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Delegado acredita que Andréia foi torturada antes de morrer

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A polícia acredita que a dona de casa Andréia Rosângela Rodrigues foi espancada e torturada antes de ser assassinada. Os indícios são baseados em manchas de resíduos biológicos (possivelmente, sangue) encontradas no quarto do casal e em algumas contradições entre os depoimentos do marido, o sargento da Aeronáutica Andrei Bratkowski Thies, e do sogro dela, Hamilton Thies.

Andrei disse à polícia no último interrogatório – encerrado às 23h da quinta-feira (01) – que Andréia foi assassinada com uma facada dada por Hamilton, na porta da cozinha da casa. Antes disso, ela teria entrado em luta corporal com o sogro, tendo sido esganada por ele. O golpe mortal, segundo o militar, foi dado pelo próprio Andrei em um momento de descontrole, depois que ela tentou pedir socorro.

Mas o delegado responsável pelo caso, Raimundo Rolim, voltou a analisar as informações da perícias e todos os depoimentos colhidos, chegando à conclusão de que algo não está se encaixando. “Aquele povo ainda está mentindo muito. A quantidade de manchas encontradas no quarto dão sinal de que algo mais terrível ainda pode ter acontecido ali”, disse.

As manchas às quais Rolim se refere já haviam sido lavadas, mas foram descobertas com o uso do “luminol”, substância química apropriada para isso. O delegado depende agora das análises do material, para a confirmação de que se trata de sangue. Informações extra-oficiais dão conta de que ele estaria encontrando dificuldades no Itep para o envio do material à Bahia, onde seria extraído o DNA do material.

Quanto ao que fizeram com o corpo de Andréia, o delegado acredita que os fatos narrados nos depoimentos estão bem próximos do que realmente ocorreu. O cadáver foi guardado na geladeira da residência do casal, logo depois, pai e filho fizeram a transferência para um freezer do depósito de polpas de frutas, localizado na avenida das Alagoas, onde Hamilton trabalhava e só ele tinha acesso.

“Eu não descarto a participação da mãe e do irmão de Andrei de jeito nenhum”, disse o delegado Rolim, reiterando a importância do depoimento da menina Andressa, de 12 anos, filha de um primeiro relacionamento de Andréia. “Durante o depoimento do sargento, com base no que a menina me contou, eu dava informações sobre o que aconteceu na casa e isso fazia com que Andrei arregalasse os olhos, espantado”, disse Rolim.

A polícia civil tem provas também de que Andrei obrigou Andréia a cometer um aborto, em junho deste ano. Documentos médicos atestam que a dona-de-casa passou por uma curetagem, depois que usou medicamentos abortivos e pintou os cabelos com produtos que provocam a expulsão de feto. “Testemunhas dizem que ele a obrigou, porque não teria condições de criar mais um filho”, disse Rolim.

O sargento deverá prestar novo depoimento esta semana, assim como os outros integrantes da família Thies. Hamilton, o pai; Mariana, a mãe; Rodrigo, o irmão. Todos continuam presos. Uma reconstituição dos fatos também será feita, depois que o delegado tiver os primeiros laudos em mãos.

Amanhã o advogado da família Thies, Álvaro Filgueira,  deverá entrar com um pedido de liberdade provisória para Mariana e Rodrigo, mãe e irmão de Andrei. Ele aguarda a chegada das certidões negativas, que estão vindo do RS. “Eles não têm participação no crime”, ratificou Álvaro. Quanto à defesa de Andrei e Hamilton, a estratégia ainda será definida.  

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