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Dehom investiga morte de advogado

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A morte do advogado João Régis Cortês de Lima, 51 anos, está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios (Dehom). A designação partiu ontem do delegado-geral Ben-Hur Cirino de Medeiros, que espera dar solução ao caso o mais rápido possível. “Estamos investigando desde o início, desde o momento em que o crime ocorreu”, disse o delegado.

João Régis foi assassinado na noite do último sábado, no jardim da casa onde morava, na avenida Hermes da Fonseca, bairro de Petrópolis. O crime tem características de execução. Testemunhas contaram que dois homens chegaram ao local e perguntaram se a vítima morava ali. João veio atender, e foi atingido por um tiro na cabeça, morrendo na hora. 

Uma outra testemunha contou que os dois homens eram jovens, e que  eles fugiram em um carro modelo Gol de cor branca, que estava estacionado metros depois da casa do advogado. Por todo o fim de semana policiais vasculharam o jardim e seus arredores, à procura do projétil – o tiro foi transfixante – e da cápsula, no caso de arma utilizada ter sido uma pistola.

A polícia está definindo a linha de investigação. João Régis, que atuou anos como advogado trabalhista, era  uma pessoa tida como de conduta ilibada e não havia relatado a parentes ameaças de morte ou coisa parecida. O crime ainda é um mistério. “Queremos preservar a família nessa tragédia toda. Mas não vamos deixar de ajudar no que for possível para dar uma solução a este caso”, disse Roberto Monte, ativista dos Direitos Humanos e amigo pessoal de Régis.

Por enquanto, os parentes de João Régis não querem dar entrevistas, justificando que não querem prejudicar o andamento das investigações, além de temerem represálias por parte dos assassinos, que continuam à solta. “Estamos confiantes com os desdobramentos do caso. A polícia está dando uma boa assistência, desde o início”, disse Roberto Monte.

João Régis fez parte do movimento estudantil na década de 70, participando de lutas contra o regime da ditadura. Anos depois, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores no estado, e também vários sindicatos, como o dos bancários, petroleiros e comerciários. “Ele sempre foi um militante político. E sempre se destacou no segmento da literatura”, lembrou Roberto Monte.

João Régis foi ainda o primeiro coordenador do Programa de Defesa à Testemunha do RN e atualmente se dedicava à literatura, tendo mais de cinqüenta livros não publicados. Roberto Monte, que é coordenador do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular/RN enviou um comunicado sobre o ocorrido a órgãos como o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos.

João Régis Cortês de Lima foi sepultado no fim da tarde do domingo. Dezenas de colegas de profissão, amigos e companheiros de militância se uniram aos familiares na despedida do homem considerado por todos um idealista. Como homenagem, o cortejo seguiu para o cemitério ao som da Internacional Socialista, hino dos comunistas cantado também pelos familiares enqüanto o caixão descia à sepultura.

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