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Delegados criticam o Sinpol

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DECISÃO -  Agentes e escrivães decidem continuar a greve que já dura dez dias

Os presidentes da Associação dos Delegados (Adepol) e da Associação dos Escrivães criticaram, ontem, a postura do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) nas negociações da greve dos agentes que completa, hoje, dez dias. As duas associações reclamaram que não foram consultadas sobre as mudanças no Estatuto da Polícia – que afetam drasticamente a carreira de delegados e escrivães – sugeridas pelo Sinpol. “Quem pode tratar dos interesses dos delegados, são os próprios delegados. O Sinpol não tem o direito de nos representar e ainda quer nos excluir da discussão, de interesse da polícia. As propostas apresentadas por eles trazem prejuízos não só para os delegados, mas para toda a instituição”,  explicou Stênio Pimentel, presidente da Adepol. Os delegados, assim como parte do escrivães, não aderiram a greve.

A Adepol concorda com várias propostas feitas pelo Sinpol, com exceção da que mexe no plano de Cargos e Salários. “Uma das propostas do Sinpol altera toda a estrutura da Polícia Civil, trazendo prejuízos. Nós fazemos parte dessa estrutura e não fomos consultados. O Sinpol, nas negociações, apresentou a proposta e pediu, oficialmente, que a Adepol, uma entidade de classe, não participasse das reuniões, agindo de forma unilateral, como se a proposta não nos afetasse”, falou.

Stênio Pimentel diz que a Adepol é favorável, por exemplo, com a retirada dos presos das delegacias; a antecipação da exigência de nível superior para ingresso na carreira de agente; a retirada dos policiais militares das delegacias e criação do conselho superior de polícia. “A Secretaria e a Adepol não são contra essas propostas. Pelo contrário. A Secretaria está se esforçando para realizar essas reivindicações, mas o Sinpol está sendo intransigente”.

Segundo Stênio Pimentel, a pauta apresentada pelo Sinpol tem vários contra-sensos. Ele citou como exemplo o fato de os agentes reivindicarem carga horária de 8 horas corridas, quando o Estatuto – aprovado em 2004 com a participação do Sinpol – prevê dois turnos diários.  A mesma tese foi levantada pelo presidente da Associação dos Escrivães, Francisco Reginário Gomes da Silva.

A delegada Geral, Suerda Cruz, e o subsecretário de Defesa Social, delegado Maurílio Pinto, acreditam que o Sinpol está incentivando um “racha” entre as três categorias da polícia: escrivães, agentes e delegados. Para Maurílio, as farpas trocadas durante a greve deixarão um ferida aberta na polícia. “Isso não será bom para a polícia. Na verdade, o Sinpol está desagregando a polícia. A maior parte das reivindicações está sendo atendida pela Secretaria”, opinou.

Agentes continuam com greve

Os agentes e escrivães da Polícia Civil e os servidores do Itep aprovaram, em assembléia, a continuidade da greve que já dura dez dias. A polêmica proposta de parar o atendimento no necrotério do Itep, que seria submetida na assembléia de ontem, não foi votada.

A assembléia teve início às 17 horas. O presidente do Sinpol, Silvano Ferreira, e a vice-presidente, Vilma Marinho, discursaram atacando o secretário de Defesa Social, Glauberto Bezerra,  afirmando que ele poderia deixar o função para reassumir o cargo de promotor.

Depois, recomendaram à categoria que continuasse de braços cruzados. “Se permanecermos assim, vamos conquistar o que queremos. Temos que ser persistentes”, disse Vilma Marinho. A continuidade da greve foi aprovada pela unanimidade dos cerca de 150 policiais presentes na assembléia.

A greve tem total adesão dos agentes, mas parte dos escrivães não aderiu ao movimento. Ontem, em Natal, apenas as duas delegacias de plantão funcionaram. As DPs, no entanto, não registraram boletins de ocorrência, causando grandes prejuízos à população.

Os policiais reivindicam mudanças no Estatuto da Polícia Civil, melhores condições de trabalho e a retirada dos presos das delegacias que estão com superlotação.  Os servidores do Itep pleiteiam também melhorias salariais.

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