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Delfim Peixoto acusa Del Nero de ‘golpe’ na CBF e faz promessas

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Vice-presidente da CBF e presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto criticou nesta segunda-feira o que ele chama de tentativa de “golpe” após manobra do presidente licenciado Marco Polo Del Nero para manter aliados no comando da entidade nacional. Isso porque foi convocada uma eleição para o dia 16 com objetivo de barrar a possibilidade de Delfim, vice-presidente mais velho da confederação, chegar ao poder.

A ideia de Del Nero, investigado nos EUA por receber propina, é eleger Antônio Carlos Nunes de Lima, vice-presidente da CBF na vaga deixada por José Maria Marin, ex-presidente também envolvido nos escândalos de corrupção e que está em prisão domiciliar nos EUA.

“Defendo que se cumpra o Estatuto e que não se implementem golpes, como já tentado várias vezes no passado”, escreveu Delfim em carta divulgada nesta segunda-feira. “No presente momento está em curso mais uma imoral e ilegal operação patrocinada pelo atual presidente da CBF com o fim de eleger um novo vice-presidente para o lugar de José Maria Marin.”

Nunes, 77 anos, é mais velho que Delfim, 74 anos, e portanto ficaria na linha de frente para assumir a CBF. O raciocínio foi de que, caso Del Nero sofra forte punição do Comitê de Ética da Fifa e tenha de deixar a CBF, automaticamente seria anulada sua decisão de nomear Marcus Vicente o presidente interino durante sua licença, o aliado Nunes assumiria o comando.

Na carta publicada nesta segunda-feira, Delfim fala da “maior crise institucional e de credibilidade da história da CBF” e lembra que “os últimos 3 presidentes da entidade” estão envolvidos em escândalos de corrupção. “É lamentável e condenável que a instituição tenha sido usada para a obtenção de benefícios pessoais”, escreveu.

O dirigente, acusado por Eurico Miranda de influenciar árbitros que trabalham em jogos de clubes catarinenses, já fala como futuro presidente da CBF e apresentou seus projetos na carta. Em claro discurso de campanha, prometeu criar uma liga para gerir as duas primeiras divisões do Brasileirão.

“Criarei mecanismos internos e externos de controle do fluxo do dinheiro na CBF. Acabarei com as indicações políticas para a ocupação de cargos na entidade. Um sistema profissional de gestão prevalecerá”, prometeu.

Confira a carta na íntegra:

Ao futebol brasileiro,

Vivemos a maior crise institucional e de credibilidade da história da CBF, abalada por contínuos escândalos de corrupção que envolveram os últimos 3 presidentes da entidade. É lamentável e condenável que a instituição tenha sido usada para a obtenção de benefícios pessoais, em detrimento do futebol nacional. Espero que as instâncias internacionais, no caso a Fifa, e as instâncias nacionais, como o Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário, atuem fortemente para punir de forma exemplar todos aqueles que usufruíram da CBF para proveito próprio.

Defendo que se cumpra o Estatuto e que não se implementem golpes como já tentado várias vezes no passado. No presente momento está em curso mais uma imoral e ilegal operação patrocinada pelo atual presidente da CBF com o fim de eleger um novo vice-presidente para o lugar de José Maria Marin. O candidato apresentado por Marco Polo Del Nero, não coincidentemente, é mais velho do que eu, tendo 77 anos de idade. Isto se deve ao fato de que ao eleger tal pessoa este passaria a ser o primeiro vice-presidente na linha de sucessão em caso de suspensão ou afastamento do atual presidente, evitando que eu, legitimamente eleito segundo o Estatuto, assuma.

Quero afirmar de forma peremptória a todos, a fim de que não exista nenhuma dúvida, que se em algum momento eu tiver que assumir a Presidência da CBF trabalharei usando todos os mecanismos legais disponíveis para limpar a entidade da corrupção e punir os envolvidos.

A sociedade e o torcedor brasileiro clamam por mudanças, e será isto que farei.

A criação de uma liga nacional para a gestão da Série A e B do Campeonato Brasileiro é algo fundamental para a melhoria da organização do futebol nacional e será um dos primeiros itens da agenda de apoio aos clubes.

Criarei mecanismos internos e externos de controle do fluxo do dinheiro na CBF. Acabarei com as indicações políticas para a ocupação de cargos na entidade. Um sistema profissional de gestão prevalecerá. O presidente da CBF deixará de ser o responsável por fixar seu próprio salário, o que é um absurdo em qualquer gestão profissional. Um órgão profissional se encarregará disto. Devemos mudar o sistema de eleições na entidade, que bloqueia a apresentação de chapas concorrentes à administração. Convocarei uma auditoria ampla e geral sobre todos os negócios e contratos da CBF. Buscarei conhecimentos e experiências junto a entidades internacionais a fim de qualificar a gestão da CBF. Os atletas terão participação ativa na entidade.

Está é a minha mensagem e engloba apenas alguns dos itens de meu compromisso público de mudança na CBF, sendo que inúmeros outros serão implementados.

Balneário Camboriú/SC, 7 de dezembro de 2015

Delfim de Pádua Peixoto Filho
Vice-Presidente da CBF

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