deltan concorda então com a sugestão, mas observa: “Se o colaborador e a defesa revelarem como foi o procedimento, a Erika pode sair muito queimada nessa… Pode dar falsidade contra ela… Isso que me preocupa”. Na época, a Operação Lava Jato era integrada pela delegada Érika Marena, que atuou nas investigações de Curitiba desde o seu início. 
No mesmo pacote de mensagens, a defesa do petista reuniu conversas que apontariam para colaborações ‘informais’ entre os procuradores e autoridades estrangeiras. Desde que começaram a entrar com pedidos judiciais para ler toda a documentação relacionada ao acordo de leniência firmado entre a força-tarefa e a Odebrecht, com participação de autoridades dos Estados Unidos e da Suíça, os advogados de Lula acusam os investigadores de ‘ocultar’ trocas de documentos e informações.
Em uma das conversas, em 29 outubro de 2016, o procurador Orlando Martello Júnior avisa sobre a aposentadoria de um procurador suíço. “Isso vai complicar muito para nós, pois ele é quem nos passa informação”, diz.
No mesmo documento, mensagens atribuídas a Deltan Dallagnol indicam que ele teria feito pedidos informais para acessar dados sigilosos da Receita Federal dirigidos ao auditor Roberto Leonel, posteriormente alçado à presidência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pelo ex-ministro Sérgio Moro.
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